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Aperte START: como os games te ajudam a entrar no futuro

Empresas têm adotado conceitos do universo dos games para melhorar diversos aspectos de suas operações

Claudia Muchaluat
19 de julho de 2024
Aperte START: como os games te ajudam a entrar no futuro
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Se você pensa que videogame é coisa (apenas) de adolescentes, faço um convite à reflexão. Os gamers de trinta anos atrás cresceram e transformaram a indústria dos jogos eletrônicos em uma das maiores e mais lucrativas do mundo. No Brasil, a maior parte dos jogadores de videogame têm entre 30 e 39 anos, e muitos ocupam posições de destaque no ambiente corporativo.

O Brasil é o maior mercado gamer da América Latina, com mais de 100 milhões de jogadores, e ostenta um crescimento acima do verificado em países como EUA, Japão e Coreia do Sul. Mas se engana quem pensa que o Brasil é apenas consumidor. Somos uma potência também entre os países que mais contribuem para o crescimento de uma indústria que já movimenta por aqui R$13 bilhões por ano. As mais de mil empresas brasileiras operando neste setor desenvolvem jogos que se tornaram sucesso global.

No mundo, 3,2 bilhões de pessoas jogam games, gerando, segundo a consultoria Newzoo, um faturamento de US$184 bilhões no ano passado – e a expectativa é de crescimento de 60% até 2026, atingindo um faturamento global de US$ 331 bilhões. Então, não é surpresa perceber que os games se transformaram em um fenômeno cultural.

Corujando nossa empresa, e Gordon Moore com sua lei de Moore não me deixaria mentir, Intel é uma das pioneiras em inovação, E também a vejo como pioneira no universo geek, desbravando-o com patrocínios, embaixadores de marca, licenciamento, produtos, criação de conteúdo, campanhas de marketing dentro dos próprios games e até mesmo eventos de e-Sports. É o caso do Intel® Extreme Masters (IEM), que acontecerá no Rio entre os dias 7 e 13 de outubro com a expectativa de superar os 28,4 milhões de espectadores da edição anterior.

O impacto é tanto que vai além do segmento de jogos. De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2024, 57% dos entrevistados preferem adquirir produtos de empresas que se envolvem com o universo gamer. E 70% valorizam marcas que patrocinam times, eventos e torneios. Os gamers são abertos para a publicidade: 74,3% apreciam vídeos publicitários em transmissões patrocinadas, pois se sentem representados e gostam de ver seus ídolos sendo valorizados.

Gamificação nos negócios

Diante de um público tão engajado e exigente, a tecnologia se torna cada vez mais inovadora e o mercado precisa acompanhar. Empresas têm adotado conceitos do universo dos games há um bom tempo para melhorar diversos aspectos de suas operações. Elementos de gamificação podem ser utilizados com pontuação e tabelas de ranking, em sistemas de treinamento, ou team building, com atividades em grupo, por exemplo, e podem ajudar a melhorar a motivação e participação dos colaboradores.

Os games são uma forma única de entretenimento, exigindo atenção, habilidade e imersão, levando a experiências profundamente pessoais e gerando uma conexão genuína e com muita emoção envolvida. E todas essas qualidades podem ser levadas ao ambiente corporativo – o aprendizado se torna mais interativo e divertido, tarefas mundanas podem se tornar desafios envolventes, e as pessoas desenvolvem habilidades valiosas de trabalho em grupo, colaboração e solução de problemas.

Além de influenciar a inovação tecnológica com lançamentos de soluções e hardwares para games e e-Sports, o segmento também impulsiona a transformação digital, trazendo tecnologias como a inteligência artificial. A IA Generativa já está sendo usada para criar cenários mais realistas e diálogos mais imersivos nos jogos, por exemplo.

O futuro, assim como a tecnologia, tem um potencial infinito para transformação e inovação. Cabe às empresas pensar em novas formas de como utilizar essas soluções; a IA pode ter chegado agora, mas somos nós, as pessoas, que criamos aplicações criativas e revolucionárias para esse tipo de ferramenta, que são capazes de transformar vários aspectos de nossas vidas.

Por meio dos jogos, é possível criar experiências cada vez mais individuais, com narrativas e atividades que podem se conectar em um nível emocional com os colaboradores e a liderança – e, por consequência, criar um ambiente que é mais diverso, receptivo, criativo e inclusivo. E você, já apertou o START?

Claudia Muchaluat
É presidente da Intel Brasil, com mais de 25 anos de experiência no setor de tecnologia, tendo atuado anteriormente como partner da IBM Consulting – foi a primeira chief digital officer (CDO) da IBM América Latina, liderando a transformação digital da empresa. Muchaluat é formada em engenharia eletrônica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com mestrado em administração de empresas pela PUC-RJ, MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral (FDC) Em 2023 foi nomeada uma das 100 mulheres mais inovadoras do Brasil pela “Época Negócios”.

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