O quociente fazer/falar (QFF) é a habilidade que uma pessoa tem de cumprir com a sua palavra. Nas empresas, isso é fundamental para construir um clima de confiança em seu entorno
O quociente de inteligência (QI) se refere à capacidade de um ser humano lidar e resolver desafios lógicos. No decorrer do século 20, diversos testes foram desenvolvidos para medir o QI das pessoas, e hoje este tema está razoavelmente bem mapeado. Clique aqui para fazer um teste gratuito.
Já o quociente emocional (QE) tem a ver com simpatia, compaixão, motivação, e a capacidade de converter dor e prazer em crescimento pessoal. Surgiu em 1995 com o livro Inteligência emocional, de Daniel Goleman. Embora o professor Goleman tenha feito um esforço honesto para proteger seus direitos autorais, existem dezenas de testes de QE. Eis um que é oficial.
É claro que pessoas com bom QI só serão bem sucedidas pessoal e profissionalmente se tiverem um bom QE. O mundo pré-Goleman não pensava assim, e atribuía um peso desmedido ao QI.
Existem outros: o quociente espiritual (QS) tem a ver com ter uma vida interior rica, um propósito na vida, e a habilidade de influenciar os outros a darem o melhor de si.
Hoje vamos falar sobre o quociente fazer/falar (QFF), que é a habilidade que uma pessoa tem de cumprir o que promete. Eu já vi esta medida em muitas empresas que eram clientes minhas, embora sob diferentes nomes e nem sempre formalmente como um indicador de desempenho digamos oficial da empresa.
Sabemos que um item fundamental é a confiança que seus colegas de trabalho têm com relação a você. E ninguém que promete muito e cumpre pouco consegue construir este clima de confiança em torno de si.
Tem mais: olhe ao seu redor e você verá que as pessoas que regularmente entregam resultados além do que é esperado delas (vulgo um QFF acima de 1) raramente alardeiam isso a priori.
E neste mundo moderno imprevisível de mudança acelerada (vide Neuza Chaves, abaixo) espera-se que as pessoas que querem subir na vida já demonstrem os comportamentos que se espera no próximo nível hierárquico. Isto inclui desenvolver seu QFF para níveis um pouco acima de 1 através de:
– Adquirir a visão de helicóptero necessária a enxergar os grandes desafios da sua empresa conforme enxergam quem está um ou mais níveis acima do seu.- Cultivar o aprimoramento da sua própria iniciativa (e incentivar seus subordinados diretos a fazer o mesmo), adiantando-se para fazer o que ninguém pediu mas que é prioritário para a empresa no momento.- E se você se enrolar com um ou ambos os acima, pergunte ao seu chefe. Se for um bom chefe, ele apreciará sua pergunta e fará de tudo para respondê-la.
Maximizar seu QFF é importante também para quem não quer ser promovido, ou não vai ser promovido a curto prazo. Com seu QFF próximo do 1, você será sempre escolhido para uma tarefa especial ou um projeto específico. Este contingente (que chamo de bons soldados), em boa parte ignorado pela literatura de business, faz imensa diferença nas empresas bem-sucedidas de hoje.
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, recomendo o livro novo da Neuza Chaves O Poder e a Nova Lógica da Liderança (Ed. Gente, 2022), um passo-a-passo para o recém-promovido líder da segunda década do século 21. A agenda de autodesenvolvimento que ela propõe vai muito além do fazer/falar, e no livro dela torna-se apenas uma etapa sine qua non para você na sua empresa criar um clima de confiança em seu entorno.