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Sobre a criação de um novo mercado

Saiba mais sobre a Vivenda, que, ao enxergar um mercado até então inexistente, inovou e ajudou milhares de pessoas a prosperarem

Christimara Garcia e Efosa Ojomo
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“No Brasil, cerca de 50 milhões de pessoas vivem moradias inadequadas e em situação de extrema pobreza, cuja média de renda mensal é de R$ 260 por mês. Pode parecer que há pouca ou nenhuma oportunidade para que uma empresa do setor da construção civil enxergue um potencial mercado. Afinal, como pessoas que ganham essa renda poderiam se dar ao luxo de viver em uma moradia melhor? Esse era um problema que Fernando Assad e seus sócios procuraram resolver – por meio da Vivenda.

Assad iniciou sua carreira trabalhando como consultor em programas de financiamento público. Seu objetivo era levar infraestrutura de urbanização às favelas paulistas. Através de seu trabalho, ele aprendeu que muitos programas de habitação do governo estavam focados no desenvolvimento de obras de infraestrutura, como água encanada, saneamento, pavimentação de ruas, e assim por diante.

Curiosamente, esses programas não se concentravam em melhorar as condições dos espaços de convivência reais das casas. Em muitas situações, existia um sistema público de saneamento, mas as famílias não tinham um único banheiro em casa.

Considerando as difíceis condições de vida em que milhões de brasileiros se encontravam, a Vivenda viu uma oportunidade de criar um novo mercado. Se pudesse desenvolver uma solução habitacional que atendesse às necessidades dos brasileiros de menor renda, poderia explorar uma enorme população de novos clientes. Essa é o que chamamos de inovação de criação de mercado.

As inovações criadoras de mercado transformam produtos complexos e caros em produtos simples e acessíveis, permitindo que mais pessoas que se beneficiariam tenham acesso a estes. Mas essas inovações são muito mais do que produtos ou serviços, são sistemas que desencadeiam um efeito dominó do desenvolvimento econômico sustentável, tirando milhares, se não milhões, da pobreza no seu curso de implementação.

Habitação acessível para as massas

Em 2014, nasceu a Vivenda para disponibilizar moradias melhores a brasileiros que antes não dispunham de alternativa. A Vivenda permite que os clientes remodelem suas casas a preços acessíveis, fornecendo o crédito necessário para financiar seus serviços.

Como a Vivenda fez isso

Para alcançar seus novos clientes, os fundadores da Vivenda (re)imaginaram fundamentalmente a construção de moradias convencionais, tendo em mente o cuidado de inovar com seus clientes.

Para garantir que a organização fosse lucrativa, os fundadores da Vivenda reduziram os custos criando uma nova cadeia de valores (rede de fornecedores, canais de mercado e provedores auxiliares que suportam um modelo de negócio compartilhado). Para isso, eles integraram toda a sua cadeia de valor, conectando arquitetos, construtores, varejos de construção e microfinanciamento em uma plataforma digital. O resultado foi o alcance de margens entre 25% e 28%.

Em segundo lugar, Vivenda incorporou uma estratégia emergente. Desde a fundação da organização, entendeu-se que a estratégia da empresa deveria ser flexível porque a Vivenda estava indo atrás de um mercado que ainda não estava definido e seria necessário aprender muito com seus consumidores em breve.

Dessa maneira, a Vivenda primeiro ofereceu, por exemplo, crédito direto aos seus consumidores, mas logo percebeu que não poderia cobrir o custo do crédito por si só. Para resolver esse problema, a Vivenda fez parceria com diversos fundos de investimento de impacto para fornecer o capital necessário para financiar as reformas de forma sustentável.

Em terceiro lugar, Assad e seus cofundadores ganharam apoio de outros parceiros críticos envolvidos no processo de reforma de casas, como a indústria da construção civil, bancos, associações profissionais, entre outros.

Como a Vivenda apresentou uma importante oportunidade de mercado para outros players, como fundos de impacto e grandes corporações, a empresa conseguiu financiamento para desenvolver sua plataforma digital e aprimorar ainda mais seus negócios.

Impacto e prosperidade

Desde a fundação da Vivenda, em 2014, a organização inovadora atendeu mais de 6 mil clientes e criou muitos empregos diretos e indiretos. Realizando mais de 2 mil reformas em várias regiões de São Paulo, possibilitando que milhares de pessoas tenham uma vida melhor com dignidade.

Esse é o poder que as inovações criadoras de mercado têm e esperamos em breve trazer mais histórias e estratégias sobre esse tipo de inovação que pode ser a peça que faltava no caminho de um Brasil próspero e com justiça social.””

Christimara Garcia e Efosa Ojomo
Efosa Ojomo é um pesquisador sênior no Clayton Christensen Institute, onde lidera a pesquisa do núcleo de Prosperidade Global. Já Christimara Garcia é a fundadora da Catalyze Innovations Initiative, um Action Tank com a missão de promover inovações criadoras de novos mercados no Brasil. Efosa e Christimara desenvolvem uma parceria entre o Clayton Christensen Institute e a Catalyze Innovations Initiative com o intuito de ilustrar o poder que as inovações criadoras de mercado têm sobre organizações e sociedade na promoção de desenvolvimento socioeconômico e da prosperidade.

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