Gustavo Pierini, que concluiu o mestrado na MIT Sloan School em 1987, é o líder da consultoria Gradus e, sobretudo, um filantropo
“Da mesma forma com que lido com meus investimentos, faço minhas doações.” O consultor Gustavo Pierini sabe que só conseguiu estudar no MIT graças a bolsas de estudos; seus rendimentos em 1987, aos 30 anos de idade, eram insuficientes para bancar o empreendimento. Ele também tem plena consciência de que a formação em Boston foi fundamental para seu sucesso profissional – e para a carteira de clientes da Gradus Consultoria de Gestão, que fundou há quase 25 anos. Assim, decidiu retribuir de duas maneiras: com um desempenho acadêmico extraordinário e tornando-se um doador “serial” em educação no Brasil e na Argentina, onde nasceu.Não se trata só do prestígio de ter salas com seu nome na Sloan School ou de fazer discursos como paraninfo no MIT (como fez em 2017). Pierini desenvolveu um mindset de “donor”, ainda relativamente pouco comum no Brasil. Isso tem a ver com gerir suas doações com o rigor de um investidor, diversificando-as, contabilizando o retorno social do investimento. Como ele diz, o ROI em seu “portfólio” é “altíssimo”.
Como começou. “Em 2011, criei o programa Gustavo Pierini Fellows, que distribui anualmente o valor de um ano de ‘tuition’ a três ou quatro estudantes de graduação do Brasil e da Argentina que queiram fazer MBA na MIT Sloan School. Mais de 30 já foram agraciadas.”Diversificação. “Desde o início busquei diversificar as doações em diversas frentes, com a mesma lógica que aplico a meus investimentos pessoais. Não doo apenas ao MIT; instituições educacionais argentinas e brasileiras também são beneficiadas.” (Entre as brasileiras, encontram-se o Fundo Patrimonial Amigos da Poli, a Escola Alef Peretz-Paraisópolis e a Fundação Estudar.)