A prática da inovação enxuta avança no Brasil por meio da aliança entre grandes e pequenas empresas, como mostra o caso M. Dias Branco
Sovar o pão tem seus segredos. O português Manoel Dias Branco sabia isso quando, em 1938, fundou a Padaria Imperial, uma pequena padaria na cidade de Fortaleza, Brasil. Pelas mãos de seu filho Ivens, aqueles segredos transformariam a padaria na gigante M. Dias Branco, a líder nacional no mercado de massas e biscoitos competindo com gigantes globais como Nestlé, Kraft e Pepsico. A inovação sempre foi um dos principais ingredientes da receita. Atualmente, a estrutura de pesquisa e desenvolvimento da M. Dias Branco, ligada diretamente ao CEO, gerencia duas centenas de projetos de inovação. O Conselho de Administração e Diretoria sabiam que essa abordagem não era suficiente. Nos últimos três anos, viajaram para o Vale do Silício e Israel para aprender com startups a melhor forma de inovar. A M. Dias Branco poderia alavancar seus ativos para desenvolver novos produtos, serviços e melhorar sua eficiência operacional trabalhando junto a startups, porém, não havia uma forma estruturada e de baixo risco para testar as soluções disponíveis.
Da mesma forma que a M. Dias Branco, outras grandes empresas ao redor do mundo buscam maneiras de lidar com a disrupção. Segundo pesquisa, setenta por cento dos projetos de inovação internamente gerenciados falham (1). Inovação aberta e engajamento com startups se transformaram na nova moda não apenas em indústrias de alta tecnologia. Corporações e startups podem colaborar de forma efetiva para resolver seus desafios. Os primeiros têm ativos como capital, marcas, canais de distribuição, relacionamentos e conhecimento para executar modelos de negócio, enquanto os últimos têm curiosidade, coragem, agilidade e foco para descobrir novos modelos. A combinação de tais capacidades é uma ótima alternativa para inovar dentro de empresas estabelecidas.