Para aproveitar todo o potencial da inteligência artificial generativa, as empresas devem começar pela capacitação da força de trabalho, mas também englobar a contratação de talentos com foco nas habilidades de IA, além de atuar de forma inclusiva e intencional
A rápida evolução da inteligência artificial (IA) generativa nos colocou diante de um momento marcante na história da evolução tecnológica. Em pouco tempo, a nova tecnologia mostrou que tem o potencial de transformar todos os aspectos de nossas vidas profissionais e pessoais, da mesma forma que os e-mails e as mensagens de texto revolucionaram a maneira de nos comunicarmos na virada do milênio.
Em um cenário de aperto monetário global, inflação, aumento de custos e de complexidade dos ambientes de negócios, as estratégias de IA e dados entraram na lista de prioridades das organizações, enquanto eficiência produtiva, automação e relacionamentos mais próximos com os clientes têm se tornado as novas regras do jogo. Nesse contexto, a mentalidade de IA e de novas tecnologias deixou de ser exclusiva dos departamentos de TI e se expandiu para as demais equipes das organizações.
Não por acaso, um estudo do Fórum Econômico Mundial indica que os empregos especializados em IA e aprendizado de máquina são os que mais cresceram neste ano, vistos como grandes oportunidades para atender melhor os clientes, impulsionar o crescimento e aumentar a produtividade. E esse impacto no mercado de trabalho deve ser duradouro: um estudo realizado pela University of Pennsylvania indica que a ampla disseminação da IA deve modificar pelo menos 80% das atividades de todos os empregos. Na área da saúde, por exemplo, a automação auxiliará os profissionais a analisarem imagens médicas e a fornecerem diagnósticos mais precisos e rápidos aos pacientes. Na indústria manufatureira, a eliminação das tarefas básicas liberará o tempo dos trabalhadores para que possam se concentrar em atividades mais estratégicas.
Mesmo assim, muitas empresas ainda não estão preparadas para implementar com sucesso a IA e outras tecnologias emergentes – habilidades digitais, preocupações éticas e de segurança estão entre as principais barreiras enfrentadas por quem usa (ou planeja usar) essas inovações.
O primeiro passo para endereçar o problema e começar a aproveitar todo o potencial da IA generativa é a capacitação da força de trabalho. As habilidades e a confiança necessárias para incorporar novidades como essas no dia a dia são responsabilidades das empresas. Com o entendimento de como a IA pode resolver prioridades, problemas e otimizar processos, essa capacitação tem se tornado realidade, embora deva evoluir ainda mais nos próximos meses.
Mas, em um mundo digital e em constante transformação, é fundamental manter uma abordagem que vá além da capacitação e que englobe também a contratação de talentos com foco nas habilidades de IA. É mais uma maneira de desenvolver uma cultura de incentivo à inovação e à aprendizagem contínua da força de trabalho, à medida que a IA se integra a todos os aspectos da organização e outras tecnologias surgem.
Outro fator determinante para obter bons resultados é a necessidade de que as empresas atuem de forma inclusiva e intencional, e não improvisadamente. Adotar IA de forma eficaz requer, antes de tudo, preparo da infraestrutura tecnológica, estabelecimento de uma estratégia de dados sólida, processos e protocolos de segurança rígidos e diretrizes éticas adequadas. Uma reflexão prática: os termos da IA geradora de imagens para uma potencial campanha de comunicação esclarecem que ela utilizou apenas desenhos e artes de domínio público em seu modelo de aprendizagem? Compreender como a IA e a automação funcionam e como ela será aplicada é mais importante do que apenas adquirir a tecnologia – os processos e as pessoas vêm antes, e depois a tecnologia per se; antes vem o estudo, depois a prática.
Com esses pontos alinhados, o investimento na tecnologia se torna natural, quase uma consequência. É esse último passo que vai permitir uma integração de aplicativos de IA generativa de forma mais segura e eficiente, com diversos modelos de linguagem e acesso a insights provenientes de dados dos clientes.
Dessa forma, as empresas podem destravar todo o potencial para entender a jornada dos seus clientes e aumentar a produtividade e a integração de suas equipes. A IA, além de eliminar muitas tarefas manuais, pode aprimorar o processo de geração de ideias e de conteúdo estratégico voltado ao cliente. Estamos diante da chance de redefinir a forma como o trabalho é realizado, de agregar ainda mais valor aos serviços e produtos e de nos destacarmos com jornadas personalizadas e fluidas, sem rupturas. A construção de um novo futuro do trabalho está ao alcance de todos nós.”