Para onde o mundo vai nos próximos anos em relação a tecnologia, clima, saúde e economia
Neste artigo, divido as principais tendências retiradas do relatório What’s Next 2030, divididas por forças-motrizes. O relatório completo, a apresentação do relatório e o curso gratuito sobre o relatório podem ser acessados nos links.
Uma nova abordagem, em que as TIC desempenham um papel-chave na transformação da estratégia, estrutura, cultura e processos de uma empresa, utilizando o alcance e o poder da conectividade, da internet e da tecnologia. Por meio de novos investimentos em tecnologias e modelos de negócio, espera-se melhorar o envolvimento dos clientes em todos os pontos de contato no ciclo de vida de sua experiência.
Ter bases construídas em anos de resultados consistentes é ótimo, mas, hoje, é fundamental entender que a experiência anterior das empresas não garante sucesso no mercado digital. A hora é a de olhar para o futuro, e não há forma de fazer isso se a companhia não tiver informação qualificada.
Aqui falamos de dados e da habilidade de trabalhá-los. É necessário ter uma cultura guiada por dados, uma cultura data driven, na qual as informações certas são captadas constantemente, servindo como base para as tomadas de decisão.
A tecnologia é um meio a serviço da melhoria transversal das empresas, dos negócios, da sociedade e da vida, para que todos possam ganhar com isso. A evolução da tecnologia, cada vez mais acessível, tem transformado mercados, empresas e pessoas.
A velocidade de produção e difusão de informação tem impactado e continuará a impactar a forma como as empresas desenvolvem os seus negócios e se relacionam com os seus públicos. Nesse sentido, existe a oportunidade de aplicar o conhecimento atualmente disponível para a criação, facilitação e implementação dessas tecnologias, com conteúdo relevante para clientes e para a sociedade.
Um modelo de trabalho que vai cada vez mais possibilitar que a jornada seja cumprida na empresa, presencialmente e, também, à distância, em sua casa ou outro local. Dessa forma, o profissional pode desempenhar suas funções dando resposta ao desejo de maior flexibilidade e liberdade de trabalho, alinhado à nova revolução industrial.
A dependência de plataformas e ecossistemas tirará as empresas do “eu” e as levará para o ”nós”. A construção de ecossistemas integrados de gestão gera melhor entrega e diferenciação no mercado, além da adoção de sistemas que se ajustem ao contexto. A integração das funções com transição para um sistema empresarial com o mínimo de silos – de fora para dentro – criará plataformas capazes de incorporar pessoas e tecnologias, automatizando os processos.
Governança ambiental, social e corporativa é uma avaliação da consciência coletiva de uma empresa em relação aos fatores sociais e ambientais. Normalmente, é uma pontuação compilada de dados coletados em torno de métricas específicas relacionadas a ativos intangíveis dentro da empresa e que agora ganha mais uma denominação com o foco econômico que defende a geração de resultados sustentáveis, permitindo manter a performance responsável de forma sistemática.
Alinhado com a preocupação crescente com a saúde do planeta, os comportamentos estão caminhando na direção de uma maior sustentabilidade. Hoje e no futuro, o ato de adotar a filosofia dos 3 R’s da sustentabilidade contribuirá para uma maior relevância no mercado, deixando um legado mais relevante na sociedade e no mundo.
O maior desafio estará na capacidade de transformação que as empresas e pessoas precisarão ter para manter novos comportamentos mais alinhados com essa nova realidade. Reuse, recicle e reutilize serão palavras-chave nas estratégias e nas missões das empresas no futuro.
Alinhado com a preocupação ambiental e de otimização dos recursos, cresce a abordagem da logística que trata do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até o local de origem.
Reforçando os movimentos sustentáveis, a preocupação com o não desperdício e o uso correto (e racional) dos recursos é tema corrente nas pautas da gestão, não apenas por uma questão de pressão externa, mas também pela adoção empresarial de posturas mais responsáveis com o devido impacto no crescimento e nos resultados.
O “Environment Value Add” (EVA) tradicional é um indicador que demonstra a criação ou destruição de valor, e representa o custo de oportunidade do capital aplicado por credores e acionistas como forma de compensar o risco assumido no negócio. Agora, com o emergir de conceitos mais sustentáveis e responsáveis, o conceito evolui para a compensação de forma mais sustentável e integrada com o ecossistema, respeitando o entorno. Ou seja, não vale focar no resultado a qualquer custo.
Governança corporativa ou governo das sociedades ou das empresas representa o conjunto de processos, costumes, políticas, leis e regras que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. Para estruturar e responder ao contexto de transformação, esse é um tema cada vez mais relevante na forma de administrar e regular as empresas e os negócios.
Do verbo inglês “to comply”, que significa agir de acordo com uma ordem, um conjunto de regras. Estar em conformidade com tais regras, que também se refere aos controles internos e de governança corporativa, é hoje o que garante às empresas a atuação dentro dos parâmetros legais e acordados por todos.
Novas realidades estão desenhando o presente e o futuro das empresas com a certeza de que as práticas definidas no século 20 são hoje bem diferentes. Nos dias atuais, as empresas precisam de revisão e readequação a um mundo em constante mudança.
Diversos estudos têm mostrado a mudança de poder global com o crescimento de China e Índia em contraponto à queda de Europa e EUA. Aqueles que antes eram países não estratégicos estão mudando a tabela da classificação, seja pela adoção de novas tecnologias, seja pela mudança de mentalidade e maior capacidade de adaptação e flexibilidade. Israel, Norte da Europa, algumas cidades na América Latina, sem esquecer a sempre imprevisível África, terão papéis importantes. O mapa do mundo terá novos desenhos.
O surgimento dos conceitos de capitalismo consciente ou social, de economia circular, de economia criativa, entre outros, têm ganhado força, desde que em 2016 o Fórum Econômico Mundial se referiu à necessidade de encontrar um novo modelo econômico, que consiga, ao mesmo tempo, entregar resultado às empresas e pessoas, mas também garantir o bem-estar de todos, mesmo dos mais necessitados, possibilitando o acesso universal a meios de energia limpa, à comida saudável e, no limite, a um planeta mais equitativo e justo para todos, reduzindo as desigualdades e as intolerâncias.
Com o aumento da expectativa de vida, crescem situações de coexistência geracional nas empresas. É cada vez mais comum ver equipes de trabalho com pessoas de diferentes gerações, com o desafio crescente de gerenciar expectativas, opiniões, energias e aspirações de grupos com diversas visões e comportamentos.
São as palavras do momento. Não há super-heróis isolados, mas sim heróis que trabalham juntos, compartilham conhecimento e ideias e que, conjuntamente, desenvolvem soluções ajustadas aos contextos em que se vive. Capacitar para o trabalho colaborativo ajudará a ultrapassar as barreiras que se avizinham
Diversidade nada mais é do que variedade. A diversidade está presente em todos os âmbitos da nossa vida, mas quando falamos de empresas, diversidade se refere a pessoas com características, backgrounds e formas de pensar diferentes. Diversidade no ambiente corporativo é sempre algo que precisa ser olhado e evoluído – avanços sempre são possíveis.
Inclusão, por sua vez, é a sensação de pertencimento. Apenas a existência de pessoas diversas em uma empresa não significa, necessariamente, que elas se sentirão incluídas naquele ambiente. A inclusão é algo que passa por cultura organizacional, comportamento dos colaboradores e segurança para todos compartilharem (e serem apreciados por) suas ideias.
Equidade é busca por igualdade por meio de processos e práticas que entendam que cada jornada é individual. A equidade entende que as pessoas não partem do mesmo lugar e que enquanto alguns começam com vantagens, outros começam com barreiras.
Sistemas hierárquicos tradicionais estão perdendo espaço para modelos de empresa mais flexíveis, participativos e focados em exposição, engajamento e cocriação, colaboração e competição. Cada vez mais a retenção do talento humano está na ordem do dia nas empresas.
Mais do que reter pessoas, é necessário engajá-las e motivá-las para novos desafios e novas metas, nunca alcançadas. A liderança assume um papel de mentoria e orientação colaborativa, abandonando as visões puramente impositivas. Em tempos de mudança exponencial motivada pelo avanço tecnológico, as empresas adotarão estruturas mais flexíveis, menos hierarquizadas e principalmente capazes de se adaptar na mesma velocidade em que os mercados e os clientes mudam.
Mais do que as competências técnicas, as comportamentais e as de gestão surgem como preponderantes na preparação dos gestores do presente e do futuro, alterando as lógicas de gestão, liderança e treinamento.
Está provado que pessoas felizes produzem mais, são mais criativas e conseguem resultados surpreendentemente melhores do que pessoas cujo estado de espírito é considerado como um estado neutro ou negativo. E para garantir um ambiente saudável que possibilite melhores índices e melhores performances, é necessário garantir o equilíbrio das competências técnicas com as comportamentais e as de gestão, incluindo de forma permanente e efetiva a gestão dos chamadas soft skills.
A segurança psicológica diz respeito a um ambiente detentor de um clima no qual as pessoas se sentem confortáveis para falar as suas opiniões e compartilhar experiências e ideias. Dessa forma, todos ficam tranquilos e seguros para se expor diante de outros colaboradores da empresa. Essa possibilidade se torna cada dia mais importante quando se trata de inovar ou apenas lidar com os contextos de mudança que estamos vivendo.
Um dos muitos significados da palavra autenticidade é “aquilo que é verdadeiro”. A pessoa que age com verdade expressa os seus sentimentos e opiniões sem temer retaliação. Ela não possui segundas intenções e, quando quer alguma coisa, expressa a sua vontade para que não haja desentendimentos futuros.
Na gestão, um clima autêntico reforça a inovação e a relevância das empresas nos mercados. Tal atitude obriga a uma mudança de valores culturais na busca de maior autonomia e flexibilidade (mas também de autorresponsabilização) de todos.
A adoção de soluções tecnológicas tem aumentado a discussão sobre o quanto a automação pode eliminar empregos, mas a realidade nos mostra que a automação ocorrerá de qualquer forma.
A chegada dos smart watches mudou a forma como passamos a entender a tecnologia ao serviço das pessoas. Gadgets vestíveis são hoje lugar-comum, mas, no futuro, o que hoje é usado no corpo estará embutido nele. Chips farão parte das nossas vidas, abrindo um mundo de oportunidades para quem conseguir utilizar essa informação e alimentar a sua base de conhecimento para decidir quais iniciativas deve aplicar.
A evolução tecnológica, a mudança do comportamento do consumidor, a turbulência política e a incerteza econômica reafirmaram aos gestores a importância da adaptabilidade (a capacidade de se mover rapidamente em direção a novas oportunidades, se ajustar a mercados voláteis e evitar complacências), sem prejudicar o negócio atual. Para uma empresa ter sucesso a longo prazo, ela precisa dominar a adaptabilidade e o alinhamento – um atributo que às vezes é conhecido como ambidestria.
A cultura ágil vem ajudando muitas equipes a encarar a imprevisibilidades por meio de entregas incrementais e ciclos interativos, sendo uma alternativa aos métodos tradicionais. Essa capacidade gera vantagem competitiva e reflete uma abordagem estratégica mais flexível, que transformará o planejamento e a gestão tradicionais.
Com a velocidade do avanço do conhecimento humano, é fácil perceber o quanto nos desatualizamos em tão pouco tempo. A educação formal, que, antigamente, se garantia com uma graduação e um MBA, já não é mais fator de diferenciação. Estar antenado e preparado para o futuro nos obriga a uma educação continuada que consiga manter uma base permanente de conhecimento sobre o que está acontecendo no mundo, no mercado e nas empresas.
É provado, ano após ano, que os gestores de sucesso são aqueles que olham para fora, identificam cenários e tendências e, munidos desse conhecimento, se viram para dentro para desenvolver iniciativas alinhadas com o que os mercados estão solicitando. Mais que uma metodologia, essa é uma mentalidade que se propõe a inovar por meio das tendências.
Conhecer o cliente, identificar as suas necessidades e descobrir a tarefa para a qual somos contratados são iniciativas que farão a diferença na gestão de portfólios, estratégias de comunicação e de relacionamento futuros. Branding é definido como o conjunto de ações que a empresa define em termos de marketing e comunicação, alinhadas com o seu propósito, posicionamento e valores defendidos e que visam a fortalecer a relação e reputação com os clientes. Em um mundo onde as marcas são cada vez mais importantes, a diferenciação delas estará mais centrada na sua capacidade de contar histórias verdadeiras e que se conectem emocionalmente com o seu cliente. Para as marcas, é fundamental essa abordagem.”