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Tecnologia em nuvem, uma aliada para o ESG

Quem já adotou sabe: cloud computing possibilita três alavancas à estratégia ESG, transparência, integração e custos

Sandra Regina da Silva

17 de Maio

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Artigo Tecnologia em nuvem, uma aliada para o ESG

“A pandemia foi crucial para todos entendermos que não dá para dividir o mundo em caixinhas; ficou claro que o que acontece com o vizinho pode acontecer com você.” Com essa frase, Mario Tiellet, especialista em transformação digital e vice-presidente de midmarket na SAP Brasil, sintetizou o pensamento sistêmico que começa a ganhar espaço nas empresas e suas consequências, dando o tom à segunda edição do evento “Eixo Exponencial: O Futuro no Agora”, idealizado pela SAP Brasil, com patrocínio da Intel, no último dia 6 de maio. O tema, “Como a tecnologia em nuvem torna-se uma aliada nas práticas ESG de empresas inteligentes?”, fez a conexão entre os desafios sistêmicos atuais dos negócios e da sociedade, as respostas empresariais e como a tecnologia está viabilizando – e, na verdade, acelerando – tais respostas.

Como ficou claro ao longo do programa, a sigla ESG, que remete a governança ambiental, social e corporativa, é um bom modo de resumir as respostas potenciais das empresas aos problemas sistêmicos que vivemos. Por sua vez, a tecnologia em nuvem é um bom modo de fazer a transição entre o cenário não ESG e o conformidade ESG de uma organização, pois facilita implementar e manter processos mais amigáveis ao meio ambiente, mais socialmente justos e mais alinhados com as regras e leis vigentes. Além disso, talvez até mais importante, a tecnologia em nuvem facilita a empresa a olhar da porta para a fora e torna toda a operação transparente, o que viabiliza o controle disso pelos diversos stakeholders.

Como explicou Tiellet, o ESG “nada mais é que uma ampliação de governança, de impactos ecoambientais e na sociedade em que vivemos. O ecossistema ampliou”, explicou o executivo da SAP. Em outras palavras, a tecnologia se torna uma forte aliada dos fatores essenciais à sobrevivência das empresas e do planeta em médio e longo prazos.

O evento, totalmente online, teve como entrevistados Tiellet e a economista Zeina Latif,especialista em conjuntura econômica, a partir de perguntas elaboradas pelos jornalistas Adriana Salles, diretora-editorial de MIT Sloan Management Review Brasil; Cynthia Rosenburg, editora-chefe da revista HSM Management; e José Vicente Bernardo, editor-chefe da edição brasileira da Forbes.

Contexto complexo, problema sistêmico

Latif começou por mostrar que tanto o sistema econômico do Brasil como o do mundo são bastante complexos atualmente. No Brasil, segundo ela, estamos respirando em 2021 os erros de calibragem nas políticas públicas de 2020, em relação à gestão da saúde, em relação ao apoio às empresas para se adaptarem aos novos tempos com tecnologia e mão de obra mais qualificada e em relação ao próprio cenário fiscal, macroeconômico, o que dá às empresas um horizonte não necessariamente negativo, mas de muitas incertezas.

No mundo, tudo ficou mais complexo, não só a pandemia e a crise climática – a complexidade invade desde as novas formas como os investimentos são alocados até a emergência de medidas protecionistas, em especial na agropecuária, o que pode afetar o Brasil diretamente.

O paradigma ESG

Em função da complexidade dos sistemas, não há mais como manter o “business as usual", segundo a economista. “As empresas hoje têm que lidar com questões muito mais amplas”, disse ela – ou seja, precisam desenvolver o pensamento sistêmico e abraçar o ESG. Latif deu sua visão quanto ao que esperar do ESG: “São dois lados da mesma moeda. Para algumas empresas pode ser muito ruim, já para outras são grandes oportunidades”.

A ameaça é grande. De acordo com a consultora econômica, o setor produtivo do Brasil está vivendo “um darwinismo econômico, muitos vão ficar para trás. Não é fácil para as empresas sobreviverem”. E, para ela, “a não aderência aos princípios ESG vai aumentar esse darwinismo. Não tenho dúvidas disso”.

Por outro lado, as empresas que abraçarem as melhores práticas ESG, perseguindo alguns ou vários dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, têm muito mais chances de sobrevivência, até porque elas costumam ter maior rentabilidade, melhor performance. “Essas vão puxar a fila”, avisou Latif, comentando que um dos grandes benefícios do ESG é por ser mitigador de riscos.

Além disso, o ESG aumenta as oportunidades de uma organização atrair investimentos. “Existe uma busca grande para investimentos no setor produtivo. Ainda que hoje os fundos dedicados a ESG sejam pequenos (no Brasil), eles tendem a aumentar”, pontuou Latif. Atualmente, 30% dos investimentos no mundo estão alocados em empresas com compromissos ESG e vêm crescendo: no Brasil, são apenas 0,12%.

A tecnologia em nuvem

Quem já adotou sabe. Adotar uma plataforma na nuvem substitui uma infraestrutura física, com maquinários que poluem o meio ambiente, consomem muita energia, sem contar os custos de manutenção e de locação. No entanto, seus benefícios potenciais podem ir ainda além. “A tecnologia em nuvem pode ser um habilitador de adoção de soluções que dão suporte às melhores práticas de mercado”, afirmou. Ou seja, as práticas da filosofia ESG.

Outro benefício da tecnologia em nuvem em relação ao ESG, de acordo com Tiellet, é o chamado “time to market”, no sentido de facilitar a adaptação a decisões relacionadas com os compromissos ESG . “Nada melhor do que a tecnologia em nuvem, porque se usa e ‘desusa’ conforme o contexto do momento. Ela é muito mais rápida de habilitar”, disse o executivo. Falando especificamente das soluções SAP, ele acrescentou que os empresários preocupados com ESG tem nas soluções SAP uma plataforma pronta para fazer isso, que já vem com os KPIs para endereçar esses temas e a aculturar a empresa toda sobre o contexto ESG.

Há mais três alavancas do cloud computing ao ESG: transparência e integração, conforme já dito, e custos. “Para se ter acesso a qualquer fundo ESG, é fundamental mostrar transparência nos recursos alocados aos fatores ESG”, lembrou Tillet. Por exemplo, quais são os indicadores de diversidade? Como são as relações com fornecedores? E com clientes? Qual a pegada de carbono da empresa? “Eu não vejo nenhuma outra plataforma que entregue tanta transparência e integração de negócios como a da SAP”, destacou Tiellet, orgulhoso.

Adriana Salles, desta MIT Sloan Review Brasil, levantou a questão de custos. “Antes da pandemia, lembro que os líderes não investiam tanto em tecnologia ou em dados por conta dos custos. No caso de uma varejista, por exemplo, o investimento era semelhante ao de abrir uma loja, e acabava-se preferindo abrir uma nova unidade ao invés de investir em tecnologia e nos dados. Isso mudou?”, perguntou ela para Tiellet. Ele disse que, no caso da SAP Brasil, faz cinco ou mais anos que há um esforço em tornar a relação custo-benefício atrativa para segmentos e regiões que antes não consumiam tecnologia. “Fizemos isso através de parceiros”, contou. Significa que se provou que o investimento nas soluções tecnológicas se justifica pelo valor que resulta ao negócio.

Salles também questionou se pode haver um dilema na escolha entre investimento na tecnologia e investimento em ESG, como houve no passado em relação a abrir mais uma loja ou investir em tecnologia. Tiellet disse que não tem como separar tecnologia e ESG. “As soluções SAP já vêm embedadas com ESG.” Ele explicou que a verdade do ESG está nos dados – sejam bons ou não –, e os dados dependem da tecnologia.

A transformação é cultural

Para a bancada de entrevistadores do Eixo Exponencial, a conclusão de Latif e Tiellet diante desse movimento foi que a empresa nunca mais será como era antes, e que tem, entre seus vetores exponenciais, a filosofia ESG e a tecnologia, respectivamente impulsionadora e facilitadora da mudança cultural.

O executivo da SAP especificou que a adoção da nuvem é um habilitador evidente da nova forma de pensar e da nova cultura das empresas. Segundo ele, não tem como não ser transparente com a cloud. “Na nuvem, não tem como uma empresa ter estoque negativo. Não tem como vender um produto sem cadastrá-lo”, finalizou.

Vamos assistir o evento completo e ter ainda mais insights sobre a força da nuvem nas companhias do futuro? Clique aqui e faça seu cadastro no evento Eixo exponencial – O Futuro no Agora: como a tecnologia em nuvem torna-se uma aliada nas práticas ESG de empresas inteligentes?. A MIT Sloan Review é uma das parceiras do evento e está presente nesta mesa redonda imperdível. Inscreva-se e não perca!

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Autoria

Sandra Regina da Silva

Jornalista com 30 anos de experiência em cobertura de negócios e inovação.

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