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Governança de dados no setor de saúde

A importância dos dados na transformação do setor e na melhoria dos cuidados aos pacientes

MIT SMR Brasil + Intersystems
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Governança de dados no setor de saúde
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Na era da inovação – e do aumento exponencial da inteligência artificial -, cada vez mais empresas de diferentes portes e segmentos se baseiam em dados para a tomada de decisões estratégicas. Nesse cenário, ter uma cultura voltada à governança de dados tornou-se crucial para o crescimento sustentável dos negócios.

Apesar disso, um estudo do MIT mostra que a maioria das companhias, 54%, ainda não têm iniciativas formais de governança de dados. De acordo com a pesquisa, 64% das organizações têm investido mais em segurança de dados e 61% afirmam ter aumentado as ações relacionadas à qualidade dos dados. Privacidade e acessibilidade surgem em terceiro lugar, com 58%, seguidas por governança, com 57%.

No segmento de saúde, a governança de dados é um fator de atenção para garantir a qualidade e acurácia das informações, proporcionando aos pacientes uma jornada mais fluida por todo o ecossistema e permitindo aos profissionais da área tomarem as melhores decisões em termos de tratamentos para os pacientes, por exemplo.

No Brasil, o estudo “Governança dos dados na saúde: uso e compartilhamento”, elaborado por integrantes da Comissão de Governança em Saúde do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), aponta que em um cenário de aceleração da inovação e de avanço da inteligência artificial, a governança de dados se tornou uma necessidade iminente. O relatório cita que apesar dos desafios, como os que envolvem questões regulatórias, éticas, culturais e tecnológicas, é preciso que diferentes frentes se unam para criar soluções colaborativas.

Nesse contexto, a adoção da interoperabilidade representa um passo significativo para impulsionar a eficiência do ecossistema de saúde por meio do compartilhamento, padronização e segurança no uso dos dados, tomando por base modelos bem sucedidos em países como Dinamarca e Noruega.

De acordo com o documento, enquanto os dados são a base para diagnósticos precisos e cuidados personalizados, a interoperabilidade permite que a jornada do paciente seja mais fluida ao garantir que a mesma informação circule entre diferentes sistemas e instituições. “Juntos, esses dois pilares impulsionam uma transformação na assistência, permitindo que a telemedicina ofereça cuidados remotos mais acessíveis e que a inteligência artificial desenvolva insights precisos e escaláveis, resultando em atendimentos mais eficientes e personalizados”, revela o relatório.

Para Teresa Sacchetta, vice-coordenadora da Comissão de Governança em Saúde do IBGC e diretora de saúde na InterSystems, o uso da tecnologia em saúde no Brasil ainda é incipiente quando comparado a outros países. “Ao promover cada vez mais a transformação digital e a interoperabilidade dos dados, será possível que os profissionais que atuam na área da saúde passem a utilizar em sua rotina dados integrados em um repositório único”, detalha. “O acesso a dados centralizados e de qualidade permite oferecer um cuidado melhor e mais seguro ao paciente, além de tornar o setor de saúde mais eficiente”, completa.

Um dos entraves à interoperabilidade diz respeito ao tratamento das informações dos pacientes, o que envolve, por exemplo, a qualidade dos dados dos prontuários e a forma como é feita a sua gestão. Segundo a executiva, ao aliar informações de qualidade, o uso da IA e a integração de dados de prontuários eletrônicos será possível alavancar os benefícios da interoperabilidade. “Com o consentimento do paciente e com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o titular do dado autorizaria o acesso ao histórico de saúde a todos os profissionais envolvidos em sua jornada como paciente”, salienta.

Governança de dados na prática

“A proteção dos dados é uma prioridade absoluta para nós”, afirma Mônica Bezerra, diretora corporativa de tecnologia e operações da Santa Casa da Bahia. Ao investir em governança e na digitalização de dados, a Santa Casa não apenas otimizou seus processos internos, mas também contribuiu para o avanço da pesquisa científica e para a melhoria da qualidade do atendimento.

Para isso, a entidade adotou tecnologias de ponta para integrar e proteger os dados que têm disponíveis. Segundo a diretora, a Santa Casa utiliza um sistema de última geração, que funciona como um tradutor universal para os dados da instituição. “Essa ferramenta garante a comunicação segura e eficiente entre diferentes sistemas, eliminando problemas de incompatibilidade e assegurando a integridade das informações”, revela.

A digitalização dos processos internos também é um pilar estratégico da Santa Casa. O prontuário, por exemplo, é 100% eletrônico e os profissionais são treinados para trabalhar em consonância com a tecnologia, sem deixarem de oferecer um atendimento humano aos pacientes. “O paciente enxerga o investimento em inovação na forma de uma melhor experiência em sua jornada. Isso se reflete no índice de satisfação dos pacientes que está na casa dos 85%”, conclui a executiva. 

Iniciativas como essa demonstram o potencial da tecnologia e da governança de dados para transformar o setor da saúde, oferecendo ferramentas mais eficientes para que os profissionais da área definam estratégias de atendimento e tratamento mais personalizadas aos pacientes.

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