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por
Brasscom
Saiba como o desenvolvimento da terceira geração da world wide web já está transformando a comunicação com criptografia ponta a ponta, identidades descentralizadas e a promessa de controle total dos dados pelos usuários
Para onde está indo o desenvolvimento da comunicação na web3, a próxima geração da internet, em que o controle da rede é descentralizado e voltado para os usuários?
Quando olhamos para os produtos e protocolos web3 que estão sendo criados, já é possível ter uma ideia da resposta a essa questão. No próximo estágio da web, teremos uma comunicação com dados criptografados de ponta a ponta, em que os usuários serão as únicas pessoas com acesso a seus dados, totalmente integrados a uma identidade criptografada, digital e descentralizada.
Claro que ainda é preciso percorrer um longo caminho até que produtos Web3 com foco em comunicação de dados sejam intuitivos e familiares aos usuários, como é o acesso e o envio de um e-mail hoje.
O modelo de comunicação Web3 está sendo construído com foco nos pilares de identidade, autenticação e armazenamento descentralizados com criptografia de ponta a ponta.
Quando olhamos para a arquitetura que está sendo desenvolvida hoje, percebemos que a maioria dos produtos com foco em comunicação na web3 se baseia no uso de chaves públicas e privadas para preservar a privacidade dos dados.
Imagine que na Web3, com um par de chaves, as pessoas poderão criptografar e assinar dados, mantê-los privados e autenticá-los. Isso é fantástico!
Leia também: “web3: sua essência não é só tecnologia”, de Tatiana Revoredo
No modelo de comunicação web3, as pessoas poderão, por exemplo, entrar em contato ou se comunicar com terceiros (pessoas, empresas ou máquinas) usando assinaturas criptografadas para verificar a identidade deles.
Também poderemos usar armazenamento descentralizado, já que os protocolos de comunicação na Web3 possuem foco na criptografia de ponta a ponta.
Ainda estamos nos primeiros anos da web3 – e o futuro da internet é um processo, não um destino. De todo modo, o que dá pra perceber intuitivamente é que hoje a web3 está caminhando para três eixos fundamentais:
A privacidade possui papel essencial tanto na história do bitcoin como na da própria web3. O bitcoin e a web3 surgiram da preocupação com a vigilância global, as políticas de privacidade e a segurança da internet. Daí a afinidade natural da web3 com o bitcoin e a indústria cripto.
Por isso a privacidade dos dados é considerada um eixo da web3. Mas a afinidade da web3 com o ecossistema cripto não pára por aí. O segundo eixo em que a web3 está focando – a propriedade dos dados – também espelha essa relação da web3 com o mundo cripto.
Leia também: “Blockchain, cloud e web3”, de Tatiana Revoredo
Isso porque a propriedade dos dados nos leva a sua monetização pelos usuários e, portanto, ao “dinheiro” da internet – inicialmente materializado no bitcoin e, posteriormente, nas demais criptomoedas e stablecoins.
Com a devolução da propriedade dos dados a seus verdadeiros donos – os seres humanos –, poderemos monetizar diretamente (sem validadores tradicionais de confiança) o que produzimos, recebendo em criptomoedas.
Por fim, além da privacidade e da propriedade dos dados, o terceiro eixo da web3 – a proteção de dados – também revela sua ligação com o ecossistema cripto.
Como?
A devolução da propriedade dos dados às pessoas é viabilizada pela comunicação da web3, que confere “proteção aos dados” compartilhados por meio de chaves públicas e privadas que, por sua vez, possibilitam a autocustódia de criptomoedas, tokens e NFTs (em português, token não fungível).
Dos três eixos fundamentais da web3, a privacidade é o mais “esquecido”, principalmente por quem usa a internet e não costuma se atentar para o significado do ícone “cadeado” do navegador. Realmente, poucas pessoas notam o que está (ou não) criptografado no navegador.
Na comunicação da web3, os dados não residirão na plataforma em que você os disponibiliza. As empresas terão acesso ao que você disponibilizar, mas os dados sempre permanecerão sob o controle dos usuários.
Terceiros nunca terão acesso a nada que você carregar, a arquivos que você compartilhar, a nenhuma mensagem que você enviar, porque seus dados estarão protegidos pelos pilares do modelo de comunicação web3: identidade, autenticação e armazenamento descentralizados com criptografia de ponta a ponta.
Especificamente sobre privacidade e proteção e propriedade de dados, é difícil para as pessoas compreenderem o que é criptografia de ponta a ponta.
Como nosso objetivo aqui não é aprofundar detalhes técnicos, basta compreendermos que, para proteger nossos dados e nossa privacidade na web3, devemos controlar as chaves privadas e jamais disponibilizá-las a alguém. Levando isso em conta, que tipo de soluções serão utilizadas nas comunicações da web3?
Os serviços tradicionais de e-mail utilizam protocolos de transferência de dados que aumentam o risco de phishing entre os usuários. Mais de 300 bilhões de e-mails são enviados diariamente, mas muitos deles são fraudulentos.
Além disso, os provedores de serviços de e-mail mantêm acesso constante ao conteúdo de e-mails recebidos em troca de seus serviços gratuitos. Isso facilita a coleta de dados para alimentar suas máquinas de publicidade.
Pensando nisso é que surgiu o EtherMail: uma solução de e-mail baseada em blockchain que busca estabelecer o padrão para a comunicação na web3. Esse projeto é baseado na necessidade de garantir aos usuários uma comunicação direta, privada e criptografada de ponta a ponta (p2p).
Fundada pelos empresários Shant Kevonian e Gerald Heydenreich no final de 2021, o EtherMail é a única ferramenta no espaço web3 que permite às empresas enviar conteúdo diretamente a seus detentores de ativos com base em informações sincronizadas por blockchain em tempo real.
A EtherMail apresentará seu utility token nativo, um mecanismo de incentivo inédito, projetado para recompensar os usuários de e-mail por seu tempo e atenção lendo e-mails não solicitados, criando uma estrutura de “token economy” para o e-mail.
A solução também ajuda as organizações a mitigar proativamente o risco de fraude na comunicação, informando antecipadamente os usuários sobre violações e vulnerabilidades, ao mesmo tempo em que permite a atualização automática de listas de discussão para a distribuição de boletins da comunidade com base em dados de contratos inteligentes atualizados a cada minuto.
Por outro lado, o EtherMail tem como objetivo permitir que cada usuário tenha total propriedade, controle e soberania sobre sua caixa de entrada. Dessa forma, os riscos de spam, ataques de phishing e outras fraudes são reduzidos.
O EtherMail procura criar endereços de e-mail ligados às wallets (carteiras digitais) das pessoas como uma forma de melhorar a comunicação na blockchain, enquanto ainda fornece o nível de pseudo-anonimato que a web3 busca – e que a web2 não pode fornecer. O pré-registro já está aberto, e uma versão beta do EtherMail já está disponível.
Em junho de 2022, o EtherMail levantou US$ 3 milhões em sua primeira rodada de capital, que foi liderada pela Fabric Ventures. Outros apoiadores da indústria incluem The Barcelona Blockchain Network, uma rede para alavancar o potencial da indústria blockchain além das aplicações financeiras das criptomoedas; Greenfield One, uma empresa de capital de risco focada em projetos cripto; e os ecossistemas blockchain Ethereum, Flow e Celo.
Leia também: “Games, blockchain e modelos de negócio na web3”, de Tatiana Revoredo
A EtherMail apresentará seu utility token nativo, $EMT no início do próximo ano. $EMT será um token ERC-20 baseado na rede Ethereum. Esse token será um mecanismo de incentivo inédito, projetado para recompensar os usuários de e-mail por seu tempo e atenção lendo e-mails não solicitados, criando uma estrutura de Token Economy para o e-mail.
Além de recompensar os usuários, o EtherMail também está focado na privacidade dos dados com criptografia de ponta a ponta, um dos pilares do modelo de comunicações da web3 – e é uma das questões mais urgentes na sociedade de hoje.
A equipe EtherMail enxerga a era da web 3.0 como uma oportunidade de calibrar a equação entre o poder sobre a caixa de entrada de e-mail e a privacidade do usuário. O que está em perfeita sintonia com recente pesquisa do Gartner, segundo a qual 60% das grandes organizações utilizarão uma ou mais técnicas de computação de melhoria da privacidade até 2025.
Nesse contexto, podemos imaginar como um e-mail entre wallets e dApps (aplicativos que operam em redes descentralizadas) seria útil. E as vantagens que um e-mail peer-to-peer rodando em blockchain traria a pessoas e empresas que estão embarcando em DAOs (organizações autônomas descentralizadas), dApps, ou NFTs.
