Diferentes perspectivas, dos clientes aos profissionais tech, de fora e de dentro do Brasil, se encontram nesta edição
Na infância, viajava bastante com meus pais pelo interior paulista. Eu me lembro de os canaviais marcarem a paisagem e me lembro de não vê-los com bons olhos: me contavam de seus boias-frias e que empobreciam o solo, e eu detestava garapa {risos}.
As fazendas de cana evoluíram muito. Tornaram-se negócios sucroenergéticos e estão se tornando IFES, que é a sigla em inglês para sistemas integrados de alimentos e energia. Não só ficaram sustentáveis como podem vir a contribuir para a descarbonização do planeta de maneira desproporcional – gerando bioenergia, capturando carbono do solo, garantindo matéria-prima para desenvolvimentos biotecnológicos, como a carne sintética. Só que o setor tem um imenso desafio: conquistar lugar de fala. Como a maior parte da produção científica sobre descarbonização vem do Norte global, é lá que se fala o que fazer. E eles não conseguem entender que as diferenças entre países tropicais e temperados levam a soluções diferentes. Escaláveis, como mostra o mapa de regiões tropicais abaixo. E algumas, exportáveis.