Estabelecer um plano para antes, durante e depois do evento é o melhor caminho para criar valor a partir de tudo que você colocou na mala na volta da viagem.
Um roteiro organizado para extrair o melhor dos conteúdos, contatos e oportunidades de um evento de inovação e aplicar os aprendizados na sua empresa ou carreira.
“Voltei do SXSW com a mala cheia”. Essa foi a frase do CEO de uma grande empresa brasileira ao retornar de Austin. O SXSW é um dos principais eventos globais de inovação. É onde muitos inovadores vão beber da fonte de novas tecnologias e tendências.
Profissionais e empresas precisam antecipar o futuro de seus negócios antes que sejam disruptados. Eventos são poderosas fontes de oxigenação, aprendizado e conexão. A presença em eventos, se bem planejada e executada, pode ser um veículo de capacitação, radar de futuro, absorção de melhores práticas e geração de oportunidades.
É por causa desse contexto que o mercado global de eventos corporativos é uma indústria de muitos bilhões. Segundo dados da Allied Market Research, o mercado global de eventos corporativos representou U$ 286,3 bilhões em 2021. Envolve conferências, feiras, tradeshows, seminários e palestras. O segmento de eventos sobre tendências, tecnologia e inovação é uma das jóias da coroa pelo seu potencial difusor de novas ideias e comportamentos. É um big business.
Atualmente, se você quiser pode passar as 52 semanas do ano em eventos, direta ou indiretamente, relacionados ao seu negócio. Toda semana você terá um novo “Aha”. Um novo insight. Uma nova lista de tendências ou potenciais tecnologias disruptivas. Inteligência artificial (IA), blockchain, web3, internet das coisas (IoT), metaverso e por aí vai. É o tipo de conteúdo que envolve, engaja, nos faz pensar. É quase inebriante.
A oferta de eventos disponível é gigante, razão pela qual precisamos ser seletivos e fazer a melhor escolha para nosso momento de carreira e da empresa, bem como entender como nossa presença se alinha ou não a uma determinada estratégia.
Algumas perguntas que devemos fazer sobre o objetivo de nossa empresa estar presente no evento: fomentar a relação com clientes existentes?, atualizar conhecimentos?, apresentar novos produtos?, capturar leads?, só “abrir a cabeça”? A partir daí, podemos definir – também dado a nossa disponibilidade de recursos – as prioridades.
Eventos são um meio e não um fim. Aquilo que capturamos num evento serve para algo. O resultado esperado da ida ao Websummit, SouthSummit ou SXSW é capturar insights e fazer conexões que possam ser úteis para o futuro de sua organização ou carreira.
Ao longo da minha trajetória profissional participei de diversos eventos. Abertos, fechados, profissionais, científicos, grandes ou pequenos. Sempre acreditei na relevância de fortalecer o meu repertório. Acabei por montar um roteiro organizado sobre como aproveitar, ao máximo, eventos corporativos, especialmente de inovação. A captura de valor do evento depende do que você faz antes, durante e depois dele. Começa quando você prepara a mala da viagem, mas especialmente quando chega a hora de desfazê-la e ela está repleta de uma nova e instigante bagagem.
A SENSAÇÃO DE FOMO (DO INGLÊS, FEAR OF MISSING OUT – MEDOR DE ESTAR PERDENDO, EM LIVRE TRADUÇÃO) É NATURAL NO CENÁRIO ATUAL DE TRANSFORMAÇÕES RADICAIS. De um lado, pode criar ansiedade positiva. Sabe aquela fagulha que nos faz querer mais, explorar mais e refletir mais? A ida a eventos corporativos, especialmente de inovação, é um veículo que pode ampliar ou aplacar essa ansiedade ao permitir aprofundar o entendimento sobre temas relevantes para nossa carreira e empresa. Por outro lado, a transformação de grandes empresas é complexa e lenta. A vida corporativa é dura. A frustração é comum a quem tenta reinventar uma grande empresa. Sem uma abordagem estratégica, a ida a eventos pode ser, mesmo que de forma inconsciente, como uma espécie de compensação. Sabe quando você busca um escape para a realidade?
Parece mais fácil se inspirar e estar atualizado com todo glossário das novas tecnologias do que fazer a mudança acontecer. É desafiador conseguir uma agenda daquela diretora responsável pela principal unidade de negócio e convencê-la da importância de determinado projeto. Demanda paciência e empatia.
Para nós, profissionais de inovação, substituir o tempo necessário para as articulações internas por excesso de presença em eventos não é uma estratégia eficaz. Quando nos percebermos mais como parte de uma tribo dos que sempre se encontram em eventos do que membros do nosso time quem sabe haja algo de errado. Por isso, é tão importante ter uma abordagem estratégica para a presença em eventos. Olhar para nós mesmos e avaliar as razões que tem nos levado a participar dos eventos é bastante útil. Estabelecer um plano para antes, durante e depois do evento é o melhor caminho para criar valor a partir de tudo que você colocou na mala na volta da viagem. Agora é a minha vez de implementar o plano pós evento do SouthSummit e preparar o pré-evento do Innovation Unlocked.