Entenda como o organograma pode melhorar a gestão de equipes, trazendo clareza nas funções e facilitando decisões na sua empresa.
Você já deve ter organizado uma reunião para discutir novas estratégias com sua equipe. E, no decorrer da conversa, começa a perceber que há dúvidas sobre responsabilidades e como as áreas se conectam. A comunicação se perde e as decisões demoram a ser tomadas. Isso acontece quando a estrutura da empresa não é clara para todos.
É aí que entra o organograma, o desenho da estrutura da organização. Ele ajuda a equipe a visualizar, de forma prática, quem faz o quê e a quem recorrer para tomar decisões. Com isso, o trabalho flui melhor e todos sabem como contribuir para os resultados da empresa.
Neste artigo, abordamos o papel do organograma na gestão de equipes, destacando como essa ferramenta visual oferece clareza nas funções e hierarquias.
Além disso, exploramos os principais tipos de organograma — vertical, horizontal e matricial — e analisamos como cada um se adapta a diferentes necessidades organizacionais, contribuindo para uma atuação coordenada e eficiente em direção aos objetivos da empresa.
O organograma é uma ferramenta visual que representa a estrutura interna de uma empresa, ilustrando as relações hierárquicas e a distribuição de responsabilidades entre departamentos e cargos. Com ele, é possível visualizar, de forma prática e organizada, como as funções se distribuem na empresa, facilitando o entendimento de quem é responsável por cada área ou atividade.
Cada empresa possui uma dinâmica de trabalho única, e o organograma pode ser ajustado de acordo com suas necessidades específicas. Existem diferentes modelos de organograma que variam conforme a complexidade da estrutura organizacional e o estilo de liderança adotado.
A seguir, veremos os três tipos mais utilizados e como eles podem ajudar a melhorar a organização da sua empresa.
O organograma vertical é um dos mais tradicionais e amplamente usados em empresas hierárquicas. Nele, os cargos são distribuídos em uma hierarquia clara, com os gestores no topo e os colaboradores em posições inferiores.
“As empresas hierárquicas têm suas origens nas organizações militares. A pirâmide de comando-e-controle se baseia no fluxo de comando de cima para baixo, e no fluxo de controles e informação (teoricamente) de baixo para cima”, explica o coach e headhunter Augusto Dias Carneiro, colunista de MIT Sloan Management Review Brasil e autor do livro Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial, no artigo “E o tal do organograma?“.
Esse tipo de organograma é ideal para empresas que possuem uma estrutura organizacional bem definida, com vários níveis de liderança. Por exemplo, uma empresa com divisões de setores e gestores de nível médio pode se beneficiar desse modelo, que facilita a supervisão e a delegação de tarefas.
Já o organograma horizontal apresenta uma abordagem menos hierárquica, distribuindo as funções de maneira mais linear. Aqui, a ênfase é colocada na colaboração entre os diferentes departamentos, ao invés de uma cadeia rígida de comando.
Esse tipo de estrutura é comum em empresas que adotam modelos de gestão mais flexíveis, em que as decisões são tomadas de forma conjunta, como startups ou organizações que prezam por um ambiente de trabalho mais dinâmico e participativo.
O organograma matricial combina elementos das estruturas vertical e horizontal, resultando em uma configuração mais flexível e dinâmica. Nesse modelo, os funcionários podem se reportar a mais de um supervisor e trabalhar em vários projetos simultaneamente. Jay R. Galbraith, especialista em design organizacional, explica que as empresas matriciais foram criadas para dar às pessoas mais próximas dos problemas o poder e a informação necessários para resolvê-los. Em vez de seguir uma estrutura rígida de comando, elas operam como uma rede na qual os funcionários podem ter tanto um chefe operacional quanto um administrativo.
Um organograma bem estruturado facilita a identificação de lacunas nas equipes, permitindo que os líderes e profissionais de recursos humanos percebam onde faltam talentos ou competências essenciais. Essa visão clara da hierarquia ajuda na tomada de decisões estratégicas, na delegação de tarefas e no ajuste das equipes para garantir uma operação eficiente.
Além disso, com uma distribuição clara de papéis, a comunicação interna flui melhor, já que todos sabem para quem reportar e como colaborar dentro da estrutura organizacional.
Criar um organograma eficiente requer planejamento e a escolha correta de ferramentas que ajudem a refletir com precisão a estrutura da empresa. A seguir, alguns passos essenciais para garantir que seu organograma seja funcional e facilite a gestão das equipes.
O primeiro passo para criar um organograma eficiente é listar todos os cargos e departamentos da empresa. Isso assegura que o diagrama reflita de forma clara e precisa as funções e responsabilidades de cada colaborador, facilitando a compreensão das hierarquias e o alinhamento entre as áreas. Sem essa definição inicial, o organograma pode perder sua eficácia ao deixar de representar corretamente a estrutura organizacional.
A escolha do tipo de organograma deve estar alinhada ao modelo de gestão da empresa. Como discutido anteriormente, um organograma vertical pode ser ideal para empresas com hierarquias bem definidas, enquanto um organograma horizontal favorece modelos de gestão mais colaborativos.
Para organizações com múltiplos projetos e supervisores, o organograma matricial pode ser a escolha mais eficiente. Definir qual tipo se adapta melhor à sua operação garante um diagrama mais útil e ajustado à realidade da empresa.
Hoje, diversas ferramentas tornam o processo de criação de um organograma mais fácil e rápido. Plataformas como Microsoft Office, Canva e Lucidchart oferecem modelos prontos e personalizáveis, permitindo que as empresas criem organogramas detalhados e ajustados às suas necessidades. Essas ferramentas não só simplificam o processo de criação, como também permitem atualizações frequentes, acompanhando as mudanças na estrutura organizacional.
Um organograma claro vai além de um simples diagrama de hierarquia. Ele é uma ferramenta estratégica indispensável para líderes que buscam navegar pela complexidade organizacional com eficiência. Richard Rumelt, em seu livro Good Strategy Bad Strategy, ressalta que a estrutura organizacional não deve ser um fim em si mesma, mas sim um meio para executar uma estratégia eficaz. Com um organograma bem elaborado, os gestores conseguem visualizar como os recursos estão distribuídos, identificar gargalos e otimizar o fluxo de trabalho.
Sua maior força, porém, está na flexibilidade. Gary L. Neilson, vice-presidente sênior da Booz Allen Hamilton, e Bruce A. Pasternack, presidente e CEO das Olimpíadas Especiais sediadas em Washington, afirmam em Results: Keep What’s Good, Fix What’s Wrong, and Unlock Great Performance que uma organização se torna realmente eficiente quando aqueles mais próximos dos problemas têm poder para resolvê-los. Estruturas rígidas que centralizam decisões nos níveis superiores tendem a falhar em um ambiente de mudanças constantes.
Um organograma eficaz deve ser dinâmico, adaptando-se às novas demandas e promovendo a fluidez das ideias. No final das contas, ele não é apenas uma representação da estrutura atual, mas uma peça-chave para moldar o futuro da organização, ajustando-se sempre que necessário para garantir sua competitividade e sucesso.
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