A década que começa promete achatar de vez as hierarquias e distribuir as decisões pela organização. Mesmo em lugares onde há resistência à tendência de achatamento, como no Brasil, a pandemia torna mais e mais desconfortável a manutenção da hierarquia, uma vez que estabelece uma relação quase direta entre lideranças horizontais e a competitividade dos negócios. Nesse contexto, equipes ficam mais relevantes e mudam seus modos de funcionar e parâmetros. São montadas e dissolvidas de acordo com os projetos, e os indivíduos vão para lá e vêm para cá de acordo com a necessidade. Com esse dinamismo estrutural, a empresa passa a procurar modos inéditos de criar coesão, oferecer estabilidade (ou segurança psicológica) e motivar. Este Report Especial ajuda os gestores a entender melhor por que algumas equipes estão à altura do desafio do novo cenário e outras, não. Três explicações se destacam: a defesa contínua do contexto favorável à colaboração profissional, o combate à solidão decorrente do novo desenho de equipe (o que significa, entre outras coisas, cuidar da saúde mental) e a sustentação da criatividade coletiva à distância.
O primeiro artigo, de Rob Cross e Inga Carboni, olha para a colaboração – e o faz sob o prisma de suas disfunções. Se estas são eliminadas, a colaboração flui; se permanecem, não flui. Os autores descrevem seis tipos de disfunção colaborativa e sugerem aos líderes táticas para vencer cada um deles.