Tecnologia, talento, processos e insights de dados cada vez mais sofisticados permitem capitalizar oportunidades e prosperar em meio à incerteza
Com o avanço das fintechs e as mudanças regulatórias no Brasil, os bancos tradicionais têm o desafio de acelerar a própria digitalização. Ainda assim, aproveitar o melhor das tecnologias emergentes não é garantia de sobrevivência. Ser “”future-ready”” é o nível mais alto da maturidade operacional — um patamar que também requer a sinergia entre talento, processos e insights de dados.
Enquanto o setor bancário luta contra a volatilidade, acompanhar o que os clientes desejam é um desafio. E a injeção de inteligência e automação nas operações pode ajudar. Isso significa ampliar a capacidade de responder a tudo o que surgir.
As organizações que trilharem esse caminho podem alcançar avaliações de mercado melhores e obter mais lucro. É o que mostra o relatório da Accenture intitulado Aprimorar todas as decisões com operações bancárias inteligentes. De acordo com o documento, as organizações future-ready conseguem um aumento da rentabilidade de 5,8 pontos percentuais. Quanto à eficiência, os ganhos chegam a 18,8%. A evolução se deve à implementação de medidas focadas em equipes multidisciplinares e tecnologias acessíveis.
Por outro lado, os bancos são, em média, menos maduros operacionalmente do que a maioria das outras organizações. Hoje, 57% das instituições financeiras dizem que evoluíram para operações preditivas. Entretanto, apenas 6% afirmam ter atingido o nível de operações preparadas para o futuro.
Nos próximos três anos, os bancos desejam estar à frente de outros setores: 37% planejam alcançar um estado future-ready, em comparação com 34% de todas as organizações.
As instituições financeiras que desejarem acelerar a transição para operações inteligentes têm melhorias significativas no horizonte. Algumas das barreiras para crescer em maturidade estão relacionadas à mudança da cultura e estrutura da organização. A incapacidade de transformar sistemas legados (ou originados) em novas oportunidades é outro obstáculo a ser superado pelas empresas. Somente assim é possível produzir um crescimento realmente sustentável.
Apesar de 78% dos bancos afirmarem que a análise de dados é utilizada em suas atuais operações – um pouco acima da média geral de 75%, considerando empresas de outros setores –, a pesquisa da Accenture sugere que os desafios da tecnologia estão impedindo as organizações de alcançar a transformação operacional. Existem oito características necessárias para avançar nesse tipo de maturidade:1. Dados;2. Analytics;3. Práticas líderes;4. Colaboração entre tecnologia e negócios;5. Força de trabalho ágil;6. Automação;7. Experiência dos stakeholders;8. IA (inteligência artificial).
“Quem conseguir orquestrar todas essas variáveis tem a capacidade de gerar insights em tempo real”, afirma Daniel Stein, diretor comercial de operações para serviços financeiros na Accenture.
“As operações bancárias inteligentes são capazes de transformar a reatividade em proatividade”, continua Stein. Ou seja, os bancos preparados para o futuro não tomam a dianteira apenas em relação à lucratividade no curto prazo. Há também um ganho considerável na resiliência para continuar entregando resultados comerciais em escala.
Organizações focadas na transformação digital desfrutam de maior capacidade de expansão. No entanto, os bancos que pretendem atingir o mais alto nível de maturidade operacional devem dominar as medidas necessárias para superar as demandas do mercado. Confira três passos cruciais para a implementação de operações inteligentes no setor bancário, segundo o estudo da Accenture:
1. Tenha um objetivo principal: os bancos que usam intelligent operations podem adotar uma abordagem muito mais holística para melhorar as operações. O progresso acontece quando negócios e tecnologia se unem para desenvolver modelos de governança conjunta. Como consequência, o aumento da colaboração ajudará essas organizações a serem mais inovadoras e a usar melhor a tecnologia e o talento especializado.
2. Conheça os passos-chave: existem etapas fundamentais que se aplicam a todos os players que pretendem atingir a plena maturidade operacional: automatizar em escala, aumentar o talento humano com tecnologia, comprometer-se a tomar decisões baseadas em dados e escalar a nuvem. A cada estágio percorrido, a organização aumenta a própria capacidade de resiliência, levando a experiência do cliente ao próximo nível — inclusive em cenários adversos.
> Hoje, 71% dos bancos dizem que projetam seu modelo operacional com base em dados – e não na experiência ou intuição executiva.
3. Saiba como subir os degraus da maturidade: outra medida para progredir nos níveis de maturidade é estabelecer novas relações ecossistêmicas. Na verdade, 41% dos bancos já notaram avanços nesse ponto nos últimos três anos. Além disso, 38% indicam que aumentaram o foco nas relações com parceiros em virtude da pandemia. A partir dessa lógica, é possível receber serviços transformados, reduzir custos e acelerar a jornada de transformação.
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