A pessoa que fará a entrevista já tem uma concepção do candidato ideal; conheça as perguntas para criar um diálogo interessante sobre os desafios da posição
Você está entrando em uma entrevista de emprego. Embora seu entendimento da empresa e do desafio ainda sejam bastante incompletos, a sensação é de entusiasmo com a oportunidade. Você já sabe, ou está prestes a saber, quem é seu entrevistador.
Ele pode ser um dos quatro seguintes personagens:
Escrevi “personagem” acima porque seu entrevistador pode acumular mais de um papel. Você vai saber, no primeiro minuto da entrevista, qual papel (ou papéis) aquela pessoa desempenhará durante a sua entrevista.
Agora vem a parte mais crítica: todo entrevistador entra na entrevista com uma determinada concepção prévia da pessoa ideal para aquela posição para a qual estão recrutando.
Por isso, ele cria uma “moldura” – em grande parte inconsciente– em torno daquela concepção, e tenderá a rejeitar candidatos fora da moldura. Já o entrevistado cria boa parte da sua moldura no decorrer da entrevista.
Então sua tarefa, a partir do segundo minuto da entrevista, é saber qual é a provável moldura que seu entrevistador trouxe para essa conversa.
Se o entrevistador for dos tipos 1 e 2 acima, vai naturalmente focar nos principais desafios da posição. Se for dos tipos 3 e 4, talvez não inicie assim, mas você pode e deve direcionar a conversa para lá.
O tipo 3 vai gostar de ver que você é uma pessoa orientada para resultados. E o tipo 4 só vai apreciar essa ênfase se a cultura da empresa for orientada para resultados. Se não for, você provavelmente não vai querer trabalhar lá…
Ao falar de desafios, é importante fazer estas perguntas ao longo da entrevista:
A próxima pergunta pode ser feita de duas maneiras –escolha uma:
Eu escrevi as perguntas acima na ordem em que é viável fazê-las. Então eu sugiro você fazer estas perguntas mais ou menos na ordem acima, e depois perguntar:
Lembre-se de que você precisa “conquistar” seu entrevistador nos primeiros 12 a 15 minutos de entrevista. Um cliente meu – presidente de empresa grande – expressou isso muito bem quando disse: “Eu levo 15 minutos para gostar ou não de um candidato e 45 minutos para descobrir por quê”.
Os psicólogos e pioneiros da economia comportamental Daniel Kahneman e Amos Tversky referiram-se a esse tema da moldura como um caso particular do que batizaram de viés de classificação em 1974.
As pessoas usam filtros para lidar com a realidade, e depois tomam decisões com a moldura que criaram. Não surpreende que os médicos tenham gerado muita bibliografia sobre o tema.