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Nem apenas conteúdo, nem networking; se você é um dos brasileiros que está fazendo as malas para o SxSW, entenda como aproveitar melhor esse evento de inovação
O South by SouthWest não é só um festival de inovação e tendências – é um grande experimento social onde ideias, egos e FOMO (sigla em inglês para “medo de perder algo”) colidem em alta velocidade. Se você quiser extrair mais do que selfies e filas intermináveis, aqui vão cinco sugestões para fugir do óbvio e realmente absorver o que importa.
Quer saber o que realmente está ditando as conversas do SxSW? Vá direto à livraria do evento. Os títulos expostos ali não são aleatórios; eles refletem as grandes questões que estão moldando o festival (e, possivelmente, os próximos anos). Observe padrões, conecte temas e perceba o que está sendo abordado superficialmente nas palestras. Muitas vezes, os melhores insights não estão nos keynotes badalados, mas nas entrelinhas de livros que você ainda nem ouviu falar.
Se você for todas as noites para o Pete’s Dueling Piano Bar, parabéns: conseguiu recriar a experiência de um bar brasileiro lotado… nos EUA. Nada contra, faz parte, mas SxSW é sobre explorar. Austin tem bares escondidos (speakeasies incríveis), casas de música ao vivo fora do óbvio e cenas culturais que vão muito além da bolha brazuca. Expanda o roteiro. Sua experiência agradece.
Depois de um dia de palestras e uma noite de networking (ou seja, drinques), seu corpo vai pedir socorro. E Austin tem um dos melhores remédios para isso: a trilha de corrida na beira do rio. O visual é incrível, a “vibe” ajuda a absorver o conteúdo e reativar a mente, e ainda dá para topar com executivos e criadores de conteúdo trocando ideias entre uma passada e outra. Networking improvisado + endorfina = ganha-ganha.
Se for para viajar até Austin e passar a semana toda com os mesmos brasileiros de sempre, era melhor ter economizado os dólares. SxSW é uma das maiores concentrações de mentes criativas do mundo, e a mágica acontece quando você se permite sair da bolha. Fale com estranhos, sente ao lado de alguém novo, entre em conversas que você não planejou. A inovação real acontece nos encontros inesperados.
Sim, planejamento é essencial, mas gastar horas na fila para ver um palestrante que terá sua fala publicada em mil formatos depois? Nem tanto. Sempre tenha planos B e C, porque alguns dos melhores conteúdos estão em salas menores, onde a discussão é mais profunda. A turma que acorda às 5h para ver Amy Webb pode até sair com uma visão do futuro, mas também com um leve arrependimento de ter trocado boas horas de sono por algo que poderia ver no YouTube, ouvir em podcast e que será exaustivamente destrinchado em centenas de plataformas assim que a palestra acabar.
Mais do que seguir um roteiro fechado, o festival pede que você se jogue no inesperado. Se a melhor conversa do evento aconteceu no meio da rua ou no café de um hotel, parabéns: você entendeu o espírito da coisa.
Agora é só absorver, conectar e voltar pra casa sem aquela sensação de que só fez turismo corporativo.