Paris enfrenta a missão de sediar as Olimpíadas mais inclusivas já realizadas e um novo nível de experiência para o público, atletas, organizadores e fãs ao redor do mundo. Tudo isso com IA
Depois de um século, Paris volta a sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Mais de 15 milhões de espectadores, cerca de 10,5 mil atletas representando mais de 200 nações, orçamento estimado em 9 bilhões de euros e previsão de 1 bilhão de pessoas assistindo à cerimônia de abertura deste evento. Os números dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 superam outras grandes competições, como a Copa do Mundo e o Super Bowl, e impressionam. Porém, olhando para os 100 anos que separam os Jogos de 1924 e os de agora, eu diria que há algo ainda mais impactante no legado que uma olimpíada traz para a sociedade: a tecnologia que torna tudo possível.
Sim, além de serem uma das maiores vitrines do mundo para marcas, os Jogos Olímpicos também são vitrine incomparável para a tecnologia. O Comitê Olímpico Internacional (COI) promove a inovação, e com os Jogos de Paris 2024 começando oficialmente hoje, a tecnologia mostrará seu potencial para beneficiar atletas e treinadores, bem como proporcionar novos níveis de engajamento para fãs, organizadores e espectadores ao redor do mundo.
Mais do que o desafio de superar Tóquio 2020 (realizada em 2021) em termos tecnológicos, Paris 2024 enfrenta a missão de ser a olimpíada mais inclusiva da história. A cidade está implementando tecnologia de ponta para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência visual ou auditiva, tanto nas instalações olímpicas e paralímpicas como para seus espectadores. Da parte da Intel, posso dizer que nossas soluções de inteligência artificial, presentes no processador Intel Xeon, também impulsionarão os avanços na acessibilidade universal para os deficientes visuais. Elas recriarão em Paris modelos 3D das instalações do Centro de Alto Desempenho do Team USA nos Estados Unidos e da sede mundial do Comitê Paraolímpico Internacional, localizada em Bonn, Alemanha, permitindo a navegação com voz por meio de um aplicativo de smartphone baseado em câmera.
Paris 2024 também será a primeira olimpíada em que os “serviços de radiodifusão olímpica” (OBS, na sigla em inglês) irão oferecer um novo nível de experiência audiovisual para os espectadores. Isso será feito com processadores Intel alimentando o fluxo de trabalho de transmissão definido por software de 8K de ponta a ponta, um vislumbre do streaming de alta definição e baixa latência pela internet do futuro. Assim, qualquer pessoa que for assistir aos Jogos Olímpicos remotamente poderá ver 16 vezes a resolução da transmissão em HD.
São imagens com muito mais detalhes e nitidez graças ao poder de processamento que fornecemos com nossos servidores de transmissão otimizados para IA; eles codificam e compactam sinais ao vivo de 8K produzidos pelos serviços de radiodifusão e estes serão entregues aos detentores de direitos de mídia selecionados através da Internet aberta.
Em outras palavras, qualquer pessoa que assistir ao evento verá imagens muito mais detalhadas e nítidas. Isso será possível graças ao poder de processamento dos servidores de transmissão otimizados para IA da Intel. Nossos servidores codificarão e compactarão os sinais ao vivo de 8K produzidos pelos OBS, e esses sinais serão entregues pela internet aberta para os detentores de direitos de mídia. Importante: ,esmo sem ter um televisor 8K em casa, o espectador terá um streaming muito melhor.
Já quem assistir pessoalmente aos Jogos Olímpicos poderá se sentir um atleta olímpico. Usando recursos de IA e visão computacional, a “AI platform experience” da Intel proporcionará uma experiência imersiva e a oportunidade de usar tecnologias inovadoras para medir o desempenho de atletas reais e analisar suas práticas de exercícios para encontrar o esporte em que teriam melhor desempenho.
Todos que estiverem presentes – para se divertir, competir ou trabalhar – estarão conectados à plataforma. Mais de 12 mil telas conectadas, 8 mil terminais wi-Fi, 13 mil computadores e 400 mil quilômetros de fibra óptica estarão disponíveis.
A segurança será uma prioridade durante todos os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e contará com a inteligência artificial igualmente. Com o apoio do COI, Paris irá implantar recursos de IA com câmeras de vigilância para detectar situações de risco e proteger o público e os atletas. E o melhor é que a sustentabilidade também estará em foco: a vila olímpica de Paris adotará a estratégia de desperdício zero e utilizará energia 100% renovável.
Essa não é a primeira olimpíada para nós da Intel. Em edições anteriores dos Jogos Olímpicos, nossa empresa já acelerou a adoção de tecnologia 5G, realidade virtual (VR), drone e IA, em parceria com o COI, sempre para aprimorar a experiência olímpica. Mas, este ano, a IA estará na vanguarda, e a Intel, como parceira oficial da plataforma de IA para Paris 2024, apresentará experiências inovadoras para todos os públicos – para fãs, organizadores, atletas e espectadores ao redor do mundo.
Uma das inovações tem a ver com a tecnologia ser usada para identificar novos talentos dos esportes. Assim como os jogos olímpicos inspiram os próximos atletas, a tecnologia descobre os próximos atletas. Isso é fruto de uma parceria do COI com a Intel para desenvolver uma solução de plataforma de IA que analisa o potencial dos atletas do futuro – ou seja, crianças com aptidões esportivas.
Um estudo realizado em cinco aldeias do Senegal com mil crianças que fizeram treino básico de atletismo identificou 40 atletas promissores para competir nos Jogos Olímpicos da Juventude Dakar 2026 e outros grandes eventos. Para isso, foram usados algoritmos avançados de IA desenvolvidos pela Intel, o que resultou em programas de treinamento personalizados e orientação profissional para esses potenciais futuros campeões.
Outra inovação é que a Intel pretende espalhar a IA por todos os lugares nesta Olimpíada de Paris, inclusive para mostrar o legado histórico dos jogos olímpicos e paralimpícos. Como parceira oficial da plataforma de IA, desenvolveu e está testando uma solução de clonagem de objetos neurais para transformar vídeos de coleções olímpicas em artefatos digitais 3D, o que permitirá que o Museu Olímpico disponibilize algumas de suas coleções em ambientes digitais interativos. A tecnologia permitirá ainda que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo acesse ao site do Museu Olímpico para explorar peças e itens icônicos, como a tocha olímpica, medalhas e até mesmo as roupas e acessórios usados por atletas nos jogos.
As olimpíadas ao longo do tempo, e a de Paris em especial, não apenas transcenderam o objetivo inicial dos jogos olímpicos de se tornar algo muito maior que as competições esportivas em si; tornaram-se um local de inovação e desenvolvimento de novas soluções e tecnologias por excelência, soluções essas que podem ser aplicadas dentro e fora do universo dos jogos.
Não posso terminar minha coluna sem falar de outro importante protagonista deste grande espetáculo esportivo: o público. Nem os mais concorridos ou mais tecnológicos dos Jogos Olímpicos teriam sucesso e impacto se não fossem as pessoas e toda a cultura de celebração e conexão entre as diferentes nações que permeia este momento.
Quanta alegria e quanto orgulho me dá ver a Intel Corporation apoiando Paris 2024 e criando experiências imersivas para milhões de pessoas em todo o mundo. Celebrar o espírito olímpico, ou imergir nele, vai muito além de histórias de vitórias e derrotas, com as quais sempre temos muito a aprender. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos também nos lembram que podemos (e devemos) fazer isso juntos!
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