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Fjord Trends #5: Design inteligente

A inteligência artificial (IA) segue em frente. Usada a princípio para melhorar a eficiência por meio da automação inteligente, sua próxima iteração terá mais a ver com agregar novos valores e dar suporte à criatividade humana.

Aaron Hurst
25 de junho de 2024
Fjord Trends #5: Design inteligente
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E se conseguirmos desenvolver sistemas que juntem habilidades pessoais e IA? Bem, se isso acontecer, seremos capazes de criar estratégias de negócios disruptivas, empoderar as pessoas que lidem com a crescente complexidade no ambiente de trabalho e melhorar a experiência humana.

O que está acontecendo?

A inteligência artificial já está integrada ao nosso dia a dia. As empresas, hoje, nos impactam ao implementar a IA de três modos:

Primeiro, com a IA cuja presença é óbvia mas que já consideramos “normal” – incluindo aqui aplicativos que sabem como categorizar as fotos nos nossos celulares, nos ajudam a navegar pelo mundo, respondem nossas perguntas ou controlam nossos aparelhos domésticos.

Geralmente, a ajuda que máquinas prestam a humanos podem ser divididas em três categorias claras: ver, ouvir e recomendar.

Segundo, o IA de cuja presença nem sempre estamos cientes – em serviços smart como o Stitch Fix, que oferece curadoria de moda personalizada utilizando algoritmos e IA em parceria com estilistas humanos, ou sofisticados agentes de conversação da administração tributária irlandesa, a postos 24 horas por dia, sete dias por semana, para dar às pessoas as respostas que elas precisam.

Terceiro, a IA cuja presença nem sabemos que existe, mas que nos ajuda invisivelmente a utilizar produtos e serviços.

A Rolls-Royce a utiliza para manutenção preditiva, analisando dados de sensores conectados à internet para identificar sinais de desgaste em motores de avião.

A ASOS prevê o valor da vida útil dos clientes com base no comportamento de suas compras online e 80% da atividade do mercado de ações nos EUA é alimentada por algoritmos.

Conforme os efeitos positivos e negativos da inteligência artificial se tornam aparentes, testemunhamos uma crescente divisão de opiniões.

Enquanto empresas aceleram seus programas de IA, com 80% delas afirmando que eles já estão de alguma forma em atuação dentro da sua organização, clientes e funcionários mostram-se cautelosos com o impacto da IA em sua vida.

Oitenta e dois por cento dos americanos acreditam que a IA e os robôs precisam ser utilizados com cuidado e há evidências de um progressivo ressentimento por parte de trabalhadores cuja função é controlada por algoritmos.

O que vem a seguir?

A Fjord tem investigado o papel do design para melhorar a parceria entre pessoas e inteligência artificial.

Nossa investigação identificou três áreas nas quais essa colaboração deve resultar em uma criação de valor significativa ao longo dos próximos anos: melhorar a experiência humana, empoderar os funcionários para que lidem com complexidades crescentes e desenvolver novos produtos e serviços.

Primeiramente, se elaborada do modo correto, a IA pode ser usada para criar experiências que, além de personalizadas, ajudam a estender nossas capacidades de percepção.

Ela pode melhorar nossa visão – já possibilita que biólogos vejam o interior de células vivas e permite mapear desmatamentos e redução de biomassa que, a olho nu, talvez não víssemos.

A IA pode ampliar nossa compreensão – o reconhecimento avançado de imagens do Google Lens, que antes apenas ajudava pessoas a ler em outro idioma, agora identifica plantas.

Ela pode nos transformar em melhores estudantes – o Iris, da Pluralsight, é um consultor de treinamento técnico que usa processamento de linguagem natural e machine learning para recomendar conteúdo, atualizando a dificuldade das perguntas e as avaliações dos alunos à medida que coleta feedback.

A segunda área de criação de valor é que a IA nos ajuda com a complexidade. A combinação de transformação digital com globalização expandiu a velocidade, a complexidade e a escala da infraestrutura das empresas.

Isso exigiu que a maioria das grandes organizações estabelecesse equipes internas de data science para ajudá-las a entender e melhorar suas operações.

Porém, para transformar seus insights em ações replicáveis, precisam projetar ferramentas e serviços confiáveis baseados em IA que capacitem os funcionários que operam nesses sistemas cada vez mais complexos e dinâmicos.

A terceira área, e provavelmente na qual o valor criado será maior, é aquela onde podemos esperar uma mudança rápida de foco no desenvolvimento da IA, com atividades mais complexas como simulação, suporte a decisões e, em especial, inovação em produtos, serviços e até em modelos completos de negócios.

A capacidade de resolver problemas com informações incompletas é um grande passo para tornar a IA aplicável aos desafios reais das empresas.

A AlphaStar – IA desenvolvida pela DeepMind que consegue vencer de profissionais em videogames complexos como StarCraft II – é um exemplo poderoso: apesar de começar com informações incompletas, explorou o mundo para criar uma variedade de estratégias a fim de ganhar o jogo.

A inteligência artificial e as pessoas veem o mundo de forma muito diferente. Se conseguirmos utilizar a IA para inovar, poderemos gerar ideias que jamais sonharíamos ter.

Unir essa novidade radical à consciência social tem o potencial de resolver problemas de uma escala e complexidade ainda inimagináveis. Não é uma corrida contra as máquinas mas, sim, com elas.

Pense

Como a IA pode fazer parte do seu processo estratégico de tomada de decisão em vez de apenas automatizar tarefas individuais? Em qual parte dos seus processos o ser humano agrega mais valor, e onde a IA faria um trabalho melhor? Quais qualidades humanas você quer colocar intencionalmente no seu “colega” IA? Como você vai administrar a interface e a troca entre pessoas e máquinas de forma eficaz?

Diga

Fale sobre IA em termos simples, de acordo com o que ela pode fazer – veja, ouça, recomende –, em vez de oferecer descrições técnicas como “visão computacional”.

Faça

Confie nos dados da inteligência artificial para ajudá-lo na tomada de decisões e faça um protótipo da sua IA antes de investir muito nela – são poucas as limitações para a criação de protótipos atualmente, graças às plataformas de protótipos online.

Aaron Hurst
Aaron Hurst é CEO e cofundador da Imperative e autor de *The Purpose Economy* (Elevate, 2014).

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