Uma bioeconomia apoiada em recursos da indústria 4.0 exige um corpo de conhecimentos próprio; conheça duas iniciativas inovadoras
Qualificar pessoas da região para entender de Amazônia com métrica, ciência e compromisso social e ambiental.” Foi assim que Cleinaldo de Almeida Costa, reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), definiu o papel da Rainforest Social Business School (RSBS), no lançamento oficial do curso de pós-graduação lato sensu Gestão de Negócios da Floresta Amazônica, em 23 de julho de 2021. O programa tem duração de 18 meses e é online – é ministrado em Manaus, mas engloba centros de ensino da UEA localizados em 13 municípios. A primeira turma tem 168 alunos inscritos, todos eles amazônidas que tiveram de explicar sua ideia de negócio em vídeo para poder ser inscrever. O currículo apresenta conhecimentos e técnicas de gestão e empreendedorismo para negócios que aproveitem recursos oriundos da floresta, das águas, de ecossistemas e populações da Amazônia, e olhem para oportunidades geradas pela quarta revolução industrial. Espera-se que os formados sejam capazes de construir cadeias de valor diferentes de tudo que se conhece, comprometidas com a conservação da floresta em pé e com a valorização das comunidades que nela vivem.
A escola de negócios é o primeiro passo de um ambicioso projeto de capacitação para a geração de novos negócios ligados à bioeconomia da floresta em pé e à fluência dos rios da bacia da Amazônia. Esse projeto, articulado pelos cientistas Carlos e Ismael Nobre e pela antropóloga Maritta Koch-Weser, entre outros, está progredindo em seus três grandes blocos: a Rainforest Social Business School e a oferta de cursos diversos; o Instituto de Tecnologia (AmIT), que permitirá o avanço de pesquisas mais aprofundadas desse ecossistema; e os laboratórios criativos e biofábricas, que também servem à educação.