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ESG

4 min de leitura

Energia limpa é o novo motor do ESG na sua empresa

Para substituir um modelo de produção poluente por uma economia de baixo carbono, a transição energética é fundamental

Sandro Alexandre de Almeida

09 de Agosto

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Artigo Energia limpa é o novo motor do ESG na sua empresa

O ESG se tornou um verdadeiro imã de oportunidades. Cada vez mais, grandes fundos globais estão direcionando seus radares para países e empresas que seguem a cartilha da produção com responsabilidade social, ambiental e de governança. Os consumidores, por sua vez, também demonstram crescente interesse por produtos que chegam às prateleiras após cumprirem requisitos como respeito ao meio ambiente, ética e transparência.

Dentro do escopo do ESG, um item, em particular, tem levado governos e empresas a correrem contra o tempo: a produção limpa. Os estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que é fundamental que a sociedade reduza as emissões de gases de efeito estufa para que seja possível limitar o aumento da temperatura do planeta. Haverá consequências ambientais importantes se não mudarmos nosso modelo de produção. Precisamos substituir um modelo poluente por uma economia de baixo carbono, que gere menos gases de efeito estufa – e até mesmo zere tais emissões.

Nessa transformação, a energia tem um papel fundamental. Trata-se de um dos insumos mais importantes de uma economia, essencial para o funcionamento de indústrias, transportes, comércios e residências. Se conseguirmos optar por matrizes energéticas mais limpas, que emitem menos carbono ou cuja emissão seja zero, será uma vitória na corrida em favor do planeta – e do ESG corporativo.

A boa notícia é que o Brasil larga em vantagem nesta jornada. Com boa parte da geração vindo das hidrelétricas, temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Mais de 86% da energia é gerada por fontes renováveis, enquanto, no mundo, essa proporção é de aproximadamente 25%. Existem ainda outras fontes em pleno avanço no país, como a eólica, solar e a biomassa.

O Brasil já é signatário de acordos globais importantes como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris, e possui metas para ampliar ainda mais a geração de energia limpa. Há um interesse crescente de toda sociedade no assunto, seja da iniciativa privada, com o aumento expressivo dos investimentos no ESG, seja na esfera governamental, com novas leis que facilitam a transição energética. Como bônus, abrimos novas frentes de negócio com a Europa, por exemplo, que avança rapidamente na busca por insumos mais sustentáveis, incluindo crédito de carbono e hidrogênio verde.

Recentemente, o governo Federal publicou um decreto para regular o mercado de carbono no país, com objetivo de incentivar uma maior participação do setor privado na economia verde. Entre outros pontos, o texto traz o conceito de crédito de metano, a possibilidade do registro da pegada de carbono de processos e atividades, o carbono de vegetação nativa - que chega a 280 milhões de hectares em propriedades rurais - e o carbono azul, presente nas áreas marinhas e fluviais.

Ter diretrizes mais claras pode ajudar as empresas brasileiras a se inserirem com mais vigor na demanda global por baixo carbono – faturando alto com a venda de créditos a partir do uso de energias limpas. Um dos melhores caminhos para começar a navegar nestas águas é o mercado livre de energia, no qual as empresas podem escolher de qual geradora compram energia, levando em conta a fonte de produção e com liberdade para negociar preços.

Hoje, cerca de 34% de toda energia consumida no país é negociada no mercado livre, segundo os estudos da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Metade da geração renovável é negociada no ambiente livre. No entanto, por falta de conhecimento, poucas pequenas e médias empresas tiram proveito desta oportunidade – deixando os dividendos para as grandes corporações.

A 2W Energia, por exemplo, está investindo R$ 2,2 bilhões em duas usinas eólicas no Nordeste, sendo uma no Rio Grande do Norte e outra no Ceará. O objetivo é que 100% da geração seja para atender aos consumidores do mercado livre – tanto as grandes quanto as pequenas e médias empresas.

Sabemos que a credencial de usar energia renovável é um dos fatores de decisão para muitas das empresas que fazem a migração para o mercado livre. Por isso, 2W também atua para viabilizar capital para esta importante transformação. Em todas as frentes, nosso objetivo é ajudar as companhias a atender às novas exigências ambientais e reforçar suas políticas de ESG. É um caminho certeiro para que possam colher os frutos deste promissor e ainda pouco explorado mercado de crédito de carbono.

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Autoria

Sandro Alexandre de Almeida

Sandro Alexandre de Almeida é diretor de inovação e tecnologia da 2W Energia e CEO do 2@ Bank. Formado em Direito tem mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro e no varejo.

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