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Fjord Trends #6: Gêmeos digitais

Digital twins como modelos de negócios e 3D já são ferramentas bastante utilizadas na indústria e na manufatura. Atualmente, eles estão se tornando mais personalizados e a competição para ver quem criará as nossas versões virtuais já começou.

Aaron Hurst
25 de junho de 2024
Fjord Trends #6: Gêmeos digitais
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Você já ouviu falar de digital twin? É uma cópia digital de um produto físico, serviço ou processo. Esse gêmeo digital funciona equivale a uma simulação detalhada que substitui a criação de protótipos reais. A Gartner previu recentemente que metade das empresas industriais usarão digital twins, ou gêmeos digitais, até 2021 e, de acordo com a Juniper Research, as receitas geradas graças à utilização dessa tecnologia vão aumentar de US$ 9,8 bilhões neste ano para US$ 13 bilhões em 2023.

Por conta disso, a Grand View Research prevê que o mercado global de digital twins vai movimentar US$ 26,07 bilhões anuais. Isso, até 2025.

O que está acontecendo? Há esse crescimento acelerado das representações virtuais idênticas das coisas nas organizações industriais, mas os digital twins estão extrapolando os limites dessas empresas rumo a novos horizontes também. Diversas outras áreas – como serviços financeiros, sistemas de saúde e o ambiente de trabalho – começaram a reconhecer o potencial deles.

As mídias sociais estão repleta de “eus” digitais. Hoje é normal para as pessoas interagir usando versões sintéticas ou filtradas de si mesmas.

Um exemplo é a vlogueira chinesa Qiao Biluo – que deixou de ser seguida por milhares de fãs depois que uma falha técnica desabilitou seu filtro de beleza e revelou sua verdadeira aparência.

Para proteger sua privacidade, muitos adolescentes e influenciadores digitais têm duas identidades fakes – chamadas “finsta” – nas redes sociais, uma para apresentar um perfil para um público maior e a outra para os amigos próximos.

No mundo dos gamers, para evitar assédio, um número cada vez maior de jogadoras usa softwares para distorcer a voz durante conversas e interações com jogadores.

Digital twins também são reconhecidos como uma ferramenta valiosa usada por marcas para oferecer soluções relevantes quando as pessoas estão mais receptivas para recebê-las, baseadas nos interesses únicos dos clientes, estimulando assim uma lealdade futura por parte deles.

Enquanto isso, o serviço de chatbot chamado Replika cria uma IA pessoal com a qual o usuário pode conversar e compartilhar eventos da própria vida. Já o Eternime coleta dados online de uma pessoa falecida e cria um clone digital dela para os seus entes queridos.

O que vem a seguir?

No futuro próximo, podemos esperar que as pessoas comecem a criar e controlar seus próprios ecossistemas, regidos por algoritmos próprios e que sirvam seus interesses particulares – não os de uma empresa.

“Vai ser muito personalizado, individualizado, porque o que você quer quando sai de férias pode ser diferente do que eu quero. Seu digital twin pessoal vai saber disso e trabalhar por você, enquanto o meu trabalha por mim”, disse o vice-presidente e analista sênior de experiência do cliente da Forrester Research, Rick Parrish.

A atual ausência de uma verdadeira portabilidade de dados tem levado a culpa pela manutenção de monopólios e por prejudicar os trabalhadores.

Tal ausência tem perpetuado uma situação em que pessoas geram dados que são trocados por serviços com empresas de mídias sociais, mecanismos de busca, varejistas online, governos ou bancos.

Digital twins vão reescrever este modelo: ao trabalhar com as empresas e devolver aos usuários as melhores soluções para eles, irão tornar-se guardiões de nossas vidas digitais.

Pense

Que categoria de interações poderia ser aberta por digital twins? Defina sua estratégia com digital twins com foco em três casos de uso:

1. Delegar tarefas

2. Ocultar a sua presença.

3. Modelar o seu comportamento ou futuro.

Diga

Deixe claro para as pessoas que elas controlam seus próprios dados, não você, e demonstre que a sua plataforma é confiável para conquistar clientes e funcionários.

Faça

Garanta a confiabilidade dos dados, mas assegure-se de não depender excessivamente deles – sempre inclua a “realidade vivida”. Evite cair na armadilha da gamificação, mas experimente-a, pois esse é um novo mundo com propriedades ainda indefinidas.

Aaron Hurst
Aaron Hurst é CEO e cofundador da Imperative e autor de *The Purpose Economy* (Elevate, 2014).

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