Como as pessoas podem - ou devem - se comunicar no ambiente de trabalho
Como as pessoas podem – ou devem – se comunicar no ambiente de trabalho
Como se comunicar nas empresas é (de novo) um tema quente no meio corporativo. Embora já seja um assunto amplamente discutido, tem gente que parece ter entendido errado.
Recentemente a transparência radical, enquanto princípio de comunicação interpessoal, voltou ao centro do palco nas empresas. Longe de ser uma novidade, ela só mudou de roupagem e também de nome. As referências mais antigas à transparência radical que encontrei estão nos escritos de Tom Peters (alguém lembra dele?) publicados no meio da década de 1990.
Em 2008, Jeff Immelt (e dele, alguém lembra?), então presidente e presidente do conselho da GE (êta conflito de interesses!), se gabava de ter se valido da transparência radical para relatar aos acionistas o estrago que a crise norte-americana de 2007-08 fez na empresa.
Segundo Kim Scott, autora de Empatia Assertiva: Seja um Chefe Forte Sem Perder a Humanidade, a transparência radical requer dois ingredientes para direta e educada ao mesmo tempo:
Se faltar a empatia, você estará sendo grosseiro. Sem assertividade, sua empatia pode acabar sendo destrutiva ao impedir um feedback genuíno. E se faltar ambas, você pode estar sendo não só insincero como também manipulador.
Proponho que adotemos o termo empatia assertiva,
em substituição à transparência radical.
E quais são os mal-entendidos do momento?
Scott, que teve passagens pelo Google e pela Apple – o que lhe rendeu certo ‘cinismo saudável’ no Vale do Silício -, desenvolveu um verdadeiro ecossistema ao redor do tema da empatia assertiva: livro, site, podcasts, cursos, um Fale Conosco caprichado e, mais recentemente, um segundo livro.
Concordo com as divergências dela com o também autor Ray Dalio, que valoriza tanto a parte radical da coisa que acaba esvaziando a compaixão necessária para uma comunicação construtiva.
Porém, discordo da ideia de Scott de alçar a empatia assertiva ao nível de modelo de gestão. Embora concorde que, para atrair e manter os melhores talentos, qualquer modelo de gestão deve ser fundamentado em níveis saudáveis de empatia assertiva e segurança psicológica.
Encerro esta coluna com uma notícia, há muito, uma esperada: a empatia assertiva finalmente chegou também às reuniões de conselhos de administração.