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Tecnologia e inovação

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Como manter a competitividade contínua na nuvem

Reimaginar interação com clientes e posicionamento de produtos é requisito para alcançar crescimento transformacional com recursos de computação em nuvem

Rodrigo Oliveira

31 de Janeiro

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Artigo Como manter a competitividade contínua na nuvem

O avanço da pandemia testou a resiliência das organizações. Como resultado, empresas de todo o mundo transferiram suas operações para a nuvem. Isso porque a computação em nuvem permite a utilização de recursos computacionais de forma remota. O processo é 100% digital.

É normal que a aquisição de equipamentos mais robustos tenha perdido o sentido. Afinal, a migração se mostrou uma alternativa eficiente para aprimorar o processamento de dados. Aliás, ao trilhar esse caminho, algumas empresas conseguiram até mesmo crescer em meio a um período marcado pela incerteza. Mas será que não falta mais nada?

Conforme pesquisa global da Accenture, as organizações projetam, no decorrer dos próximos três a cinco anos, o deslocamento de mais de dois terços de suas cargas de trabalho para a nuvem. Embora quase a totalidade das empresas entrevistadas tenha alguma presença na nuvem, somente 12%–15% (dependendo da região) relataram um crescimento realmente significativo a partir do uso da cloud.

Encarar a computação em nuvem como um destino finito é uma das explicações para a baixa performance. Em uma era de transformação compactada, as organizações precisam ampliar o próprio valor a partir de uma cadeia de recursos contínuos — não isolados.

Quem são os "competidores contínuos"

As organizações que não enxergam a nuvem como ponto final são capazes de desenvolver aplicações e serviços para maximizar o valor de um ambiente de cloud. São os chamados "competidores contínuos". Eles também contam com um melhor posicionamento frente a imprevistos. Isso porque encaram a nuvem como modelo operacional para a reinvenção permanente de seus negócios.

Redução de custos, inovação, velocidade de entrada no mercado, recursos aprimorados de venda cruzada e upsell. Essas são apenas algumas das vantagens resultantes da implantação de estratégias baseadas nas tecnologias de cloud.

Segundo o mapeamento da Accenture, baseado em entrevistas com quase 4 mil executivos C-suite de empresas públicas e privadas, quatro parâmetros ajudam a explicar o que se ganha ao obter a denominação de "competidor contínuo".

  • Inovação: empresas que apostam na continuidade de suas estratégias em nuvem são mais propensas a inovar e automatizar a cadeia de produção.

  • Eficiência: o grupo que aproveita a nuvem em sua totalidade é capaz de realizar cortes de custos maiores.

  • Lucratividade: os "competidores contínuos" sabem como determinar e bater metas mais ambiciosas — tanto operacionais quanto financeiras.

  • Responsabilidade social: organizações voltadas para o cloud continuum também são mais capazes de praticar a sustentabilidade.

Atitudes indispensáveis

É fato que a evolução financeira das organizações depende da transição de sistemas para a cloud. A redução de custos, inclusive, costuma ser a principal razão para a escolha. Mas há mais na nuvem do que economia. Por isso, o estudo da Accenture também recomenda quatro passos para alcançar a reinvenção contínua a partir da combinação de capacidades multicloud.

1. Defina o ponto de chegada: é preciso estabelecer uma estratégia clara. Quais são os valores centrais do negócio? O que esperar do futuro? Tomar consciência sobre as próprias forças e fraquezas determina como serão os próximos anos.

Na América do Norte, Ásia e América Latina, por exemplo, os "competidores contínuos" já tendem a demarcar metas operacionais e financeiras mais ambiciosas. E tudo indica que eles conseguirão cumpri-las.

2. Estabeleça práticas fundamentais: a agilidade ajuda a prosperar. A chave é combinar a adoção de tecnologia com práticas que permitam a transformação de áreas, a fim de acompanhar o ritmo das melhorias computacionais.

Hoje, os "competidores contínuos" adotam 25–80% mais tecnologias (variando conforme indústria e região). Dessa forma, atingem resultados superiores.

  1. Entregue experiências excepcionais: os "competidores contínuos" privilegiam investimentos em experiência. A combinação de human-centered design e tecnologias baseadas na nuvem possibilita a renovação de produtos e serviços, experiência dos colaboradores e modelos de distribuição.

  2. Cresça de maneira contínua: experimentação, inovação e crescimento estão entre as principais preocupações dos "competidores contínuos". O equilíbrio entre ambições e prioridades estratégicas é um fator crítico para implementar uma cultura de progresso na organização.

Em busca de consistência

Os "competidores contínuos" se destacam pela conciliação de duas qualidades: precisão na escolha da nuvem, como forma de atender às necessidades do negócio; capacidade de implementar práticas avançadas para alavancar essas tecnologias. Como consequência, impulsionam inovação e crescimento de modo importante.

Desencadear o potencial da nuvem é uma promessa para a geração de retornos substanciais. Contudo, uma série de cuidados são necessários para promover o desempenho ideal. Com o propósito de ajudar as empresas a firmarem um compromisso com a reinvenção, a Accenture elaborou uma seleção de práticas para alcançar a continuidade da nuvem.

Agilidade: acelere a expansão para mercados futuros, de novo e de novo.

Objetivos contínuos: o alinhamento é contínuo, não episódico.

Aplicativos que priorizam a nuvem: a nuvem é o ambiente natural dos desenvolvedores.

Transformação de talentos: comprima a transformação continuamente.

Experimentação de TI: transforme experiências de maneira constante.

Reconhecimento de escala: preveja o custo energético para a nova geração de serviços de IA em nuvem.

A pesquisa também mostra que não são apenas os nativos digitais que conseguem se movimentar com agilidade. Empresas como 3M, Startbucks e Roche são consideradas "competidores contínuos" pela Accenture, por exemplo.

Para avançar nesta jornada , é fundamental compreender o que a continuidade na nuvem pode fazer pela organização. A liderança também tem um papel importante na adoção e difusão da cultura cloud-first em toda a empresa.

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Autoria

Rodrigo Oliveira

É colaborador de MIT Sloan Review Brasil.

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