Conscientizar pessoas sobre o poder dos dados resume um projeto iniciado em 2011 e representa trajetórias e palestras que integram a 10ª edição do Festival SGB
“O ano era 2011 e o Brasil estava começando a se familiarizar com a nova rede social do momento, o Facebook. Naquela época já se discutia um pouco como a tecnologia poderia ser uma forte aliada para negócios. No entanto, é preciso admitir que naquele momento da história ainda estávamos tentando entender o período de transição que vivíamos. Passar a assumir que entramos em uma nova era, seria outro passo.
Naquele ano, também decidi o meu grande propósito como voluntária: fomentar o uso de tech for good (tecnologia para o bem) em grande escala no Brasil. Esse momento aconteceu quando assistia aos vencedores do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, Elie Wiesel e Desmond Tutu debatendo sobre o poder do uso das tecnologias e novas mídias para ajudar a resolver os grandes problemas mundiais, no Social Good Summit, em Nova York.
Nesse debate, se evidenciou o rápido avanço das tecnologias e mídias sociais, e os líderes que estavam frente a frente tinham a opção de escolher entre fomentar o uso das tecnologias para o bem ou para o mal. Como protagonistas da paz mundial, ao mesmo tempo em que concordaram de que deveria ser formada uma grande força para o bem, convidaram as pessoas para fazer parte desse movimento. Um convite irrecusável que imediatamente aceitei e que me moveu a idealizar, ali mesmo no evento, o protótipo do que hoje é o Social Good Brasil.
Quase dez anos se passaram de um trabalho diário de uma rede que foi crescendo cada vez mais ao redor do Brasil. Neste contexto de resgate histórico, te convido a refletir sobre o que tem sido feito com os avanços da tecnologia e dos dados na vida das pessoas e de organizações? Temos mais problemas ou benefícios? Como podemos usar o poder do pensamento inovador, da tecnologia e dos dados a favor de uma sociedade mais justa e mais humana?
Convidar pessoas para responder perguntas como essas sempre foi um dos propósitos do Social Good Brasil. Em 2012, ano seguinte ao Social Good Summit, nascia a primeira edição do Seminário SGB, em Florianópolis. Trazendo histórias inspiradoras de líderes no Brasil e do mundo, temas como o poder das redes para mobilizar pessoas e o poder transformador das mídias sociais, começávamos a plantar uma semente.
Não imaginávamos naquela época a proporção que o mundo digital e a era dos dados teriam, mas acreditando sempre na lógica do impossível e no poder que temos na ponta dos dedos, adiantávamos algumas tendências, como mostram pesquisas feitas no Google Trends num artigo.
De lá para cá, alcançamos milhões de pessoas que criaram projetos inovadores, transformaram conexões valiosas em grandes oportunidades de negócios, e nos ajudaram a continuar na ponta do que é inovação no mundo. O Social Good Brasil é, hoje, a soma de todas essas conquistas, nossas e da nossa rede.
Do uso das redes sociais para potencializar o poder coletivo, até a criação de novas tecnologias disruptivas que propõem novas relações interpessoais e de trabalho, o que enxergamos, são espirais de acontecimentos que nos levam a novas discussões bastante similares com as que tínhamos há dez anos.
Com o olhar sempre atento ao que acontecia no mundo, nossa missão era trazer inspiração e conexão para o nosso país. Sempre acreditei na lógica do impossível, então os desafios sempre foram bem-vindos.
Desse modo, chegamos a nomes renomados que dividiram conosco seu tempo e experiência, como Peter Sims, escritor e palestrante autor do best seller Litte Bets; Beth Kanter, apontada como “a mulher mais Influente em tecnologia” pela Fast Company Magazine; e Henry Timms, um dos fundadores do #GivingTuesday, movimento filantrópico global que envolve pessoas de quase cem países e já gerou centenas de milhões de dólares para boas causas. Não poderia deixar de incluir na renomada lista Andrew Means, diretor-senior da Salesforce Global e fundador do Data Analysts for Social Good, a maior rede de profissionais de dados no setor social.
Ao longo dessa caminhada, foram mais de 600 palestrantes e 12 mil participantes. O Seminário se transformou num grande Festival, o maior evento de tecnologia e dados para impacto social do Brasil.
No ano em que celebramos a 10ª edição do evento que deu vida ao Social Good Brasil, também queremos celebrar a nossa trajetória, as histórias de pessoas incríveis que fizeram parte desse evento. Estar de novo, com algumas dessas pessoas, como Beth Kanter, Henry Timms e Andrew Means, conversando sobre temas tão atuais não quer dizer que o mundo não esteja mudando, quer dizer que seguimos com novos desafios e estas pessoas estão dispostas a continuar o processo de transformação que acreditam e precisamos.
Além dos destaques acima, também teremos nessa edição Jake Porway, cofundador da Data Kind, que utiliza o poder da ciência de dados a serviço da humanidade. Porway, que já foi cientista de dados do laboratório de pesquisa do The New York Times, e colaborou com grupos como NASA e Google, participa do evento pela primeira vez.
Outra palestrante será a Ana Fontes, presidente da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME, eleita uma das mulheres mais poderosas do Brasil pela Forbes, também é uma das palestrantes. Assim como Lucia Dellagnelo, presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB) e doutora em educação e desenvolvimento humano pela Harvard University. O arquiteto e empreendedor social Edgard Gouveia Junior, que já faz parte do Festival SGB desde 2014 como mestre “sem cerimônias”, também é um dos nomes confirmados.
Faço um convite especial a você que me acompanha para se inscrever na décima edição do Festival SGB. Mais uma vez, será 100% online e gratuito, de 26 a 30 de outubro. Nesse ano, o convite é para um mergulho nas profundezas de conversas que importam, porque só assim podemos continuar o que começou a ser semeado lá em 2011: conectar seres humanos, com os olhos atentos no futuro, buscando conscientizar e educar as pessoas sobre o poder dos dados.
Por fim, informo que as palestras transmitidas no evento ficarão disponíveis posteriormente no canal do Youtube do Social Good Brasil. Agradeço muito pela leitura e todo feedback é super bem-vindo, pois feedback é dado, afinal.
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