Quer libertar suas ideias? Organize-as – Parte 2
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O aprendizado em micromomentos é um caminho para potencializar o lifelong learning e o desenvolvimento de novas competências on demand, seguindo a lógica de tentar fazer, ter necessidade de aprender e, daí, aprender para fazer
José Cláudio Securato
31 de Março
Antes de nos aprofundarmos sobre o tema deste artigo, vale acrescentar um contexto: o comportamento de consumo mudou para sempre através de batalhas pela conquista de corações, mentes e dinheiro em micromomentos. Em outras palavras, o investimento no relacionamento com consumidores foi focado em saber que esses micromomentos eram o novo campo de batalha.
O think with Google definiu micromomentos como “minúsculos momentos de intenção de tomada de decisão e de formação de preferências durante a jornada do consumidor”.
A previsibilidade dos desktops, por exemplo, cedeu lugar às interações fragmentadas, viabilizadas pelo uso intenso dos smartphones. As decisões passaram a ser tomadas em instantes de impulso, gerados a partir de uma necessidade que não tem mais hora marcada para se manifestar.
Alguns dos mais tradicionais micromomentos são: saber, ir, fazer e comprar. O micromomento "quero saber", é baseado na ideia de "satisfazer a curiosidade". Se antes tínhamos de esperar para procurar as informações, agora podemos acessá-las nas pontas dos dedos a qualquer momento.
No "quero ir", o fundamento é "chegar aonde queremos". As sofisticadas ferramentas de localização disponíveis nos smartphones ajudam consumidores a encontrarem o que buscam e os leva aonde querem.
O micromomento "quero fazer" baseia-se na ideia de “fazer o que queremos”. A partir desse fundamento, as pessoas não precisam mais esperar para descobrir como fazer alguma coisa. Já o "quero comprar" é fundamentado na ideia de “decidir sobre um processo de compra em todas as etapas da jornada”.
A combinação dos conceitos de lifelong learning e aprendizagem em micromomentos muda a forma como as pessoas acessam o conhecimento e sua relação com a aprendizagem.
Isso tem um altíssimo impacto na velocidade do aprendizado e no desenvolvimento de pessoas para o mercado de trabalho, para suas vidas e para a sociedade.
Ao definir o termo e os princípios do lifelong learning, a Unesco apresenta pontos de intersecção com os micromomentos:
Flexibilidade e acessibilidade no tempo e no espaço, por se encaixarem nas mudanças da vida profissional;
Construção contínua da pessoa, de seu saber e de suas aptidões, assim como de sua capacidade para julgar e agir;
Permite que cada um tome consciência de si próprio e de seu meio ambiente, sem deixar de desempenhar sua função na atividade profissional e nas estruturas sociais;
Considera pensar a educação fora da escola, tanto em ambientes formais como em espaços informais;
Potencializa a convergência do processo decisório necessário para o trabalho ao processo de aprendizagem. Não é learning by doing (aprender fazendo), mas tentar fazer, ter necessidade de aprender e, a partir disso, aprender para fazer.
Micromomento também se conecta com o conceito de andragogia (ciência de aprendizagem de adultos), que pode ser preservada e ampliada com o uso de micromomentos para a aprendizagem.
Os adultos, por serem responsáveis por suas vidas e decisões pessoais, querem, consequentemente, serem vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir - princípio do autoconceito do aprendiz. Os micromomentos possibilitam a autodireção constante, contínua e com ajustes de rotas.
Adultos ficam dispostos a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado com situações reais de seu dia a dia - princípio da prontidão para aprender. Através de micromomentos, a aprendizagem pode acontecer exatamente nesse momento, de forma rápida, específica e com foco na necessidade.
Nessa linha, os micromomentos potencializam o microteaching, metodologia precisa e simples, que faz pouca pressão no aluno por ser de baixa ameaça ao estudante, e que encoraja a experimentação por ser facilmente replicável.
Neste contexto proponho o “micromomento eu quero aprender”, fundamentado na ideia de “aprender o que precisamos e queremos”. É possível atrelar o aprendizado aos minutos disponíveis de quem quer e precisa aprender, tangibilizando esses minúsculos momentos de intenções de tomada de decisão, e de formação de preferências, que ocorrem durante a jornada do aluno.
O aprendizado online sempre esteve programado para as vantagens do anytime/anywhere e agora, ao ser digital, esse aprendizado é potencializado pela lógica de micromentos.
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José Cláudio Securato é empreendedor, professor e autor de dez livros, entre eles Onlearning - Como a Educação Disruptiva Reinventa a Aprendizagem. Fundador de uma das mais importantes escolas de negócios do Brasil, a Saint Paul Escola de Negócios, Securato tem como propósito pessoal impactar, de modo positivo e global, o maior número de pessoas através da Educação. Por isso o autor é também sócio-fundador e CEO do LIT, uma plataforma disruptiva de aprendizagem.
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