Passamos até um terço de nossas vidas trabalhando. O que podemos fazer para tornar isso mais agradável?
Esta é a primeira parte de uma série de artigos sobre felicidade no ambiente de trabalho.
Richard Layard tem a invejável ocupação de se dedicar ao estudo da felicidade. Aos 88 anos, o economista e professor da London School of Economics é coeditor de uma publicação mais ou menos anual das Nações Unidas que classifica países conforme seu nível de felicidade. Spoilers: Finlândia ganha quase todo ano, Suécia, Suíça, Noruega e Dinamarca se alternam nas quatro posições seguintes e o Brasil, em 2022, caiu de 35º para 38º.
Layard tem uma extensa bibliografia sobre a felicidade, em particular sobre como os sistemas de educação e de saúde podem contribuir para isso. Ele se dedica também a estudar a felicidade das pessoas quando estão trabalhando. Segundo o especialista:- Poucas coisas na vida nos assustam mais que a perspectiva de perder o emprego;- Muitas pessoas (65% em um estudo) não têm prazer no trabalho, ou porque é chatíssimo ou porque é vastamente cansativo;- Esta é surreal: ao serem perguntadas sobre quais são as piores horas que passam no trabalho, as pessoas, quase todas, respondem que é o tempo que passam com seus respectivos chefes;- 17% delas têm problemas de saúde mental relacionados com o trabalho,- Durante o total de suas vidas profissionais, 33% (uma pessoa em cada 3) sofrerá de incapacidade temporária ou permanente.
Então tem algo seriamente quebrado nesse mundo do trabalho, e a pandemia nos obrigou a ser mais criativos na busca de soluções. Lorde Layard nos dá duas sugestões:- Os chefes passam tempo demasiado obtendo resultados via ansiedade e medo e muito pouco via motivação, prazer e inspiração;- Em muitas empresas, os sistemas de remuneração e recompensa, por enfatizarem as realizações individuais sobre as coletivas, acabam fazendo as pessoas no trabalho competirem umas com as outras.
Na próxima coluna, vou mostrar como funcionam empresas em que trabalhar é um grande barato.
– Veja aqui uma entrevista que Layard deu para a McKinsey logo antes da pandemia– Steven Morris acha que beleza é um tema pouco explorado nas empresas. É o tema do livro recém-publicado The Beautiful Business: An Actionable Manifesto to Create an Unignorable Business with Love at the Core.- Yvon Chouinard, fundador da Patagonia, explica em três livros diferentes como criou uma empresa em que trabalhar é espetacular. Eu gosto muito de Let My People Go Surfing: The Education of a Reluctant Businessman–Including 10 More Years of Business Unusual.- Seth Godin escreve bastante sobre como identificar seus clientes-alvo e as pessoas para trabalhar com você para atendê-los. Meu favorito é Tribos: Nós Precisamos que Vocês nos Liderem.
Leia também a segunda parte: É possível ser feliz no trabalho?“