Líderes globais aumentam investimentos em IA e reconhecem necessidade de mais colaboração e mudanças em papéis de CEOs e CIOs para o sucesso das estratégias.
É fato que a inteligência artificial (IA) pode promover verdadeiras transformações em organizações de todas as indústrias, tornando-as mais inovadoras e produtivas. Grande parte dos líderes entendem esse potencial. Ao mesmo tempo, porém, eles concordam que a implementação da IA promoverá importantes mudanças organizacionais e administrativas.
Boa parte das empresas já investem nesse tipo de tecnologia. Uma recente pesquisa realizada pela MIT em conjunto com o SAS aponta que mais de 65% das organizações aumentaram seus investimentos em soluções de IA no último ano. Por outro lado, o levantamento, que ouviu cerca de 2.200 líderes de negócios e gerentes e especialistas de mercado em todo o mundo, indica que maioria deles acredita que a IA exigirá mais mudanças organizacionais do que outras tecnologias emergentes.
Segundo a análise, a implementação da IA está criando desafios e novos papéis para CEOs, CIOs e profissionais de TI. Peter Guerra, cientista de dados da Accenture na América do Norte, alerta que os líderes devem enxergar a inteligência artificial como mais do que simplesmente uma tecnologia em alta, capaz de trazer rápidos retornos sobre investimentos. Em vez disso, diz o especialista, eles devem estudar a direção que seus negócios estão seguindo e como a IA pode ajudar a solucionar problemas nesse caminho. “Ela deveria ser algo que direciona todas as suas ações. O foco não pode ser ‘Vou adotar inteligência artificial’, e sim ‘Vou otimizar minha cadeia de suprimentos e, para isso, vou fortalecer minha estratégia de IA”‘, explica Guerra.
Outra questão a ser levada em conta é que o sucesso da implementação não tem relação apenas com decisões top-down. Para os especialistas, os melhores resultados são fruto de um equilíbrio entre o entusiasmo e as demandas identificados na base e o suporte que a liderança dá a eles. A adoção de inteligência artificial nunca é bem-sucedida quando ela é conduzida de cima para baixo. Assim como também não funciona se for apenas algo da base para cima. “É necessário o equilíbrio”. Do contrário, conforme avalia Guerra, não se estabelecem prioridades e o resultado é o caos.
A expectativa de que a inteligência artificial exige compromisso com mudanças organizacionais é reforçada pelos CEOs, CIOs e especialistas ouvidos pelo estudo do MIT e do SAS. De acordo com a pesquisa, 63% dos entrevistados acreditam que a IA promoverá mais mudanças organizacionais do que qualquer outra tecnologia emergente.
Confira a imagem abaixo:
(https://mitsmr-public.s3.amazonaws.com/uploads/e8ed65d2-845d-408e-ae4f-c9f8559c227a.png)* Fonte: Estudo MIT\_howAIleadschange
Entre os CIOs que estão adotando IA em grande escala, 80% esperam que a tecnologia promova mudanças organizacionais significativas ou drásticas. A computação em nuvem surge como a segunda maior promotora de mudanças, citada por 59% deles, e é tida como um grande habilitador na adoção da IA.
Uma organização mais conectada
Ainda que praticamente todos os entrevistados tenham afirmado que o sucesso das estratégias de IA passa necessariamente por uma maior colaboração entre cientistas de dados e as áreas de negócios, existem diferentes filosofias e abordagens na maneira como cada companhia está se organizando para adotar a tecnologia e habilitando a colaboração.
Segundo o estudo, 66% dos entrevistados esperam ver mais equipes multidisciplinares, enquanto 75% imaginam que haverá mais colaboração entre times com diferentes funções.