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ECONOMIA 5 min de leitura

É o clima, estúpido!

A negligência em agir custará muito caro, tanto em vidas humanas quanto em prejuízos financeiros

Daniela Garcia
19 de fevereiro de 2025
É o clima, estúpido!
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A famosa frase “É a economia, estúpido!” – criada por James Carville, estrategista político norte-americano, para comentar o resultado positivo da eleição de Bill Clinton em 1992 – precisa de uma atualização urgente: “É o clima, estúpido!”.

A crise climática já não é uma ameaça futura, mas uma realidade devastadora. O caso dos incêndios na Califórnia, neste início de 2025, é emblemático.

De acordo com estimativas da AccuWeather, que fornece dados relacionados aos prejuízos climáticos sobre os Estados Unidos, as perdas financeiras causadas pelos incêndios variaram entre US$ 52 bilhões e US$ 57 bilhões, afetando 130 mil pessoas que precisaram abandonar suas casas. Considerados os piores da história de Los Angeles, os incêndios também deixaram dez mortos, além de destruir milhares de hectares de florestas e residências​.

No Brasil, os efeitos da crise climática também foram severos em 2024. Chuvas intensas e períodos de seca extrema, como os que ocorreram no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, causaram prejuízos agrícolas superiores a R$ 25 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses danos incluem perda de safras e aumento dos custos de produção, afetando diretamente a economia e a segurança alimentar​.

Impacto global

Globalmente, o impacto econômico de desastres climáticos também alcançou níveis recordes. Segundo a Munich Re, uma das maiores resseguradoras do mundo, os danos econômicos em 2024 ultrapassaram US$ 140 bilhões. A maior parte desse montante foi causada por incêndios florestais, ciclones tropicais e inundações, evidenciando a relação direta entre o aquecimento global e a frequência de eventos extremos​.

Além dos custos econômicos, a crise climática cobra um preço incalculável em vidas humanas e degradação ambiental. Os incêndios na Califórnia, por exemplo, resultaram em emissões massivas de dióxido de carbono, agravando ainda mais a crise global. A destruição de habitats naturais em áreas como Pacific Palisades é um lembrete da interconexão entre as crises climáticas, econômicas e sociais.​

No setor corporativo, a resposta tem sido insuficiente. A promessa de um “capitalismo verde” ainda não resultou em reduções substanciais de emissões, como evidenciado pela falta de progresso nas metas climáticas globais.

Muitas empresas continuam a priorizar lucros de curto prazo em detrimento de ações climáticas efetivas​.

Tecnologias como energia solar e eólica são indispensáveis, mas precisam ser integradas a políticas públicas robustas e globais. A transição para uma economia sustentável exige reformas estruturais e cooperação internacional. Sem isso, o custo humano e econômico dos desastres climáticos continuará aumentando​.

Apoio a países vulneráveis

A COP30, prevista para ocorrer no Brasil em 2025, será um momento crucial para reposicionar a crise climática no centro das decisões políticas. É preciso apoiar países em desenvolvimento, frequentemente os mais vulneráveis às mudanças climáticas, com recursos financeiros e tecnológicos para enfrentar a crise​.

É essencial reconhecer que as mudanças climáticas não são apenas um problema ambiental, mas uma questão de justiça social e econômica. A negligência em agir custará muito mais caro, tanto em vidas humanas quanto em prejuízos financeiros​.

Precisamos de lideranças cada vez mais bem preparadas para tomadas de decisão que se orientem para impacto positivo. Os mindsets de longo prazo, de circularidade, de proteção ambiental e social precisam estar presentes em tempo integral na mesa da gestão e na pauta dos conselhos de administração.

Mudanças climáticas geram risco de negócios imediatos e riscos reputacionais intensos às marcas, mas que podem ser mitigados com decisões ponderadas e um olhar mais cuidadoso.

Com o aumento da frequência de desastres, a mensagem é clara: a crise climática é a questão definidora do nosso tempo. Não se trata apenas de salvar o planeta, mas de proteger a humanidade e garantir um futuro habitável. 

É o clima, estúpido – e a inação não é mais uma opção​.

Daniela Garcia
Daniela Garcia é CEO do Capitalismo Consciente Brasil. Profissional com 30 anos de experiência em operações B2B2C, atuando nos três setores da economia. Diretora de Vendas e Atendimento Digital por duas décadas, especialista em estratégias digitais desde 1996. Estrategista focada em Customer Experience e ESG. Primeira mulher CEO do Capitalismo Consciente no Brasil, articuladora de negócios entre segundo e terceiro setor, especializada em desenho de projetos de impacto socioambiental. Sempre entusiasmada em continuar a jornada criando experiência e soluções inovadoras e socialmente responsáveis.

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