A disponibilidade reduzida de gases como o neon, necessários para a produção de chips, promete ser a maior das crises até agora e vai requerer muito mais planejamento
A crise na Ucrânia é a próxima ruptura tectônica em um exaustivo período de dois anos para a indústria de semicondutores – que já foi significativamente desafiada pela pandemia de covid-19 e sua capacidade insuficiente para atender à crescente demanda. Essa mais recente ameaça à produção de semicondutores pode ser a mais significativa até agora: ela está pronta para enviar ondas de choque em vários setores de manufatura, incluindo alta tecnologia, automotivo, eletrônicos de consumo e eletrodomésticos.
O ataque da Rússia à Ucrânia expôs várias vulnerabilidades relacionadas ao fornecimento de semicondutores. Por exemplo, a Rússia detém hoje 40% do mercado de paládio, 15% de titânio, 12% de platina e 10% de cobre, todos insumos vitais para produtos de alta tecnologia – como conversores catalíticos, motores de turbina, baterias de íons e placas de circuito – e para processos de galvanização na fabricação de chips. As sanções impostas pelo G7 e outras nações, alimentadas pela condenação mundial da invasão da Ucrânia, tornam a Rússia uma fonte duvidosa de tais suprimentos no futuro próximo.