Faça bom uso da inteligência artificial para melhorar a experiência do cliente
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Uma pesquisa recente mostra que benefícios personalizados podem ajudar empresas a lidar com preocupações sobre a privacidade de dados dos consumidores
Phyllis Rothschild, Julien Boudet e Gadi BenMark
10 de Novembro
Dados do usuário fornecem às empresas ricas oportunidades para criar experiências personalizadas e adaptar seus serviços às necessidades do cliente. Ao mesmo tempo, casos de abuso de uso de dados de consumidores levantaram preocupações sobre como as empresas podem encontrar o equilíbrio certo entre personalização e privacidade.
Para ajudar negócios a tomarem melhores decisões sobre essa questão, a consultoria McKinsey realizou uma pesquisa a respeito do ponto de vista dos consumidores sobre os benefícios da personalização, o rastreamento feito pelas marcas de suas atividades e as vantagens e desvantagens entre os dois. O levantamento foi composto por 1.012 consumidores dos Estados Unidos, entre 18 e 70 anos, que realizam compras online.
Em geral, as pessoas estão preocupadas com as marcas que rastreiam suas atividades, mas o nível de preocupação varia de acordo com o tipo de atividade. Cerca de 40% indicam que não estão tão preocupados com o consumo de conteúdo, compras, pesquisas online e até mesmo o uso de pulseiras opcionais (como Fitbits) sendo rastreados e capturados. O uso de machine learning e análises avançadas capazes de “hackear o consumidor” rastreando o consumo de conteúdo digital e o comportamento de busca não parece levar ao aumento da ansiedade do cliente.
O nível de preocupação aumenta, no entanto, com atividades que muitas vezes são consideradas mais intrusivas. Isso inclui algoritmos com acesso de texto completo a e-mails, uso de reconhecimento facial em lojas físicas e dispositivos de reconhecimento de voz ouvindo enquanto conectados em residências.
À medida que os benefícios da personalização se tornam mais atraentes para os consumidores pesquisados, o nível de preocupação com a privacidade diminui. Por exemplo, receber preços individualizados na forma de descontos para um produto ou serviço que os consumidores realmente queriam estava entre os benefícios mais citados, sendo que 57% dos entrevistados expressaram entusiasmo ao saber que o uso de seus dados poderia retornar em uma estratégia como essa.
Em segundo lugar, para 55%, estava o benefício de receber um produto ou serviço gratuito que os consumidores queriam, mas achavam que era muito indulgente ou que não era prioridade. Curiosamente, receber serviços de concierge dedicados e aconselhamento personalizado ficou no final da lista de benefícios do cliente (menos de 25%).
No entanto, a preocupação com as práticas de dados aumenta com a idade, enquanto o entusiasmo com os benefícios gratuitos diminui. Cerca de 65% dos menores de 24 anos não estão preocupados com as empresas analisando seus padrões de compra em comparação com 30% dos maiores de 65 anos. Da mesma forma, para os consumidores mais jovens, quanto melhor o benefício, menos preocupados com a privacidade em comparação com outras faixas etárias.
Os níveis de renda não parecem afetar a relação benefício-privacidade em relação à privacidade, mas a educação, sim. Para a parcela menos instruída (indivíduos que não concluíram o ensino médio), as preocupações com a privacidade caem 20% para os benefícios personalizados que eles mais valorizam – incluindo entradas de sorteio para produtos muito caros (por exemplo, um carro) e experiências indulgentes (por exemplo, conhecer uma celebridade) – quando comparado com benefícios menos valorizados, como conselhos personalizados sobre como administrar dinheiro.
A relação benefício-privacidade torna-se menos clara à medida que os níveis de educação aumentam, mas até certo ponto. Essa tendência, porém, não se estende aos mais instruídos (aqueles com pós-graduação), que mostram menos preocupação com a privacidade e mais entusiasmo com benefícios personalizados do que a parcela com formação universitária sem diplomas avançados.
A geografia também desempenha um papel importante nessa equação. Em geral, os habitantes urbanos estão mais empolgados com os benefícios personalizados e menos preocupados com a privacidade do que aqueles em ambientes rurais. Embora as razões para isso não sejam totalmente claras, existem algumas teorias que explicam os porquês: (1) os moradores urbanos são consumidores mais frequentes de mídia e, portanto, estão mais acostumados a rastrear tecnologias em geral; e (2) em muitas cidades há mais câmeras em uso e os consumidores estão se acostumando mais com elas.
Sobre gênero, a única observação trazida pela pesquisa diz respeito às mulheres, geralmente estão mais empolgadas do que os homens com produtos e serviços indulgentes e com descontos individualizados para produtos ou serviços que realmente desejam. Outro fator relevante: o tempo gasto nas redes sociais. Os dados do levantamento revelaram que quanto mais as pessoas usam as mídias sociais, menores tendem a ser seus níveis de preocupação.
As implicações para empresas e marcas são duplas quando se trata de conquistar a fidelidade do cliente e mitigar as preocupações com a privacidade:
O debate sobre privacidade está longe de terminar. Contudo, ao entender o que as pessoas realmente valorizam, as empresas podem fazer mais para criar confiança com seus clientes.
Phyllis Rothschild é sócia do escritório da McKinsey em Boston, líder na prática de marketing e vendas ao consumidor global e colidera a linha de serviço de fidelidade. Julien Boudet é sócio do escritório da McKinsey em Los Angeles e é o líder norte-americano da linha de serviços de marketing. Gadi BenMark é sócio-associado do escritório da McKinsey em Nova York e especialista em marketing digital e personalização
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