Tivemos por três décadas o privilégio de contar com as ideias do pioneiro da inovação da Harvard Business School, mas muitas empresas ainda não entenderam suas mensagens
Foi uma tristeza receber a notícia da morte do professor Clayton Christensen na semana passada. Não só tive a honra de conhecê-lo, como sou fã de muitas de suas ideias. Quando informei os membros do nosso inovador conselho editorial sobre o falecimento, as reações foram igualmente de tristeza. “Era um dos realmente inovadores”, disse Silvio Meira. “Grande perda”, concordou Fernando Martins, que trabalhou com Christensen ao longo de sua carreira na Intel. (Ao que consta, foi Andy Grove, o icônico CEO da Intel, que revelou Christensen ao mundo, ao se deixar fotografar carregando um livro dele.)
O fato é que Christensen foi-se embora muito cedo – tinha apenas 67 anos de idade, o que, segundo a nova regra dos italianos, nem é considerado idoso ainda. Mas sua saúde já vinha dando sustos, apesar de sua resiliência. Na virada entre a primeira e a segunda década do século 21, passou por três anos traumáticos, em que sofreu ataque cardíaco, um câncer (que foi a causa de sua morte agora) e um derrame cerebral o deixou sem poder falar por um tempo. Recuperou-se de tudo isso e voltou à ativa por volta de 2012.