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Diversidade e inclusão

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Vamos além da programação!

Head de customer success de startup catarinense convida as mulheres a não se intimidarem por serem minoria e a enxergarem que a tecnologia não é só escrever software

Kelly Paganucci

16 de Março

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Artigo Vamos além da programação!

Tive o privilégio de crescer em uma família que sempre me incentivou a correr atrás dos meus objetivos, o que me fez enxergar que poderia trilhar o caminho que escolhesse. Meu contato com a tecnologia começou muito cedo. Cresci em uma casa com muitos computadores, pois meu pai e irmão são desenvolvedores. Por isso, me foi muito natural trabalhar nessa área. Sei que essa não é uma realidade para todas as mulheres, e neste mês de importante reflexão sobre o nosso papel, ainda existem barreiras a serem superadas para que mais mulheres ingressem na TI. 

Pessoalmente, eu nunca me senti intimidada, ou limitada, por ser uma mulher no setor na tecnologia, mas muitas vezes já ouvi comentários de amigas falando que gostariam de ser desenvolvedoras, mas não encontram oportunidades. Antes mesmo de começar a graduação em análise e desenvolvimento de sistemas, consegui um trabalho na área, apesar de não ter todas as credenciais que a vaga pedia. Fiz um teste, fui aprovada e comecei a trabalhar entre vários homens.

Na graduação, em uma turma de cerca de 30 pessoas, éramos apenas quatro mulheres. Também percebia a falta de professoras e mentoras. Quatro anos depois, quando fiz minha pós graduação em gestão de TI, essa diferença já era menor, com um grupo metade masculino e metade feminino. 

Há três anos ingressei na Effecti, startup de Rio do Sul (SC) especialista em automação para participantes de licitações, e passei por diferentes funções, crescendo junto com a empresa e me desenvolvendo como líder. Meu cargo atual é de head de customer success, ou seja, não trabalho diretamente com o desenvolvimento de produtos, mas meu conhecimento técnico me ajuda a dialogar com todas as áreas, conduzir os projetos dentro da empresa,  entender as necessidades de nossos clientes e conseguir passar de forma correta para o time de desenvolvedores.  Acredito que esse é outro paradigma que precisa ser quebrado: existem diversas áreas dentro da tecnologia além da programação. 

Além de trabalhar em uma startup, também sou professora em cursos na área de tecnologia e informática, percebo algumas mulheres com medo, intimidadas, por isso sempre busco incentivá-las a evoluírem em suas carreiras, inovarem, se atualizarem, e mostrar que não existem barreiras que não possam ser rompidas. 

Como líder no setor de tecnologia, fico feliz por trabalhar em uma empresa que pensa fora da caixa, todos são visto como iguais e avaliados por suas capacidades, não pelo gênero. Recém retornei da minha licença maternidade, e poder contar com o apoio dos colegas para continuar minha carreira e cuidar da minha filha, também é fundamental. Eu preferi não saber o sexo do bebê até o nascimento, e quando passei pelo processo do parto, em um momento de muita fragilidade, vi que era uma menina, percebi que eu era mais forte do que imaginava, e ficou ainda mais claro para mim o meu papel de deixar o mundo o lugar melhor e mais igualitário para a minha filha. 

Gostaria de falar para todas as mulheres que a força está dentro de nós, só precisamos buscar os caminhos para resgatá-la. Não se sintam intimidadas pela área da tecnologia, busquem atualização e se posicionem sempre. Temos mulheres na presidência de grandes empresas de tecnologia como IBM, HP e YouTube, assim como as mulheres históricas Ada Lovelace, Edith Clarke, Grace Hopper, Mary Keller, Margaret Hamilton e tantos outras, para nos inspirar e ver que é possível fazer a diferença.

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Autoria

Kelly Paganucci

Kelly Paganucci é head de customer success da Effecti, startup de Rio do Sul (SC) especializada em automação para participantes de licitações.

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