Estudo mostra que poucas corporações estão sabendo surfá-la. A maioria está paralisada ante o tsunami de ameaças trazidas pela quarta revolução industrial e muitas tomam “caldo”, com a falta de integração estratégica, a frustração de expectativas (irreais), gestores inexperientes na área e descontinuação de projetos.
Em 1930, quando a Ford já era a maior corporação do segmento automobilístico, dois empreendedores, Paul e Joseph Galvin, procuraram-na com esperança de que, em algum momento, os veículos saíssem de fábrica com sua inovação: um autorrádio. A Ford aceitou validar o protótipo e, diante dos bons resultados, a parceria foi fechada– inicialmente como item opcional –, e a partir de 1933 alguns modelos da Ford já vinham com rádios pré-instalados. Muito em função dessa relação, a Motorola, startup fundada pelos irmãos Galvin, se consolidou, tornando-se, posteriormente, tão conhecida mundialmente quanto a própria Ford. E, com o autorrádio, a Ford também conseguiu se reinventar, pois transformou o carro num estilo de vida.
Portanto, não é de hoje que grandes empresas e startups se relacionam. Nos Estados Unidos, essa relação viveu, pelo menos, quatro períodos de grande interesse nos últimos 90 anos. No Brasil, houve dois grandes períodos, concentrados nas últimas duas décadas. Surgiu um segmento de atuação das corporações por conta disso, que passou a ser conhecido como “corporate venturing”, e agora novamente as corporações estão fascinadas com as startups. Em 2018, esse segmento movimentou, ao menos, US$ 53 bilhões mundialmente, um patamar recorde.