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Os negócios mudaram. Por que a gestão ainda não?

Conheça o business pulse, um framework de transformação de gestão que orienta o olhar dos gestores para o cliente e se apoia nas abordagens emergentes da inovação, digitalização e agilidade 

Colunista Luís Rasquilha

Luís Rasquilha

25 de Setembro

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Artigo Os negócios mudaram. Por que a gestão ainda não?

A gestão das empresas tem sido, até hoje, influenciada pelos princípios de gestão criados na segunda revolução industrial, princípios esses baseados na produção em massa, que se alcança graças ao conceito de divisão de tarefas e ao uso da energia elétrica.

O primeiro exemplo conhecido foi o da primeira correia transportadora em um matadouro em Cincinnati, EUA, no ano de 1870. Desde lá que as regras de funcionamento das empresas (com os normais ajustes) não sofreram grandes questionamentos nem alterações significativas mantendo-se fiel aos princípios de Taylor, Fayol e Ford. 

Por dois séculos, a gestão tem sido baseada na hierarquia de decisões e funções, com elevado foco na cadeia de valor e atenção máxima ao produto, numa clara visão construída “de dentro para fora”. Apesar das diferentes mudanças que o mundo tem vivido, nomeadamente no início do século 21, as empresas têm resistido a alterar o seu modo de atuar e de pensar. Modelos mentais engessados no passado e crenças culturais do século passado têm bloqueado a evolução e a transformação dos negócios, condenando empresas um pouco pelo mundo. Chegou o momento de alterar essa realidade.

Identificada em 2016 pelo WEF (Fórum Econômico Mundial, na sigla em inglês), a quarta revolução industrial chegou para mudar tudo. Ela é baseada no uso de sistemas físicos cibernéticos e dá início à era da indústria conectada e das fábricas inteligentes. Essa nova realidade tem-se expandido e alargado a sociedade e o mundo com a crescente influência da tecnologia e da conectividade.

Trata-se de um fenômeno comportamental crescente, que tem alterado – significativamente – o comportamento tanto dos consumidores como dos mercados. Empresas tradicionais têm perdido terreno para novos entrantes, muitos destes representantes do movimento de startups, que têm vindo a alterar o modus operandi da gestão e as dinâmicas dos negócios.

Em meio a isso, um novo modelo de gestão emerge, focado em novas regras e apoiado em novas variáveis de funcionamento, orientando o olhar para o cliente, utilizando para tal as abordagens emergentes da inovação, digitalização e agilidade. 

Estou convencido de que chegou o momento também dessa mudança. Quem não adotar uma nova forma de atuar, um novo modelo de gerenciar o seu negócio, terá grandes dificuldades de sobrevivência na próxima década e no futuro. 

Jornada de transformação profunda

A transição de modelos de gestão (do clássico para o futuro) requer uma jornada de transformação profunda que atua de ponta a ponta na empresa redesenhando e redefinindo todas as regras e formas de atuar até aqui praticadas.

Business pulse é uma nova abordagem ao modelo de gestão de empresas, alinhada com o contexto de transformação atual e com uma visão orientada ao futuro. Trata-se de uma profunda transformação das empresas que querem progredir e ter sucesso na quarta revolução industrial.

O business pulse vem ajudar as empresas a desenhar, desenvolver e implementar o novo modelo de transformação global por meio de sessões de trabalho com a alta direção para “audit”, decisão, construção e implementação de 12 grandes eixos estratégicos de mudança, conforme se pode ver no quadro abaixo.

Business pulse

Essa jornada de transformação da gestão assume o nome “business pulse” devido à necessidade de um novo pulsar, de uma nova energia, que é o que poderá fazer as empresas seguirem o caminho do sucesso na quarta revolução industrial.

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Colunista

Colunista Luís Rasquilha

Luís Rasquilha

CEO da Inova TrendsInnovation Ecosystem e professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Hospital Albert Einstein e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).

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