
As organizações, sobretudo as do setor de manufatura, começam a viver um verdadeiro “turnaround” rumo a maximização de eficiência, redução de custos e decisões mais inteligentes e ágeis – e isso pode redefinir o futuro dos negócios de modo amplo
A automação tem sido um dos pilares da transformação das empresas nas últimas décadas, revolucionando tanto o chão de fábrica quanto as áreas de suporte. Inicialmente, a automação se concentrou nos processos produtivos, introduzindo robôs industriais, máquinas controladas por CNC (comando numérico computadorizado) e sistemas de automação que aumentaram a eficiência e a precisão das operações fabris.
Com o passar do tempo, essa evolução expandiu-se para os setores administrativos e de suporte, impulsionada pelo advento de sistemas de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) na década de 1990. Esses sistemas trouxeram integração e padronização para funções como finanças, logística e recursos humanos, criando uma base sólida para processos mais inteligentes. Na última década, ferramentas de automação robótica de processos (RPA, na sigla em inglês) surgiram para automatizar tarefas repetitivas e baseadas em regras, como processamento de pedidos e reconciliações financeiras.
Agora, com a ascensão da inteligência artificial (IA), a automação alcançou um novo patamar, permitindo análises preditivas, decisões autônomas e a transformação de dados em insights estratégicos para o negócio.
A automação nas operações fabris ocorreu principalmente na era chamada de indústria 4.0 – quarta etapa da revolução industrial. O conceito, introduzido na Alemanha em 2011 durante a Feira da Indústria de Hannover, integrou tecnologias avançadas como internet das coisas (IoT), big data e IA. Essas tecnologias conectam máquinas, sistemas e dados em uma rede integrada, criando um ambiente produtivo mais inteligente, eficiente e interconectado.
No início, a indústria 4.0 se concentrou no chão de fábrica, permitindo que máquinas conectadas monitorassem seu próprio desempenho, previssem falhas e ajustassem os processos produtivos automaticamente. Esse avanço trouxe ganhos significativos de produtividade para as indústrias, além de melhorar a qualidade dos produtos e otimizar a eficiência operacional dos processos.
No entanto, o potencial dessas tecnologias rapidamente ultrapassou os limites dos processos de produção das indústrias. Com a evolução da inteligência artificial, um novo caminho foi aberto para as chamadas “operações autônomas”, uma abordagem que não se restringe apenas ao controle e monitoramento de máquinas, mas se expande para todas as áreas da empresa. O conceito de operações autônomas aplica os mesmos princípios de conectividade, inteligência artificial e automação a funções críticas do negócio, como gestão financeira, planejamento da cadeia de suprimentos, atendimento ao cliente e até à formulação de estratégias empresariais.