Conformar-se às cópias ilegais tem um lado bom – e não só pela divulgação; vale pela precificação e pela cadeia de fornecimento
Pouco tempo atrás, a série de TV Game of Thrones (GOT), da HBO, chegou ao fim. Ao longo de oito temporadas, o programa se tornou incrivelmente popular, ao mesmo tempo que ganhou fama por ter sido o mais pirateado de todos os tempos. O final da quarta temporada serve de ilustração: nas primeiras 12 horas após a transmissão original, o episódio foi baixado ilegalmente 1,5 milhão de vezes. Ou seja, um total de 2 petabytes transferidos em apenas meio dia. Embora o aumento na pirataria em época de lançamento seja natural, o nível de interesse por cópias clandestinas de episódios antigos continuou alto, bem depois de terem sido disponibilizados oficialmente no varejo online – houve 1 bilhão de downloads ilegais só da sétima temporada de GOT. Mesmo com questões a resolver em relação a isso, a HBO parece não ter planos concretos de combater para valer os serviços de streaming ilegais.
Essa inação por parte da HBO pode ter razões econômicas. Afinal, nosso estudo mostrou que um nível moderado de pirataria – nem muito, nem muito pouco – pode beneficiar ao mesmo tempo produtores, distribuidores/vendedores e consumidores.