Modelos, serviços e tendências de cloud computing ajudam empresas a enfrentar o trabalho remoto e o modelo híbrido que vem por aí
Inventor do sistema Ethernet de redes locais, Robert Metcalfe formulou a lei (que leva seu nome) que afirma: “o valor de um sistema de comunicação cresce na razão do quadrado do número de usuários do sistema”.
Em termos de século 21 e uma sociedade cada vez mais digitalizada e conectada, o valor e a importância das redes seguem crescendo exponencialmente, em especial no cenário de trabalho remoto e pós-pandemia, em que mais dispositivos e usuários são adicionados em sistemas híbridos. Nesse sentido, as empresas têm confiado em sistemas baseados em nuvem para manter a comunicação e a integração de seus times no distanciamento social.
Porém, uma preocupação constante das companhias está na garantia de uma infraestrutura em nuvem não apenas confiável e segura, mas também disponível a todo o tempo, “onipresente” e escalável. De acordo com a empresa IDC, a previsão é que haverá 48,9 bilhões de dispositivos em uso no mundo até 2023, sendo que grande parte desses dispositivos poderá ser integrada aos sistemas empresariais em nuvem. A grande questão, portanto, é como fazer uma gestão adequada de tantos ambientes?
No Brasil, com o aumento do acesso à internet e a dispositivos digitais, a expectativa é que o mercado de serviços na nuvem cresça 36,6% em 2020, para US$ 3,5 bilhões. Em termos de nuvem privada, é esperada que a alta siga forte, fazendo com que o mercado chegue a US$ 1,3 bilhão em 2020. Mas por que os investimentos em cloud computing têm crescido tanto na pandemia e parecem ser uma das chaves para as empresas modernizarem processos e operações?
À primeira vista, com funcionários confinados em suas casas, muitos em diversas partes do país, as companhias precisaram correr para que todos pudessem armazenar arquivos sem ocupar físico e acessar e compartilhar tarefas com pessoas em qualquer parte do globo, garantindo a segurança, a eficiência e a confidencialidade dos documentos e dos dados. É por meio da cloud computing que as empresas conseguem otimizar seus serviços de manutenção de TI, flexibilizando soluções e modernizando operações em um mercado volátil.
As organizações podem optar por três modelos de implantação de nuvem: privada, localizada no data center local ou hospedada na nuvem por um provedor de serviços, é usada apenas por aquela empresa; pública, em que hardware, software e infraestrutura pertencem a provedor de serviços e a empresa acessa e gerencia os serviços pelo navegador da web; híbrida, que combina nuvens públicas e privadas para compartilhar dados e aplicações, fornecendo mais flexibilidade às companhias.
Além disso, os contratantes costumam escolher quais serviços de computação em nuvem desejam solicitar, segundo o momento do mercado e do negócio em si. No caso da infraestrutura como serviço (IaaS), a empresa solicita componentes como servidores, armazenamento, hardware e sistemas operacionais, mas podem controlar toda a infraestrutura por meio de dashboards ou API. Na plataforma como serviço (PaaS), os desenvolvedores das empresas recebem uma estrutura online para criar aplicativos personalizados. Já no software como serviço (SaaS), os softwares são acessados pela empresa pela web por meio de login e utilizam a aplicação do provedor na nuvem, mas a empresa não instala nada em sua estrutura.
Nada disso, no entanto, é novo. Em termos de digitalização, a maioria das corporações já havia adotado algum tipo de infraestrutura de TI na nuvem e precisou adaptá-la e intensificá-la para atender a necessidades e desafios de um número maior de colaboradores atuando em regime de trabalho remoto.
De acordo com a Cisco, entretanto, um dos grandes desafios enfrentados pelas organizações durante a pandemia foi realizar a gestão adequada dos ambientes, seja de cada usuário, seja da infraestrutura local ou da cloud corporativa – o que acabou por mostrar a força de Meraki, solução completa de rede gerenciada 100% na nuvem, que inclui tecnologia sem fio, switching, segurança (UTM) e gerenciamento de dispositivos móveis (MDM).
Com Meraki, a gestão da rede na nuvem é feita por uma única dashboard com interface simples, intuitiva, repleta de dados e gráficos que obedecem aos insights disponíveis em tempo real. A solução também é escalável, podendo controlar um número baixo de usuários ou de sites a acompanhar milhões de colaboradores e múltiplas centrais pelo mundo.
Apontada como principal tendência para 2021 pela IDC, a estratégia multicloud é a combinação de diversos tipos de nuvem, possibilitando que cada empresa possa escolher quais opções utilizar de acordo com seus objetivos de negócio e necessidades. A tendência foi confirmada uma vez que, segundo o relatório 2020 realizado pela Cisco, as empresas perceberam que não há como ignorar a necessidade de computação local e redes locais, principalmente por conta de preocupações como regulamentos e proteção de dados.
Assim, a aposta é que as companhias tenham ambientes com várias nuvens, apostando na alta flexibilidade e infraestrutura adicional para tolerância a falhas. Tecnologia que demanda grande complexidade, a multicloud permite que nuvens de diferentes fornecedores sejam usadas pela mesma empresa, fazendo com que as mesmas informações rodem por diferentes sistemas, obedecendo aos recursos que cada nuvem oferece. Com a multicloud, então, os dados ficam interligados e, caso um aplicativo falhe, por exemplo, há redução de risco de perda de dados, pois eles estão também armazenados em outra nuvem.
“As equipes de data center e de nuvem não podem mais trabalhar em separado das equipes de redes, um fato que os líderes de TI já reconheceram. Eles agora identificam investimentos em rede para comportar ambientes multicloud (públicos, infraestrutura como serviço IaaS ou SaaS) como uma de suas maiores prioridades”, aponta a pesquisa global da Cisco.
Em conjunto com outras tecnologias, como inteligência artificial, machine learning, IoT e aplicativos em geral, a nuvem impulsiona e acelera a inovação e novos negócios.
Para que o ambiente local e multicloud das empresas funcione como um só, é mandatório que arquitetos de rede e de nuvem trabalhem em colaboração com outras áreas para garantir a estabilidade da complexa multicloud. Contudo, a Synnex-Westcon Comstor aponta cinco destaques que devem ser acompanhados de perto pelas organizações, caso optem por iniciar investimentos em nuvem múltipla:
– Como a indústria de cloud computing não possui padrão, cada fornecedor possui capacidades e APIs diversas, exigindo que a empresa conheça e aprenda como funciona cada provedor de nuvem com o qual pretende trabalhar.
– Faz-se necessário contar com um gerente de produtos focado em determinar quais aplicativos manter no local e quais enviar à nuvem, além de definir quais serviços específicos deve utilizar de cada provedor.
– Caso os fornecedores não sejam escolhidos corretamente, o modelo de multicloud pode trazer mais prejuízos (especialmente financeiros) do que vantagens.
– É possível ocorrer problemas de adaptação devido ao alto número de peças de fornecedores distintos.
– A multicloud exigirá maior monitoramento e proteção devido à sua complexidade.
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