Realizado por MIT SMR e IBM Brasil, evento discutiu a importância da experiência do cliente no contexto da Covid-19 e para o sucesso das empresas do século 21
Basta apenas um produto ou serviço de boa qualidade para que o cliente considere sua experiência com uma marca positiva? Caso esta pergunta tivesse sido feita algumas décadas atrás, certamente a resposta seria “sim”. No entanto, no século 21, fatores como velocidade, conveniência, personalização e interação se tornaram tão essenciais para essa avaliação quanto o produto ou serviço em questão, constatação que coloca o customer experience (CX, na sigla em inglês) no centro das discussões sobre atendimento e fidelização dos consumidores.
Diante disso, MIT Sloan Management Review Brasil e IBM Brasil promoveram o evento virtual Big Talks: Customer experience, seu novo core business. Dividido em dois momentos, o encontro discutiu o impacto do CX nas relações de consumo atuais e no contexto da Covid-19, além de destacar estratégias integradas de dados e IA que empresas têm experimentado no país.
Após abertura de Pedro Nascimento, CEO da MIT Sloan Management Review Brasil, Michel Lent, especialista em experiência do cliente, professor, palestrante e Top Voices do LinkedIn, fez um apanhado sobre os principais desafios e oportunidades que permeiam o tema CX, reforçando que a experiência do cliente é a única experiência que importa no universo corporativo e que cada reclamação deve ser entendida como uma chance de resgatar uma relação que está estressada, mas é essencial para a sobrevivência e para o crescimento de todo negócio.
Lent também ressaltou que o CX depende da cultura corporativa, pois “governança e cultura são o berço da experiência. Sem cultura customer centric, não há boa experiência. Portanto, cada cliente é um caso e não importa o canal em que ele chega a você. Cada caso demanda um tratamento individualizado e, mais do que pedir desculpas, precisamos mostrar proatividade sempre, mas para isso, é preciso ter um trabalho segmentado e em escala, apoiado em ferramentas e processos de automação”.
Em seguida, Hamilton Bertelli, líder de estratégia empresarial e iX da IBM Services, resgatou os pontos explorados por Lent e convidou quatro executivos para um painel sobre estratégias e insights de CX que combinam tecnologia e relações humanizadas. Participaram da conversa Luzia Sarno, CIO do Grupo Fleury, Carolina Tostes Pintão, coordenadora de P&D do Grupo Fleury, Renata Marques, CIO América Latina da Natura &CO, e Jorge Franchella, CDO, diretor de analytics e CRM LA da Natura &CO.
Ao introduzir os convidados, Bertelli apontou que Fleury e Natura eram exemplos de organizações reconhecidas pelas relações humanizadas com os clientes e que souberam compreender o momento delicado da pandemia para acelerar seus processos de transformação digital em CX, afirmação corroborada por Luzia Sarno.
“O princípio do acolhimento é muito importante para nós. Porém, precisamos olhar para o que o paciente queria, e era estar o menos exposto possível. Então, criamos processos para que pudéssemos atender a esse desejo, ainda que ele parecesse confrontar com o nosso modus operandi. Esse movimento mostrou que, se você realmente coloca o cliente no centro de suas decisões, você está no caminho certo. Vejo que a solução e o legado desse momento é que as empresas escutem seus clientes e experimentem, testem”, avaliou a CIO do Grupo Fleury.
Com o desafio que “socorrer” mais de quatro milhões de consultoras na América Latina após a integração com Avon, Renata Marques relatou que o distanciamento social fez com que a Natura &CO acelerasse a transformação digital: “a Natura é uma empresa de relações, que preza pelo contato com o cliente por meio das consultoras, e o distanciamento social fez com que as empresas aprendessem ‘na raça’ os hábitos digitais. Não houve change management. E acho que o físico vai exigir muito mais da CX, pois você terá que ser muito mais compelling para atrair o cliente para o físico, ele espera uma experiência diferenciada ou poderá optar pela praticidade do digital”.
Cientes de que um CX satisfatório está intrinsicamente ligado ao engajamento da clientela e, portanto, ao uso inteligente de seus dados, o uso de ferramentas como analytics e inteligência artificial (IA) também esteve presente no painel. Ao falar sobre como aproveitar os dados para trazer mais humanidade ao CX, Jorge Franchella retomou a importância do processo de captura e interpretação desses dados, mas também desse conhecimento estar atrelado a questões de governança, arquitetura, plataforma e utilização legal das informações.
“Conforme Michel falou, quando queremos falar de escala, é preciso de informações para estabelecer uma relação mais pessoal. Para isso, a capacidade de captura, processamento e administração dos dados é fundamental, assim como a interpretação e a unicidade com a qual a gente responde a esses dados. Em suma, precisamos ser capazes de entender o que os dados estão nos falando para individualizar e personalizar a experiência, mas não dá para isso ser fragmentado”, explicou o CDO da Natura &CO.
No contexto da Covid-19, Carolina Pintão contou sobre a análise de dados e o uso de algoritmos de IA para aumentar a base de conhecimento sobre a doença: “começamos iniciativas para compartilhamento de dados de pacientes com Covid-19 com o objetivo de gerar conhecimento, assim como trabalhamos com ferramentas diagnósticas e análises de IA para acelerar laudos. O contexto exigiu muita agilidade da nossa parte, especialmente em relação a proteção de dados, mas a mentalidade de todos ajudou a acelerar muitos processos. Ao compartilharmos dados, iniciamos experiências com clientes não finais, como pesquisadores, startups e empresas, que iniciaram soluções para a saúde”.
Embora tecnologias como analytics, IA e machine learning pareçam ser aplicações inevitáveis no CX, ainda há espaço para que as organizações aumentem suas competências atreladas aos temas e diminuam os gaps de conhecimento existentes.
“Percebemos que as companhias estão correndo para diminuir esse gap de conhecimento e de competências, seja por meio de treinamento ou de parcerias com empresas referências nessas tecnologias, especialmente porque a maioria delas entende que a adoção dessas inovações pode ser o diferencial para promover experiências mais personalizadas, satisfatórias e duradouras a seus clientes. E na IBM, entendemos que dados e IA são valores que podem aumentar a lealdade e a confiança dos consumidores nas marcas, além de humanizar esse relacionamento”, afirmou Hamilton Bertelli.
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