Nossa capacidade de avaliar os vários aspectos das questões parece estar seriamente comprometida. Enfrente a ambivalência em três lições práticas (e nada fáceis)
Um dos eventos que mais será lembrado sobre os Jogos Olímpicos de Tóquio é a decisão da ginasta Simone Biles de se retirar de várias competições – e então retornar para receber uma medalha de bronze. A cobertura midiática da decisão de Biles foi semelhante à que a tenista japonesa Naomi Osaka vivenciou depois de deixar o French Open de 2021. De um lado, pessoas as elogiavam por priorizarem a saúde física e mental. De outro, as criticavam por não manterem seus compromissos.
Embora as notícias sobre esses eventos mais elogiassem as duas esportistas por sua coragem, a reação inicial do público em geral foi a mesma: todos tinham certeza de que havia apenas uma maneira de entender essas ações. A possibilidade de que as decisões tivessem vindo após a ponderação de vários fatores e prioridades igualmente importantes raramente, ou nunca, foi considerada.Empresas enfrentam essas mesmas reações polarizadas em decisões controversas. Em 2012, a JC Penney foi alvo de um boicote da conservadora American Family Association por contratar a atriz lésbica Ellen DeGeneres como sua porta-voz. O mesmo ocorreu com os biscoitos Oreo quando criaram uma embalagem nas cores do arco-íris para as celebrações do Orgulho LGBTQI+. Hoje, o que está na ordem do dia são conversas sobre se as organizações devem manter as pessoas trabalhando em casa ou fazê-las retornar aos seus escritórios físicos. As paixões de lado a lado resultam em indivíduos confrontando ou mesmo difamando pessoas que defendem a política oposta.