Silvio Meira, cientista e especialista em transformação digital, aponta que web3 ainda é um conceito frouxo, que abarca uma série de ideias ainda inconsistentes
Dá para falar em uma nova era da internet, totalmente descentralizada, no futuro próximo? Para o cientista e especialista em transformação digital Silvio Meira, web3 ainda é um conceito frouxo, que abarca uma série de ideias ainda inconsistentes. “É blockchain, é identidade distribuída, é metaverso?”, questiona. Ele lembra que “os pedaços de metaverso” da plataforma de jogos online Roblox, por exemplo, não funcionam com blockchain nem têm identidade distribuída – o que seria a base do que se entende como web3. “É aquele tipo de conceito que serve para você expressar qualquer coisa e nada ao mesmo tempo”, resume.
“Se alguém surgisse com um novo conjunto de fundações que servissem para reestruturar partes da web ou que seria a base para construirmos do zero uma nova web, e então desse a isso o nome web3, estaria tudo bem”, diz. Mas o problema, para ele, é que nada disso é realidade ainda. “Pegue o blockchain, uma tecnologia impressionante, um superconjunto de protocolos. Mas quem roda blockchain são grandes agregadores, com grandes capacidades computacionais, o que significa que se você não minerar o blockchain, em cima de uma plataforma computacional sua, você não tem posse efetiva de moedas digitais, não tem nada distribuído. Esse é o xis da questão.”