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Os desafios da hiperpersonalização

Nove em dez gestores de marketing e comunicação sabem que a personalização avançada tende a ser estratégica. Mas por que não trazer esse futuro para o presente?

Capgemini + MIT SMR Brasil
15 de julho de 2024
Os desafios da hiperpersonalização
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> “Atrás do trio elétrico> só não vai quem já morreu> Quem já botou pra rachar> aprendeu, que é do outro lado> do lado de lá do lado> que é lá do lado de lá” > Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Armandinho

O Zeitgeist é inexorável. Nas empresas, os profissionais de marketing e comunicação lidam todos os dias com esse tal espírito do tempo. Eles sabem que quem não for atrás do trio elétrico, como canta a música, ou já morreu ou morrerá em breve. Hoje é a personalização avançada de ofertas que está se tornando o espírito do tempo no varejo – um serviço prestado em tempo real, com conteúdo de qualidade e com experiência do usuário aplicada em um nível individual. A razão disso são as novas expectativas dos consumidores, que se transformaram digitalmente muito mais rápido do que as empresas foram capazes de acompanhar.

Pouco a pouco as organizações vão entendendo que, ante consumidores transformados, não é possível segmentar como se fazia antes. Nossa escolha agora oscila entre nos dirigirmos a pequenos grupos de clientes, na microssegmentação, ou a cada cliente individualmente, na hiperpersonalização. Um dos maiores dilemas atuais dos gestores é sobre qual dos dois caminhos seguir. Qual deles permite adquirir e reter o maior número possível de clientes? Ainda faz sentido microssegmentar quando já é possível atingir cada cliente direta e individualmente com a ajuda da ciência de dados e das novas tecnologias, para lhes proporcionar soluções personalizadas e dedicadas?

A pesquisa Technology-enable personalization in retail stories: understanding drivers and barriers, publicada no Journal of Business Research, afirma que nove em dez profissionais de marketing e comunicação acreditam que o marketing personalizado representa o futuro, ou seja, que a hiperpersonalizacão será o caminho para sobreviver e ganhar competitividade. O pêndulo do espírito do tempo, portanto, pende para a hiperpersonalização.

Principais desafios

O primeiro questionamento que os gestores fazem costuma ser quanto à real viabilidade da hiperpersonalização. Quais são os principais desafios para conseguir fazer isso? Em geral, dividem-se os desafios em dois: tecnologias (em quantidade e variedade suficientes) e gestão adequada.

Segundo a pesquisa publicada no Journal of Business Research, tecnologia é o que não falta para entregar uma experiência personalizada ao cliente. (Veja quadro abaixo.)

Tecnologias permitem a personalização

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Se tecnologia não é problema, então vamos à gestão. Quais são os desafios gerenciais que podem impedir as empresas de colocar a hiperpersonalização em prática? Aqui estão alguns deles e suas respectivas soluções.

1. A mentalidade da alta gestão precisa mudar.

É preciso aceitar que a evolução da segmentação chegou à hiperpersonalização e que já não se trata mais de uma projeção futurista. Essa mentalidade é necessária em toda a extensão da empresa, mas em especial na liderança sênior. Muitas vezes, o gestor de marketing insiste em classificar os clientes à moda antiga. Outras vezes, esse gestor pode estar convencido da mudança, mas o CEO ainda não se convenceu. Em muitas organizações, o CEO ou o CFO julgam que isso é um “problema de TI”, por exemplo, e destinam recursos insuficientes para abordar o verdadeiro desafio.

2. Deve haver entendimento do contexto específico do cliente: a hipercontextualização.

A hiperpersonalização é tratada por muitos como apenas uma segmentação refinada e, por isso, é muito comum tentar adaptar técnicas de segmentação anteriores em um nível individual, levando em conta novos e múltiplos critérios. Isso não basta. A hiperpersonalização também se refere à adaptação de um produto, serviço ou experiência a um contexto específico do cliente – ela precisa de hipercontextualização.

3. A cultura e a qualidade de dados precisam existir na organização.

Os dados contam uma história desde o momento em que são coletados. Esse viés precisa ser levado em consideração. Afinal, a análise não pode ser feita a partir de dados não-estruturados. É preciso contar com uma plataforma que ofereça informações confiáveis. No entanto, implementar uma gestão que valorize decisões orientadas por dados é um passo ainda mais importante. O segredo é mapear a realidade do negócio para descobrir o quão longe a organização está disposta a andar.

4. O design organizacional rígido está proibido.

A rigidez é inimiga da mentalidade data-driven. Nenhuma empresa avança sem capacidade de experimentação. É preciso abraçar a ideia de que os dados podem ser surpreendentes. Aliás, quando uma descoberta é feita, é possível que um portfólio inteiro de produtos tenha que mudar. A recomendação é unir pessoas diferentes, a fim de gerar uma competência única. Essa capacidade de inovação será a grande responsável por entregar o que precisa ser entregue, com flexibilidade e agilidade.

5. Deve haver equilíbrio na personalização, sem excessos.

É impreciso afirmar que um cliente pode se manter sempre fiel. A confiança, por outro lado, realmente pode aproximar as pessoas das marcas. Nesse sentido, o relacionamento deveria ser um fator que nutre esse sentimento. Mas existe um problema. O excesso de personalização, realizado de maneira indevida, faz com que os clientes não consumam nada de diferente. Afinal, os algoritmos existem para manter o usuário no mesmo caminho que decidiu seguir lá atrás. De um lado, o processo fica mais rápido. Mas, de outro, reforça comportamentos padronizados – e estes não têm nada a ver com hiperpersonalização.

O Fórum: A era da hiperpersonalização é uma coprodução de MIT Sloan Review Brasil e Capgemini.

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Capgemini
A Capgemini é uma empresa líder em parcerias estratégicas para transformação e gestão de negócios, utilizando tecnologia para liberar seu valor. Com mais de 50 anos de experiência global, oferece soluções abrangentes desde estratégias até operações, com especialização em nuvem, dados, inteligência artificial e outras tecnologias emergentes.

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