Não tenho certeza se esta é a primeira vez que Dylan é citado nesta revista, mas é bem provável que sim, e isso merece registro. Um verso dele, tirado da música Like a Rolling Stone, aparece no artigo do Bruno Stefani sobre venture building, citado pelo Max Carlomagno: “When you ain’t got nothing, you got nothing to lose”, traduzível como “quando não tem nada, você não tem nada a perder”. Juntando isso com conhecimentos vindos da economia comportamental, segundo a qual temos mais medo de perder do que ganas de ganhar, conseguimos uma explicação sintética para boa parte dos problemas que as empresas tradicionais vêm enfrentando nessa transição para a nova economia: elas – seus gestores, na verdade – têm muito a perder e não querem sofrer tais perdas de jeito algum.
Ter consciência disso deve ajudar em alguma coisa, a gente espera. Mas há outras coisas que ajudam também. Eu me refiro a conhecimentos e, especificamente, a metodologias que nos apoiem para correr riscos limitados de perdas. Ferramentas baseadas em dados, pesquisas, experimentos etc. – como são as ferramentas que esta revista compartilha – costumam aumentar o grau de confiança nas tomadas de decisão relativas a iniciativas da nova economia, sejam elas iniciativas de criar novos negócios, de inovar em produtos/ serviços/ processos, de lidar com pessoas e tecnologias do modo mais responsável possível ou outras quaisquer.
Então, eu parafrasearia Dylan para definir o tema subjacente a esta edição: “when you got everything, this is when you can afford losing a little” ou, em português, “quando você já tem tudo, aí é que você pode se dar ao luxo de perder um pouco”. Por favor, coloque a ênfase do verso em “perder um pouco” para evidenciar os riscos limitados de perda a que me referi um pouco acima. (Que esse prêmio Nobel de Literatura me perdoe pela ousadia! rsrs)
Em suma, tudo que você vai ler aqui tem a ver com a transição para a nova economia e seus riscos. O objetivo de todos os conteúdos publicados é facilitar tal transição para que a possibilidade de perda fique mais remota. Bem, no mínimo, mais restrita.
Então, quando o Report especial elege três elementos-chave que podem fazer toda a diferença para as organizações conseguirem navegar na incerteza, vale mesmo a pena o leitor largar os eventuais incêndios do dia a dia e prestar atenção: você pode montar um x-team, pode fortalecer sua cultura graças a novas maneiras de ouvir seus funcionários, pode saber escolher os projetos de inteligência artificial certos.
Então, as urgências podem ser trocadas pelas importâncias quando a seção Report Brasil introduz uma proposta de marketing adequada ao frenético e sempre mutante mundo figital (físico, digital e social), mostra que você pode acionar os mesmos fatores de sucesso do ChatGPT para aumentar as chances de sucesso da sua organização com a inteligência artificial, aponta os três grandes obstáculos que as empresas incumbentes precisam superar para brilhar no venture building e sugere uma experimentação inicial do mercado de carbono.
Então, quando você encontrar um material sobre quão fácil é perder os talentos tecnológicos “de segunda linha” das empresas (e quão penoso pode ser), ou um sobre apostar na IA mesmo tendo dados escassos, ou um sobre gêmeos digitais no Brasil, ou um sobre o fenômeno das startups de chineses abrasileirados que estão nascendo em nosso País, é recomendável procurar uma poltrona confortável, sentar-se nela e mergulhar na leitura.
Sou sempre suspeita nos meus comentários, porque sempre fui fã desta revista mesmo antes de trabalhar com ela. Mas vejo soluções aparecendo em todos os textos – às vezes na coluna vertebral do texto, outras vezes nas adjacências. Recomendo essa leitura atenta para fugir da maldição do Bob Dylan, segundo a qual só os desprovidos de tudo podem se aventurar, e abraçar a paráfrase que sugerimos aqui: “when you got everything, this is when you can afford losing a little”. Divirta-se!
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Conheça o conjunto de técnicas e metas que permitirão construir o marketing do futuro, adequado ao novo contexto – não só físico, mas também digital e social – e baseado em escolhas relativas a ambiente, estratégia, interação, operação e unificação
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Os gerentes precisam de práticas mais eficientes de coleta de dados para obter uma imagem mais clara de DEI e planejar intervenções mais eficazes
Esqueça o buzz; para saber se uma solução compensará para sua empresa, é preciso responder a três perguntas-chaves, verificando como essa inteligência artificial foi treinada e validada. Veja exemplo real na área da saúde
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Cada vez mais, é disso que depende o sucesso na nova economia
Conheça mais um framework para isso, que promete abordagem mais ampla e eficaz para avaliar os aspectos internos e externos do desempenho social e de sustentabilidade de uma empresa
O estado de “ambivalência identificada” ajuda os tomadores de decisão a suspender julgamentos precipitados, desviar-se de preconceitos e integrar materiais a princípio conflitantes
Fronteira de negócios frequentemente lembrada para empresas do Brasil, o desenvolvimento e o uso de materiais ecológicos são cada vez mais reconhecidos por europeus por seu potencial de gerar modelos de negócio novos e mais sustentáveis
Antes de investir em produtos ou serviços que prometem ajudar os negócios com base em pesquisas cerebrais, entenda as questões que podem limitar as soluções neurocientíficas
Cinco princípios podem ajudar os líderes a tomar decisões quando leis e regulamentos, que têm mudado ao sabor da polarização política, conflitarem com seus valores "
A 14ª edição da MIT Sloan Management Review Brasil tem como tema principal a influência da tecnologia na gestão