fb

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

3 min de leitura

A importância de a liderança apoiar a agenda ESG

Pesquisas apontam que o sucesso da implementação das ações ESG nos negócios depende do apoio dos gestores

Denise Turco

15 de Março

Compartilhar:
Artigo A importância de a liderança apoiar a agenda ESG

O líder é quem deve conduzir a equipe para o posicionamento e a busca de resultados nos pilares ambiental, social e de governança, incorporando a cultura ESG no dia a dia da empresa. Um recente estudo da consultoria norte-americana Russell Reynolds Associates aponta que as empresas que têm os líderes de sustentabilidade próximos do CEO avançam mais facilmente na agenda ESG. Contudo, o levantamento também revela que a maioria das companhias têm uma realidade bastante diferente: apenas 20% dos CSOs (Chief Sustainability Officer ou chefes de sustentabilidade) reportam seus planos diretamente aos CEOs. Segundo os entrevistados, a velocidade e agilidade dos resultados aumentam em 50% na comparação com os executivos que tratam o tema com outras lideranças e gerências.

Embora muitos já tenham iniciado essa jornada, ainda há alguns gaps e desafios. Segundo uma pesquisa feita no Brasil pela Data-Makers com 170 CEOs e executivos C-level de empresas de todos os portes, 94% dos entrevistados consideram ESG extremamente importante ou muito importante para o futuro dos negócios, porém apenas 16% dos líderes declararam conhecer essa agenda em profundidade. A maioria (71%) afirma ter um conhecimento razoável sobre o tema.

Portanto, falta de conhecimento e comprometimento da liderança são as principais barreiras para a adoção do ESG, de acordo com o estudo. Muitos líderes ainda esperam resultados imediatos, eventualmente por pressão de investidores com foco de curto prazo. Já os motivos para incluir essa agenda na pauta estão relacionados à imagem da marca, reputação corporativa, melhora na gestão da empresa, redução de riscos e retenção de talentos, nesta ordem.

O estudo da Data-Makers revela que a tomada de decisão está concentrada na figura do CEO em 49 % das empresas. Já o conselho de administração foi apontado como principal decisor em 21 % das organizações. Em apenas 15 % das companhias há um comitê interdisciplinar ou uma área dedicada ao tema e em outros 15 %, o RH ou outras áreas não especializadas se dedicam à agenda.

Esses desafios reforçam a importância de um apoio top-down para acelerar a maturidade em ESG nas organizações. As lideranças precisam abraçar o tema com uma abordagem estratégica e holística, estabelecer metas, métricas e planos de ação. Desenvolver uma cultura forte de sustentabilidade e investir na educação sobre o tema também fazem parte dessa jornada.

“É fundamental o papel das lideranças nas organizações que buscam gerar impactos às pessoas e ao planeta por meio da adoção das práticas sustentáveis em seus modelos de negócio. O líder é quem orienta, inspira e provoca para a conscientização, sensibilização e comprometimento dos stakeholders das empresas na mudança de atitude e comportamento disruptivos que transformarão nosso ambiente”, conclui Rodrigo Santini, do Sistema B Brasil.

(Leia mais em: https://mitsloanreview.com.br/post/jornada-sustentavel-nas-pequenas-e-medias-empresas)

Para Claudio Ribeiro, CEO da 2W Ecobank, cabe ao CEO olhar para o futuro, mitigando obstáculos e enxergando oportunidades. “Nesse cenário, um horizonte que está claro para o mercado é que empresas que adequam seus processos à agenda ESG se tornam muito mais eficientes, versáteis e lucrativas, consequências de uma estratégia sólida de gestão de recursos e impacto dignas de CEOs visionários. Entender esse movimento e como companhias de todos os portes estão se beneficiando é a principal missão do CEO”, destaca.

Segundo o executivo, uma orientação importante é priorizar ações que possuem maior impacto no negócio e no meio ambiente, como a migração para o mercado livre de energia. “Ao migrar para uma fonte de energia limpa e mais barata, a empresa economiza em sua fatura e rastreia todo o seu consumo através da certificação de energia renovável (IRECs)”, diz. Para os CEOs que estão enfrentando a jornada ESG, Ribeiro aconselha “o segredo está no entendimento profundo da realidade da sua empresa. Priorizar suas decisões de forma consciente é essencial, e isso começa com o compromisso de estudar e compreender a fundo os aspectos sustentáveis e os benefícios que isso pode agregar à eficiência do negócio”.

Compartilhar:

Autoria

Denise Turco

Denise Turco é colaboradora da MIT Sloan Review Brasil

Artigos relacionados

Imagem de capa A importância de a liderança apoiar a agenda ESG

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

15 Março | 2024

A importância de a liderança apoiar a agenda ESG

Pesquisas apontam que o sucesso da implementação das ações ESG nos negócios depende do apoio dos gestores

Denise Turco

3 min de leitura

Imagem de capa Sustentabilidade de ponta a ponta

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

12 Março | 2024

Sustentabilidade de ponta a ponta

Dois stakeholders fundamentais para a competitividade do negócio também são protagonistas quando se fala em ESG

Denise Turco

3 min de leitura

Imagem de capa Jornada sustentável nas pequenas e médias empresas

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

08 Março | 2024

Jornada sustentável nas pequenas e médias empresas

As oportunidades e desafios da agenda ESG em companhias de diferentes portes

Denise Turco

4 min de leitura

Imagem de capa Energia que vem dos oceanos

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

31 Janeiro | 2023

Energia que vem dos oceanos

Caso se torne viável em grande escala, a energia dos oceanos – limpa e renovável - atenuará o aquecimento global, além de diminuir a conta para o consumidor

Paulo César Teixeira

7 min de leitura

Imagem de capa Energia como serviço: uma nova luz para os negócios

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

17 Janeiro | 2023

Energia como serviço: uma nova luz para os negócios

Na corrente de transformações do setor de energia, o EaaS é um modelo disruptivo que traz novas oportunidades para provedores e clientes

Denise Turco

5 min de leitura

Imagem de capa Os desafios para melhorar as credenciais ambientais do Brasil até 2030

Fórum: Os três Ds da energia - Cooprodução MITSMR + 2WEnergia

28 Novembro | 2022

Os desafios para melhorar as credenciais ambientais do Brasil até 2030

País avança na descarbonização da economia, mas desmatamento fora de controle é risco ao cumprimento das metas

Paulo César Teixeira

6 min de leitura