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Tendências globais de negócios para focar ainda esse ano – parte 1

Uma nova análise de tendências foi apresentada no relatório Global Trends 4 Business. As global trends, também definidas como tsunamis, são o foco dessa primeira parte do artigo

Colunista Luís Rasquilha

Luís Rasquilha

19 de Outubro

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Artigo Tendências globais de negócios para focar ainda esse ano – parte 1

Todos os anos, em outubro, a empresa para a qual trabalho (Ecossistema Inova) apresenta o seu relatório de tendências.

Este ano o foco é em tendências globais e tendências de negócio. Este artigo faz uma prévia dos principais temas do relatório com especial foco nas tendências globais (no inglês, global trends), também definidas como tsunamis.

Vale a pena relembrar alguns conceitos prévios.

Quando se atua com tendências, a primeira coisa a fazer é definir os vários conceitos sobre o tema.

Assim: uma tendência é definida como uma mudança e alteração com capacidade de influenciar as dinâmicas dos negócios e o comportamento dos consumidores.

E dividem-se da seguinte forma:

1 - Mega tendências (dez ou mais anos): movimentos e mudanças (de larga escala) em termos sociais, econômicos, políticos, ambientais e tecnológicos, que se manifestam de forma consistente na realidade atual e que influenciarão decisivamente o futuro.

2 - Tendência comportamentais (três a cinco anos): processos de mudança que resultam da observação do comportamento dos consumidores e que origina a criação e o desenvolvimento de novas ideias: de negócio, de produto ou serviço, de marca ou de ação.

3 - Tendências de negócios (dois anos): mudanças no mercado resultantes da atuação dos players, do comportamento dos consumidores e das realidades econômicas, políticas e sociais que influenciam a forma como as empresas tomam decisões em seus negócios, considerando áreas de atuação e apostas estratégicas para o futuro.

4 - Tendências emergentes (12 meses): acontecimentos que se materializam de forma rápida e escalável no curto-prazo e que condicionam e direcionam a realidade dos negócios.

4.1 - Specific trends (tendências específicas, na tradução): as tendências a considerar para um determinado negócio.

A correta identificação de tendências é a base para a definição dos insights de negócio (isto é, as ideias).

5 - Insights: articulações estratégicas resultantes das tendências que permitem a tomada de decisão empresarial sobre cenários, caminhos e planos de ação futuros.

A pesquisa de tendências têm vindo a ganhar importância na última década, embora exista desde os anos 1970, adotando uma grande variedade de metodologias e técnicas (que não serão abordadas neste artigo) que têm contribuído, decisivamente, para a gestão.

Após meses de pesquisa construiu-se uma nova análise de tendências apresentada no relatório Global Trends 4 Business (GT4B).

Todas elas estão apresentadas no quadro abaixo:

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Este artigo será apenas dedicado às global trends, ficando para o próximo mês a análise detalhada das trends for business.

Global trends (tsunamis):

1. O fortalecimento do digital nos negócios: é um fenômeno que ganhou grande relevância nos últimos anos, impulsionado principalmente pela rápida evolução da tecnologia da informação e comunicação e pelo crescimento das soluções de inteligência artificial (IA). O advento da internet, a proliferação de dispositivos móveis e o aumento da conectividade global abriram inúmeras oportunidades para as empresas se beneficiarem do mundo digital.

2. Intergeracionalidade: com o aumento da expectativa de vida e consequentemente da demografia (mais gente no mundo durando mais tempo) crescem situações de coexistência geracional. A intergeracionalidade refere-se à interação, conexão e troca de experiências entre diferentes gerações. Esse conceito reconhece que, em uma sociedade, coexistem várias faixas etárias, cada uma com suas características, valores, conhecimentos e perspectivas únicas. A intergeracionalidade é uma abordagem que valoriza a diversidade de experiências e perspectivas, incentivando a aprendizagem contínua em todas as fases da vida.

3. Repensar a economia: isso envolve a busca por modelos econômicos mais sustentáveis, inclusivos e alinhados com as necessidades das pessoas e do planeta. O objetivo é criar um sistema econômico mais justo, sustentável e voltado para o bem comum, que respeite os limites do planeta e promova uma maior equidade social.

4. Sustentabilidade integrada: é uma abordagem holística para lidar com questões socioambientais e econômicas, reconhecendo que esses aspectos estão interconectados e interdependentes. Essa abordagem busca equilibrar as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades.

5. Empoderamento disruptivo: combina duas ideias-chave - "empoderamento" e "disruptivo".

  • Empoderamento: o empoderamento refere-se ao processo de capacitar indivíduos ou grupos para que adquiram controle sobre suas vidas, tomem decisões e alcancem seus objetivos de forma autônoma e independente. Esse conceito está associado ao fortalecimento das pessoas, fornecendo-lhes conhecimento, habilidades e recursos necessários para enfrentar desafios e superar obstáculos.
  • Disruptivo: o termo "disruptivo" tem origem no mundo dos negócios e tecnologia, mas também é usado em outros contextos. Significa a introdução de uma inovação, ideia ou conceito que rompe com as formas tradicionais de fazer as coisas, gerando uma transformação significativa em um setor ou campo específico.

É fundamental garantir que o empoderamento disruptivo seja uma força positiva que beneficie a sociedade como um todo e promova um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Este grupo de global trends é a estrutura base que direcionará a gestão nos próximos anos e para a qual há que dedicar tempo de análise e reflexão sobre como aproveitar as oportunidades que daqui advêm.

O próximo artigo apresentará as trends for business em complemento a este agora escrito.

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Colunista

Colunista Luís Rasquilha

Luís Rasquilha

CEO da Inova TrendsInnovation Ecosystem e professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Hospital Albert Einstein e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

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