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A nova era dos pagamentos

Payments 4.X, tecnologia baseada em sensores, visão computacional e deep learning juntam-se à disrupção causada pelo Pix e pelo open finance

Capgemini + MIT SMR Brasil
15 de julho de 2024
A nova era dos pagamentos
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Há uma revolução em curso no mercado de pagamentos – o avanço do Pix e do open finance são provas disso. Para dimensionar o impacto dessa transformação, uma pesquisa recente projetou o cenário para o uso do dinheiro em espécie. Descobriu que, até 2024, ele representará menos de 10% dos pagamentos em lojas nos Estados Unidos – e 13% daqueles em escala global. A informação é do estudo Payments Top Trends 2022, elaborado pelo Capgemini Research Institute.

“Cada vez mais os meios de pagamento não serão físicos, e sim pelo celular. Isso está diretamente relacionado ao crescimento do e-commerce e às soluções que surgem no varejo físico”, afirma Roberto Kanter, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo ele, a digitalização do varejo tradicional está relacionada à tentativa de tornar a experiência de compra nas lojas de rua tão natural quanto no ambiente virtual.

A nova era dos pagamentos institui a fluidez nas experiências de compra. Assim sendo, os pagamentos passam a ser “invisíveis”, inseridos na dinâmica do dia a dia. É o início da era chamada de Payments 4.X, uma tendência que já é realidade nas lojas Amazon Go e Amazon Fresh, nos Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo. Ao “autenticar” sua entrada nas lojas com o aplicativo, basta o cliente pegar o que quiser e ir embora. Não à toa, a tecnologia baseada em sensores, visão computacional e deep learning se chama Just Walk Out (apenas saia andando, em tradução livre). Em seguida, a listagem dos produtos e o recibo chegam por e-mail. E os dados de pagamento já estão cadastrados no app.

Desafios

Ser invisível não é fácil, no entanto. Esta nova geração de métodos de pagamento exigirá que as empresas e bancos reforcem as tecnologias de identificação dos consumidores, sem que as etapas de verificação se tornem maçantes para o usuário. Será preciso também investimento pesado em cibersegurança, privacidade e prevenção de fraudes. “Os bancos precisam intensificar o uso de dados com Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para detectar comportamentos atípicos e também para poder extrair conhecimento”, aponta Fabio Cossini, account executive da Capgemini.

Neste processo, hiperpersonalização e cibersegurança caminham juntas. Isso porque as informações que vêm dos pagamentos dizem muito sobre quem é o cliente, de forma individualizada. Hoje, estes dados estão nas mãos das lojas – e das big techs, como Google e Meta (ex-Facebook). Atualmente, as grandes empresas de tecnologia estão apostando alto no setor por meio de investimentos em paytechs e parcerias com bancos. Uma das motivações para que elas façam isso, segundo o estudo da Capgemini, é capturar e manter os usuários de pagamentos dentro dos seus próprios ecossistemas. E o mercado sente o impacto. Cerca de 72% dos bancos consideram as big techs uma liderança competitiva.

“Eu confio muito na solidez dos bancos tradicionais para o meu momento de vida, mas adoro a experiência que as big techs me oferecem no dia a dia para o meu estilo de vida. Conjugar as duas me traria tranquilidade e uma experiência melhor”, exemplifica Cossini.

Em termos de parceria, as big techs podem dar aos bancos a expertise em inteligência de dados e experiência do consumidor. Por que isso é tão importante para os bancos? Porque a era dos Payments 4.X segue firme na tendência de centralidade do cliente – modelo de negócio em que o cliente está no centro da estratégia e das inovações.

O dinheiro tá on?

É fato que a pandemia acelerou a adesão das transações digitais. Os métodos tradicionais – dinheiro, cartão, cheques – cederam lugar a dinâmicas mais práticas e instantâneas, como é o caso do Pix, carteiras digitais, cartões virtuais e experiências de compra contactless. A futura implementação da internet 5G nos deixa ainda mais autônomos, tanto digital quanto financeiramente. Tais fatores aprofundam a discussão da adoção da CBDC (Central Bank Digital Currency). É como se o Banco Central, em vez de imprimir notas e cunhar moedas, gerasse e distribuísse dinheiro digital.

A sigla surge como uma alternativa para inibir lavagem de dinheiro, incrementar a inclusão financeira e também frear a possível hegemonia das criptomoedas privadas, que ameaçam a estabilidade do mercado financeiro tradicional. Uma vez que 45% dos consumidores entrevistados pelo estudo da Capgemini afirmaram ter intenção de usar pagamentos em criptomoedas em um ou dois anos, o alerta está dado para as nações.

Nos Estados Unidos, França, Suécia e Rússia, projetos piloto de CBDCs já estão em curso, enquanto Canadá e União Europeia (UE) começaram a planejar as fases de testes da moeda digital. No ano passado, Nova Zelândia e Argentina demonstraram interesse no tema. No Brasil, a criação do real digital é estudada pelo Banco Central desde 2020. No ano passado, a autoridade monetária chegou a publicar as diretrizes que irão nortear a criação da moeda brasileira.

Engana-se, no entanto, quem pensa que o dinheiro digital das federações é uma criptomoeda. “Elas até podem ter proteção de blockchain. Mas para serem emitidas precisam de lastro, da mesma forma que o dinheiro físico”, aponta Kanter, da FGV. No futuro, a tendência é termos mais CBDCs do que papel moeda. Assim, é possível diminuir os custos de impressão de dinheiro e transferir parte do volume em circulação para a moeda digital. E você, já imaginou como usará o dinheiro no futuro?”

Capgemini
A Capgemini é uma empresa líder em parcerias estratégicas para transformação e gestão de negócios, utilizando tecnologia para liberar seu valor. Com mais de 50 anos de experiência global, oferece soluções abrangentes desde estratégias até operações, com especialização em nuvem, dados, inteligência artificial e outras tecnologias emergentes.

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