A querida colega Abbie Lundberg, editora-chefe da nossa revista-mãe (a MIT SMR americana), escreveu recentemente o seguinte:
“Em tempos de incertezas, as pessoas buscam o conforto do controle. A ‘teoria do controle compensatório’, desenvolvida por pesquisadores em 2009, sugere que, quando as pessoas sentem falta de controle em seu universo, elas frequentemente tentam restaurá-lo com ordem e estrutura’”.
Com gestores mais reticentes que de costume à inovação aberta, Abbie justificou assim o novo Report especial sobre inovar com outsiders.
Porém… será que o raciocínio da Abbie se aplica tal e qual para nós? Em 2024 só 38% das nossas inovações nasceram fora das fronteiras das empresas, e em 2011 já era assim – 37%. Ou seja: não são as incertezas atuais que provocam “a busca do conforto do controle”; parece ser um padrão comportamental. Segundo Hugo Tadeu, diretor de inovação na FDC, continuamos a estar na contramão da inovação global, uma vez que esta hoje prioriza parceiros de fora para crescer e gerar valor.
Faço conjecturas: a “outsider da inovação” Katalin Karikó, que para mim é a personagem-símbolo desta edição, talvez enfrentasse ainda mais dificuldades no Brasil do que enfrentou nos EUA. Ao menos, essa foi a sensação com que fiquei ao ler a reflexão do tipo “wake-up call” de três experts de inovação brasileiros – Bruno Stefani, Max Carlomagno e Paulo Emediato.
(Para quem não se lembra, Karikó é a cientista húngara que desenvolveu a teoria sobre o RNA mensageiro e viabilizou a vacina contra a covid-19 em tempo recorde, a quem a Academia Sueca concedeu um Nobel em 2023 e a quem nós devemos eterna gratidão.)
Enfim, nesta revista digital, trazemos todas as ferramentas para que as empresas lidem “controladamente” [risos] com um controle menor, de adaptações no processo de design thinking aos modos estruturados de se proteger mais em alianças. E o artigo sobre como embarcar propósito em toda a arquitetura organizacional, escolha da colega Lara Silbiger, ajuda no esforço.
Sobre a edição premium. A revista digital nº 34 que você tem na tela é a MIT Sloan Management Review Brasil Brasil encorpada, que foi malhar na academia. [risos] Ela traz os artigos inéditos mensais (relativos ao continuum março/abril) e também os conteúdos das edições 32 e 33, tudo organizado de uma maneira nova e com adendos de conteúdo para proporcionar uma experiência de navegação mais fluida e estratégica aos assinantes.
Por que fizemos isso? Antes de mais nada, você precisa nos dizer (AQUI por favor) se gostou dessa solução, porque nós partimos de uma hipótese formulada a partir de feedbacks recebidos, mas queremos checar.
Nossa hipótese vem de que, com a falta de tempo crônica que todos sofremos, a leitura mensal agiliza o rotina de aprendizados de gestão, sim, mas faz falta um material mais denso, como o de algumas das principais publicações de gestão do mundo, que têm periodicidade trimestral justamente para oferecer conteúdo em quantidade que gere profundidade.
E por que somamos os conteúdos anteriores, ainda que com adendos e reorganizações, em vez de fazê-los todos inéditos? Recorro a Heráclito e Ebbinghaus para responder. O filósofo grego Heráclito dizia que “nenhum homem jamais entra no mesmo rio duas vezes, pois não são as mesmas águas e ele não é o mesmo homem”. E o psicólogo alemão Ebbinghaus nos ensinou sobre a curva do esquecimento, o que torna a estratégia da repetição o melhor modo de aprendermos. Gostou da ideia?
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