A equidade de gênero se tornou essencial para a sobrevivência de negócios, marcas e empresas. Neste artigo, aponto como líderes e equipes podem encontrar o equilíbrio com colaboradores de diferentes gêneros
“Em “Super-homem”, Gilberto Gil canta: “um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria. Que o mundo masculino tudo me daria, do que eu quisesse ter. Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara, é a porção melhor que trago em mim agora. É o que me faz viver”.
Na vida e nos negócios o embate “homens versus mulheres” saiu de moda faz tempo e nunca trouxe bons resultados, afinal, era uma farsa. Equipes produtivas, que atingem e ultrapassam metas, são as que conseguem chegar ao equilíbrio, com a representatividade de gênero justa.
Claro que homens e mulheres possuem algumas habilidades mais presentes, afinal, a vida e a nossa cultura nos moldam para que possamos dar conta dos muitos recados. Mas não é uma competência ou outra que define o time. A junção do todo pode, realmente, levar ao sucesso.
A postura feminina mais empática encaixa-se muito bem à capacidade masculina de ser objetivo e chegar direto ao ponto. A busca pelo poder, normalmente endereçada aos homens, tem tudo a ver com a resiliência, comumente vista como característica das mulheres. Nada disso funciona isoladamente.
As equipes bem equilibradas entre os dois polos são terrenos férteis para a formação de lideranças 4.0: completas, inclusivas e que valorizaram e reconhecem os seus colaboradores. Além disso, esse perfil de liderança garante espaço para o desenvolvimento da equipe como um todo, independentemente do gênero, raça, orientação sexual, idade e condição física das pessoas que integram o time.
Acredito, de fato, na complementaridade, nos olhares diferentes para a mesma situação. Nas soluções inovadoras permeadas de características diversas. Naquilo que envolva todo mundo e não deixe ninguém de fora. Na inclusão que percebe a presença dos vieses inconscientes, discute sobre eles e toma atitudes intencionais para superá-los. É o justo e o certo a buscar nas relações profissionais, de negócios e na sociedade.
Ao falar de equidade de gênero, vale reforçar, me refiro a todas as mulheres: brancas, pretas, pardas, lésbicas, trans, com e sem deficiência, jovens e seniores. E sabemos que a experiência e as barreiras são diferentes para cada mulher.
Claro que essa tomada de consciência não acontece de um dia para o outro. Faz parte de um processo de transformação cultural, de mindset. Essa mudança muitas vezes é longa e ganha força quando se tem uma aliança com altas lideranças em uma empresa, por exemplo.
No meu trabalho de consultoria, e à frente da gestão executiva do Movimento Mulher 360, tenho me dedicado a quebrar a distância entre os polos e fomentar a equidade nas empresas, em todos os escalões. Uma boa parte das mais de 90 corporações que acompanho já avançaram muito nesse sentido e outras estão bem encaminhadas.
Entretanto, todas as corporações entenderam o quanto se ganha quando a equidade está, de fato, enraizada no negócio. As pesquisas também mostram essa realidade, que é global. A pauta ESG não me deixa mentir.
Em resumo, a sociedade está de olho nas posturas e causas das marcas. O que era “mimimi” se tornou vital para a sobrevivência dos negócios. As marcas e empresas que não priorizarem a equidade não irão sobreviver a estes tempos e viverão solitárias, no limbo do esquecimento.
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