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O uso de analytics na segurança do paciente

Maior conhecimento sobre dados gera mudanças na gestão de cuidado e assegura atendimento de qualidade em saúde

Grupo Fleury - Felipe dos Santos, Mauricio Minatel, Felipe de Almeida, Daniela Souza, Leticia Ito, Paola Assis, Adriana Gonçalves, Sergio Bernardo, Patricia Silva, Lais Reis, Janaina Barrancos, Flavia Silva, Daniella Kerbauy
29 de julho de 2024
O uso de analytics na segurança do paciente
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Quando falamos do uso de analytics na saúde, seu objetivo é auxiliar na identificação de padrões e servir de guia nas tomadas de decisões. Porém, qual é o melhor processo para transformar o uso de dados em benefícios para os pacientes? Como a comunidade médica pode introduzir esse conhecimento na gestão do cuidar?

Trabalhar as informações junto às equipes de forma que seja criada uma conexão emocional com o tema, que fomente a interdependência e que mostre os dados como números e também como impacto na segurança e experiência do paciente é uma das missões do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do Grupo Fleury. A iniciativa surgiu após a publicação da RDC Nº36/2013 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece a gestão de riscos por meio da implantação desses núcleos.

Responsável por elaborar o plano de segurança do paciente, criado para identificar falhas e mitigar ou eliminar eventos adversos, o NSP deve ser composto por equipes multiprofissionais dedicadas a disseminar a cultura de segurança na organização. É neste contexto que percebemos ser possível alavancar a segurança do paciente usando analytics.

Aferição de indicadores de qualidade

O uso de analytics mirou três tipos de incidentes que são acompanhados pelo NSP, relacionados a fluxos assistenciais que representam pontos críticos na garantia da segurança do paciente. Indicadores de qualidade eram utilizados para esse acompanhamento, seguindo normas técnicas, legislações e diretrizes organizacionais. Esses instrumentos de gestão orientam a excelência do cuidado e se constituem a partir de como o profissional verifica atividades, monitora certos aspectos e avalia os pacientes, apontando a eficiência e eficácia de processos e resultados organizacionais.

Do ponto de vista ferramental, esses KPIs eram disponibilizados em ferramentas não tão robustas quanto plataformas de business intelligence (BI), forneciam uma visão operacional que não proporcionava agilidade nas análises devido ao tempo de espera para trocas de filtros, além da baixa granularidade das informações presentes nos gráficos. Os números absolutos não representavam o cuidado necessário para cada situação ou apontavam de que maneira os profissionais poderiam atuar prioritariamente. Para seus usuários, a jornada de estudos desses dados poderia ser aprimorada para, consequentemente, transbordar em mais ciclos de melhoria no atendimento aos pacientes.

Com ferramentas de BI, o acompanhamento mais dinâmico transforma a grande quantidade de dados brutos em informação útil e de alto valor agregado, levando a decisões mais rápidas e estratégicas. A partir de aferições objetivas, consistentes e ágeis, é possível aumentar a qualidade da assistência prestada e melhorar a experiência do paciente. Logo, a introdução do analytics representou um novo patamar na disponibilização dos dados e no aprendizado coletivo, essencial para estimular os ciclos de melhoria na gestão da qualidade.

Safety intelligence

Em seguida, o projeto buscou converter o portfólio de indicadores de qualidade para o conceito de safety intelligence. Para isso, foi essencial considerar os usuários internos desses KPIs no desenho de novos painéis, suas áreas de atuação e pontos de contato com a jornada do paciente. As informações precisavam ser exibidas para que cada indivíduo pudesse compreender o status das operações e seus respectivos impactos nos pacientes rapidamente por meio de dashboards efetivos e afetivos.

Para garantir o cascateamento desses aprendizados internamente, foi adotada uma metodologia adicional, de forma a auxiliar a coleta de dados a partir dos dashboards, organização e compartilhamento das informações. A ferramenta permitiu gerar reports automaticamente para os times envolvidos nos pontos-chave das operações, incentivando a construção de planos de ação.

Definidos a plataforma e os métodos a serem utilizados, faltava o aprimoramento na qualidade dos dados. As equipes foram reunidas para a fase de pré-processamento dos dados, em que puderam entender o propósito maior de cada dashboard, o que possibilitou a avaliação sobre a seleção dos dados-chave à cultura de segurança (Figura 1).

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Legenda: Fluxo de trabalho do projeto – Construção e evolução até o conceito de safety intelligence e pulverização dos dados para a operação

Os indicadores foram construídos para colocar o paciente em evidência, agregando as áreas envolvidas em sua jornada, independentemente da etapa em que eventuais desafios ocorram. Com agilidade, o painel explicita visão, localização de ocorrência, motivos e a gravidade dos eventos (Figura 2).

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Legenda: Visão BI e visão do report automatizado, ambos construídos sob ótica de safety intelligence divulgado para a operação dedicada a assistência ao paciente

Segurança é primordial na gestão do cuidado

A introdução do analytics na gestão da segurança do paciente representou um importante passo para o NSP. Além do núcleo contar com a expertise de diferentes áreas da companhia (como sustentabilidade, inteligência da qualidade de processos técnicos e médicos, enfermagem, staff médico, ouvidoria), é essencial que todos os colaboradores se sintam parte efetiva do NSP. Utilizar uma ferramenta de business intelligence para trabalhar, acompanhar e compartilhar indicadores relacionados a qualidade e segurança do paciente trouxe clareza sobre o tema e ajudou ainda mais a organização na rotina do NSP.

A evolução no escopo de atuação para conceitos de quality intelligence e safety intelligence contribuiu para alavancar os processos envolvidos na investigação dos incidentes que impactam a segurança do paciente. São mudanças sutis que conectam os colaboradores com o propósito de qualidade e segurança, uma inovação na gestão do cuidado que reforça a missão do Grupo e demonstra que sua cultura centenária segue em constante evolução.”

Grupo Fleury - Felipe dos Santos, Mauricio Minatel, Felipe de Almeida, Daniela Souza, Leticia Ito, Paola Assis, Adriana Gonçalves, Sergio Bernardo, Patricia Silva, Lais Reis, Janaina Barrancos, Flavia Silva, Daniella Kerbauy
Felipe Ribeiro dos Santos, Mauricio Guerino Minatel, Felipe Corumba de Almeida e Flavia Helena da Silva são da área de inteligência da qualidade do Grupo Fleury. Daniela Priscila Tozzo Souza é de processos de enfermagem do Grupo Fleury. Leticia Morganti Ito, Adriana Seghesi Elias Goncalves, Sergio Beserra Araujo Bernardo e Janaina Teixeira Gardel Barrancos são do departamento de sustentabilidade do Grupo Fleury. Paola Rocha Assis é de escalas médicas do Grupo Fleury. Lais Vissotto Garchet Santos Reis e Daniella M. Bahia Kerbauy são da equipe médica do Grupo Fleury. Patricia de Oliveira Marques Silva é da telemetria do Grupo Fleury.

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