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Uma conversa franca de final de ano com seus colaboradores trabalhando em casa

Como é válida a máxima “longe dos olhos, longe do coração”, neste final de ano é hora de todos os líderes terem conversas importantes com seus liderados

Augusto Dias Carneiro
29 de julho de 2024
Uma conversa franca de final de ano com seus colaboradores trabalhando em casa
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Alguns de vocês verão nesta coluna uma mensagem de Natal. E estarão corretos. Endereço-me aos lideres de empresa que neste ano que passou tiveram testados seus limites de resiliência e compaixão.

E meu foco aqui será em como cada um de vocês deve lidar com seus colaboradores que estão trabalhando em casa. Resultado de decisões tomadas apressadamente em março e que na maioria dos casos ninguém reviu até hoje.

A maioria teve que aprender rapidinho como (1) estruturar o próprio tempo e (2) manter conexão profissional com pares. Ambos fundamentais para o atingimento dos próprios objetivos. Uns tiveram mais sucesso que outros, e os sentimentos de cada pessoa a respeito só aparecerão em conversa franca, nunca em pesquisas de clima.

Além de lidar com crianças em casa indo à escola remotamente, cozinhar, cuidar da casa, fazer compras, e estruturar o tempo do resto da família. E porventura também cuidar de alguém da família infectado/a pela Covid-19. Sem falar de ex-maridos, ex-esposas, enteados/enteadas, amigos, e parentes. E cães, gatos, canários e peixinhos.

Tem mais: alguns de seus colaboradores provavelmente pertencem à geração sanduíche (o nome oficial é Geração X: nascidos entre 1965 e 1980). São ensanduichados no comportamento, porque filhos de pessoas que tiveram filhos cedo, mas decidiram ter filhos mais tarde. Então, agora no meio da pandemia, têm que simultaneamente cuidar de idosos sem perder de vista os filhos adolescentes.

Uma preocupação atávica do ser humano pode ser chamada de “longe dos olhos, longe do coração”. Pois é: alguns dos que estão trabalhando em casa tem uma preocupação (não de todo consciente) de que estarão no topo da lista na próxima leva de desligamentos.

Por que ignorar a pesquisa de clima

Então eu recomendo uma conversa individual com cada um/uma de seus colaboradores diretos que estão trabalhando em casa, e incentivar seus reportes diretos a fazer o mesmo com os colaboradores deles. Se houve uma pesquisa de clima na sua empresa, peço que ignore seus resultados. Quaisquer pesquisas de clima neste momento geram resultados não confiáveis (pelas razões acima).

Não tenho a pretensão de detalhar qual deve ser o conteúdo de cada conversa, mas posso indicar uma agenda mínima, na forma de perguntas:

– Como você é importante para a empresa neste momento? (Você compreende de que formas seu trabalho se encaixa no presente e no futuro da organização?)- Você tem as ferramentas apropriadas para desempenhar seu trabalho? (Ou compartilha um laptop roxo safra 2007 com sua filha adolescente?)- O fluxo de informações entre você e seus pares é livre e desimpedido? (O que antes era uma pergunta por cima da divisória entre cubículos tornou-se um pesadelo cibernético?)- Em sua opinião, sua autoridade é compatível com sua responsabilidade? (Você tem poder para decidir a maioria dos casos, e quando não tem é fácil obter aprovações?)- Quais são suas principais distrações? (Quais são as três coisas que mais frequentemente te obrigam a interromper o trabalho?)

Feliz Natal!”

Augusto Dias Carneiro
Coach, headhunter, mediador e board member, Augusto Dias Carneiro é sócio da Zaitech Consultoria. É autor do livro Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial. O lançamento de sua próxima obra, O Livro das Ideias: Inovação e Empreendedorismo, está previsto para dezembro de 2024.

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